Dentro do contexto histórico de São Paulo, as ocupações no rio Tietê – consideradas bastante intensas – ecoam até 9.000 anos atrás. A pesquisadora Érica Robrahn Gonzalez ressalta que vários grupos indígenas ocuparam e reocuparam as áreas.

“Provavelmente, serão identificados sítios em todas elas (áreas), até porque os reservatórios são bastante extensos e nós temos uma grande quantidade de sítios arqueológicos existente em todo Estado de São Paulo. Então, o natural será encontrarmos sítios (nas áreas)”, afirma Gonzales, que é pesquisadora associada da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp).

A pesquisadora lembra que neste semestre já devem começar os trabalhos de campo do projeto elaborado pela concessionária de energia AES Tietê. “Vamos dar início aos trabalhos na área do reservatório (trabalho de campo), onde faremos justamente um levantamento no que se refere aos vestígios arqueológicos existentes nestas bordas dos reservatórios”, diz.

Além das hidrelétricas da região de Bauru, o projeto vai criar reservas arqueológicas próximo às usinas da AES em Caconde, Limoeiro, Água Vermelha, Euclides da Cunha, Nova Avanhandava e a PCH (pequena central hidrelétrica) Mogi-Guaçu. “A pesquisa arqueológica no Brasil mais tradicional produz conhecimento, mas leva ao esgotamento. Esse projeto é inovador, porque visa a conservação, valorizando e preservando a cultura brasileira”, acredita a pesquisadora.

O projeto inclui ainda um amplo programa de educação ambiental e de valorização do patrimônio cultural e histórico junto à comunidade. Dentro desse programa, nas atividades com a comunidade serão desenvolvidos trabalhos voltados para os professores da rede pública de 66 municípios do Interior de São Paulo envolvidos na iniciativa. O projeto prevê ainda, a criação de um site que será construído com o material dos pesquisadores e com histórias, fotos e documentos colhidos com os moradores, com o objetivo de reconstruir a história do País.

Caconde