Bairros

Mulher é acusada de mostrar os seios e atrair crianças de escola

Luciana La Fortezza
| Tempo de leitura: 4 min

Uma mulher de 35 anos, considerada atraente pelos seus atributos físicos, é acusada de mostrar os seios para atrair, ontem no início da tarde, alunos da escola estadual Professora Marta Aparecida Barbosa, conhecida como Caic da Vila Nova Esperança. Parte deles teria formado fila para acariciar seus seios com a boca. Ela refuta as acusações.

A moça foi conduzida à Delegacia de Defesa da Mulher (DDM), onde foi registrado boletim de ocorrência por corrupção de menores. Ela foi localizada pela Polícia Militar (PM) depois que a aglomeração de crianças numa casa próxima à escola despertou a atenção de mães e de funcionários.

Foi em razão dos comentários que Sandra Ribeiro, mãe de um dos matriculados, foi até o local. “Uma mãe até chegou a pegar o chinelo para bater no filho porque ele estava vendo revista de mulher pelada. Mas chegou lá, ela estava com o peito de fora”, conta. Sandra disse também ter visto os seios da acusada.

A mulher foi levada à DDM junto com o álbum de fotografias que também teria mostrado às crianças - com idade média entre 12 e 14 anos. Algumas imagens foram registradas em posições sensuais, com trajes como biquínis.

“Era horário da saída da manhã e de entrada da tarde. Um menino ainda tirou uma de mim. Perguntou se eu também estava na fila. Eu vi (os meninos a acariciando)”, diz o funcionário da escola Olair Vicente Matos.

Apesar das afirmações, ela nega com veemência as versões apresentadas na delegacia. Chorando, contou à reportagem que ontem acordou feliz e colocou som alto para dançar. “Eu tinha uma vida sem paz, agora não. Foi quando a molecada invadiu (a casa dela). Começaram a me agarrar. Como a turma estava me sufocando, levei o álbum para fora para tirá-los de lá”, conta.

Ela afirmou estar se recuperando de uma depressão. Tanto que ainda não foi capaz de dispensar o Diazepam (tranqüilizante). “Eu fui humilhada (em função da ocorrência). Sou sozinha e estou com medo, não tem ninguém para me defender”, ressalta. A preocupação tem fundamento. Segundo informaram ao JC, algumas mães teriam se reunido para agredi-la. A moça teria sido protegida por um funcionário da escola.

Mãe de um casal de filhos, um com 16 anos e outra com 6, ela mora sozinha e é pensionista. O nome dela foi preservado porque foi liberada após ser ouvida na delegacia.

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De olho no comportamento

Pelo sim ou pelo não, se os pais tiverem dúvidas quanto à participação de seus filhos na ocorrência registrada ontem, devem ficar de olho nas crianças. A recomendação é da psicóloga e orientadora sexual Maria Lúcia Bien.

“Eles precisam saber como é que essa criança está contando o fato. Se está contando como algo curioso, engraçado, então deve explicar que isso não é certo porque a gente tem que respeitar o corpo da gente, assim como o de outras pessoas”, diz ela. Agora, se a criança ficou chocada, ela pode desenvolver um trauma. “Pode desencadear alguns comportamentos como masturbação excessiva. Aí teria que procurar um tratamento”, comenta.

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Crimes sexuais

Apenas 6% dos crimes sexuais são cometidos por mulheres. A maioria, 92%, é praticada por homens, segundo dados oficiais divulgados pela DDM. Os outros 2% são registrados com autor ignorado, informa a delegada Cassia Regina Cancian Machado. Ela registrou o caso de ontem como corrupção de menores.

Mas dependendo do rumo das investigações, a acusada poderá responder por atentado violento ao pudor, crime ainda mais grave. Com pena de seis a dez anos de reclusão, ele é tipificado quando alguém é constrangido, mediante violência e grave ameaça a praticar ato libidinoso.

Já corrupção de menores é aplicado àquele que corrompe ou facilita a corrupção de pessoa maior de 14 e menor de 18 anos - com ela praticando ato de libidinagem ou induzindo-a a praticá-lo. Neste caso, a pena prevista é de um a quatro anos de reclusão.

Mas quando o caso veio à tona, algumas pessoas levantaram a hipótese da moça ter algum distúrbio. “Ela pode sentir prazer em causar esse auê nas pessoas. Ou é apenas uma pessoa que realmente tem taras, tem esse desejo e se divertiu com isso. É difícil a gente emitir uma opinião”, explica a psicóloga e orientadora sexual, Maria Lúcia Biem.

De acordo com ela, a moça teria que passar por uma avaliação psicológica.

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