Depois de viajar por cidades, vilas e montanhas - o percurso total de 900 quilômetros pela rota francesa leva em torno de 30 dias -, o peregrino ou mesmo o turista acidental que faz apenas uma parte do caminho, sem poder trazer para casa a “compostela”, vai querer saber o que vem a ser o símbolo (entregue apenas àqueles que fazem todo o percurso, devidamente carimbado e documentado).
O símbolo contém dois desenhos: a seta amarela indica a direção a ser seguida, e a outra, de forma estilizada, lembra a vieira, concha que os peregrinos levam pendurada no cajado ou na mochila (e que virou forma para o pão do restaurante citado).
Todas as cidades cortadas por algum dos percursos que levam a Santiago possuem esses desenhos, pintados ou encravados de algum modo, seja no chão, na fachada de igrejas românticas ou nas paredes.
Caso da encantadora Pamplona, capital da Comunidade Autônoma de Navarra (www.turismo.navarra.es), que é realmente esplêndida, como Ernest Hemingway fazia questão de frisar. O escritor norte-americano que adorava a Espanha - morou em várias cidades - freqüentava em Pamplona o Café Iruña (34-948-22-4293), na Plaza del Castillo, e se hospedava no quarto 217 do Hotel La Perla, bem na esquina ao lado. O edifício está sendo restaurado para abrigar um cinco-estrelas.
O café, de 1888, é um eterno convite para se provar as típicas rabas, como são chamadas as lulas fritas por lá. A porção custa 6,50 euros. A cerveja, se for no balcão custa mais barato: 1,70 euros, contra 2,50 euros nas mesinhas da área externa, no verão.
Por Pamplona, caminham os peregrinos com grandes mochilões nas costas para atravessarem a medieval Puente de la Madalena, do século 11, passando a parte interna da muralha pelo Portal de Francia. Cruzam as ruas estreitas antes de seguir rumo ao câmpus da Universidad de Navarra.
São muitos os caminhos que levam à Compostela, embora o mais freqüentado seja o francês, cruzando-se os Pirineus, no início do trajeto.
Hoje há uma infinidade de acessos que levam o peregrino a conhecer lugares longe da massificação com beleza singular e valor histórico, atravessando-se o País Basco, Cantábria e as Astúrias, em solo espanhol.