Pela segunda vez, o ogro verde mais querido e bilionário dos cinemas retorna às telas. E quem quiser conferir “Shrek Terceiro” neste feriadão precisa se apressar para garantir entradas para as pré-estréias que todos os cinemas de Bauru promovem de hoje até domingo. Será apenas uma sessão diária no Multiplex Bauru Shopping, no Cine’N Fun do Alameda Quality Center e no Cine Bauru. O filme só entra em cartaz na próxima sexta-feira.
Após o sucesso de crítica e bilheteria de “Shrek” (US$ 1,4 bilhão no mundo todo) e da aposta em diversão, piadas e bons personagens multiplicados por dois para o segundo filme, quem comanda a franquia verde parece ter desequilibrado a balança que continha doses precisas de cultura pop, humor para todas as idades e sacadas espertas. A maioria das críticas ao filme, dirigido pelo estreante Chris Miller, não afirma que a produção é ruim, apenas que não é tão boa quanto os dois filmes anteriores. No portal Rotten Tomatoes, que reúne críticas de filmes, “Shrek Terceiro” tem apenas 41% de aprovação.
A trama começa com a morte do rei Harold – em uma cena hilária, que deve divertir crianças e adultos. A partir da tragédia, a coroa do Reino de Tão, Tão Distante teria como destino a cabeça de Shrek, casado com a princesa Fiona, mas obviamente o ogro não curte muito essa idéia – sua vontade maior é voltar para seu pântano. A esperança de Shrek é um parente distante de Harold, Artie (uma versão adolescente e frouxa do rei Arthur), que poderia assumir o trono.
O quase rei recruta o Burro e o Gato de Botas e inicia sua odisséia em busca do pirralho. Enquanto isso, Fiona passa o tempo com sua mãe e as outras princesas, Branca de Neve, Rapunzel, Cinderela e Bela Adormecida. Elas mal sabem que o Príncipe Encantado busca vingança após a humilhação que sofreu e trama um golpe para tomar o castelo.
Na balança
Há comédia e ação, como no colegial Camelot da Idade Média e na aventura das princesas contra o Encantado. Entretanto, a franquia “Shrek” nunca foi muito feliz ao criar personagens humanos: as princesas permanecem quase como manequins de loja, com poucas diferenças entre si. A animação não é descuidada, de forma alguma, mas as personagens ficam sem graça em meio a tantas caracterizações criativas – como a do Gato de Botas, do Lobo Mau e Pinóquio.
O filme carrega ainda certa dose de drama com a futura paternidade de Shrek. O ogro não sabe se está preparado para ser pai, especialmente pela criação que recebeu.
Os 93 minutos da produção são apenas suficientes para a trama simples e o pouco desenvolvimento das histórias paralelas. No que os outros filmes fizeram de melhor – misturar referências pop com humor irreverente e o nonsense clássico dos desenhos -, há bem menos destaque e mesmo as brincadeiras com elementos populares ficam um pouco deslocadas, perdidas em tempo de Internet.
Se Shrek passa bastante tempo em seu terceiro filme reclamado sobre como ele mudou, é porque tem razão. “Shrek Terceiro” é mais uma engrenagem da caixa registradora verde que fatura milhões de dólares e abrirá portas para especiais de TV, musicais da Broadway e parques temáticos do que um pequeno oásis no cinema de animação geral, como foram os filmes do ogro mais querido.