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Júri de Nova Orleans absolve médica em um suposto caso de eutanásia

Folhapress
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Nova Orleans - A Justiça de Nova Orleans absolveu ontem uma médica acusada de matar quatro pacientes durante o caos que se seguiu ao furacão Katrina, segundo promotores americanos.

Um grande júri em Nova Orleans decidiu não condenar a médica Anna Maria Pou, que foi presa com duas enfermeiras do Centro Médico Memorial em junho de 2006, acusadas de assassinato em segundo grau. Pou e as enfermeiras Cheri Landry e Lori Budo foram acusadas de ministrar um coquetel letal de medicamentos a ao menos quatro pacientes, com idades entre 61 e 90 anos, enquanto o hospital era afetado pela falta de energia e cercado pelas águas da enchente. As três se declararam inocentes. “Acho que o júri considerou todas as provas, e considerou-as cuidadosamente”, disse o procurador do Distrito de Nova Orleans, Eddie Jordan. “E eles concluíram que nenhum crime foi cometido.”

No mês passado, Jordan afirmou que não iria acusar formalmente as duas enfermeiras em troca de seus depoimentos ao júri. Ao menos 34 pacientes morreram no Centro Médico Memorial nos dias após a passagem do furacão Katrina, em 29 de agosto de 2005. A prisão de Pou atraiu a atenção internacional e espalhou temor entre trabalhadores locais da área de saúde.

No começo deste mês, cerca de 500 manifestantes fizeram um ato em defesa de Pou. Em janeiro, o médico-legista da Paróquia de Orleans, Frank Minyard, baseado nos testes toxicológicos inconclusivos e no deteriorado estado dos corpos das supostas vítimas, se negou a classificar as mortes como homicídios.

A passagem do furacão Katrina pelo sul dos Estados Unidos, em agosto de 2005, provocou enchentes que inundaram 80% da área da cidade. Em cinco Estados da região, mais de 1.800 pessoas morreram, e os prejuízos ultrapassaram os US$ 81 bilhões. Foi um duro golpe também para a confiança do país na administração de Bush. A resposta inicial do governo à tragédia foi vista como falha. Na época, o presidente foi acusado de indiferença diante da sorte dos negros e pobres da região.

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