Entre os 33 condomínios verticais existentes na cidade, o Residencial Camélias (localizado nas proximidades da rotatória que liga a avenida Nações Unidas à rodovia Marechal Rondon) ostenta a fama de ser pioneiro. Afinal, o lugar está prestes a comemorar 16 anos de existência no próximo mês.
De 1991 (ano da inauguração) para cá, muitas coisas mudaram no lugar. O aposentado Sérgio Luís da Costa Cabral Monteiro, 58 anos, lembra bem desse período inicial, já que se mudou para o Camélias um ano após a entrega dos primeiros blocos. “Quando cheguei aqui, nem muro em volta do condomínio havia”, lembra ele.
Quem vê hoje o Residencial Camélias cercado por telas de arame e protegido por nove guaritas de segurança dificilmente é capaz de imaginar a situação vivida por Monteiro e outros moradores nos primeiros anos do lugar.
“A gente estava em um condomínio aberto, onde qualquer um podia entrar. Todos carregavam consigo um forte sentimento de insegurança. Isso durou até construírem a cerca, dois anos depois, então todo mundo passou a viver mais tranqüilo”, relembra.
Protegido no interior do condomínio, Monteiro aproveita suas manhãs e tardes para realizar caminhadas pelas ruas e calçadas arborizadas do lugar. Mas essa vegetação (formada basicamente por espécies frutíferas, como manga, pitanga, caqui, goiaba), que tanto agrada ao aposentado, nem sempre existiu.
“O que a gente via, nas primeiras fotos do Camélias, era um monte de ‘predinhos’ no meio do descampado. Não havia árvore alguma”, conta o professor Fernando José da Silva, 34 anos, síndico do local.
Segundo ele, a arborização do condomínio foi fruto da mobilização de antigos e atuais moradores. “No começo as pessoas foram cultivando e cuidando por conta própria, e muitos acabaram criando carinho pelas plantas”, diz Silva. A forte ligação que alguns moradores desenvolveram em relação aos espécimes vegetais chegou a causar embaraço ao síndico.
“Houve vezes em que pessoas tentaram impedir a realização de podas, com medo de que os jardineiros danificassem a planta. Nesses casos, tive de conversar e explicar que nossa intenção não era prejudicar, mas sim tornar a árvore ainda mais bonita”, garante Silva.