Os que se empolgaram com os combates do agente da CIA protagonizado pelo ator Matt Damon no cinema com a “Trilogia Bourne” já podem aprender as técnicas de lutar armado com uma caneta ou até mesmo um jornal sem que para isso precise tornar-se um espião. Uma academia de Bauru oferece o Kombato, arte de defesa pessoal semelhante à utilizada no filme. Na ficção, Damon vive Jason Bourne, um integrante da CIA treinado para ser um assassino profissional, mas que acaba sendo “apagado” pela organização, perde a memória e, aos poucos, vai relembrando detalhes de sua vida “esquecida”, como as técnicas de luta.

Para a realização do filme, Damon passou por treinamentos de Kali Silat, arte tribal filipina. Já o Kombato é uma arte desenvolvida, no final da década de 80, pela Marinha do Brasil com ingredientes do Kali Silat e do Krav Maga, técnica militar israelita. O Kombato foi desenvolvido em 1989 pelo mestre Paulo Albuquerque e é considerado hoje uma das mais eficazes técnicas de autodefesa, já que foi desenvolvida para a realidade brasileira. Outro aspecto que ressalta a eficiência do Kombato é a preocupação com a funcionalidade da arte. Todos os anos, os mestres que difundem a arte pelo País reúnem-se para avaliar a eficiência das técnicas.

Em Bauru, o Kombato chegou há menos de um ano por intermédio do professor Douglas Pastre Gonzales, um dos únicos professores da arte no interior de São Paulo. No Kombato, o praticante aprende a se defender utilizando objetos do dia-a-dia, como chave, celular, caneta, grampo de cabelo ou até um jornal saindo da posição de vítima e se tornando uma real ameaça ao agressor.

Segundo Douglas, a primeira ação ensinada no Kombato é a prevenção. “Para evitar situações de risco você deve evitar ir a lugares ermos determinadas horas do dia. Ensinamos uma técnica chamada PARE, que significa Prevenção, Ação e Reação. No caso de um assalto, por exemplo, ensinamos a não reagir, mas em casos onde o cidadão se encontra em situação hostil, como cercado por agressores, o Kombato ensina como sair da situação com segurança”, explica.

O segundo passo ensinado no Kombato é a RODA (Ronda Visual, Decisão e Ação). “Quando o indivíduo é atacado, ensinamos a observar a situação para em seguida tomar a decisão mais indicada para os diferentes casos”, afirma Douglas. O Kombato também possui técnicas específica para mulheres, onde é ensinado, entre outras coisas, como se livrar de situações de estupro.

Forças Armadas, organizações policiais e empresas de segurança já aderiram aos ensinamentos do Kombato e, em Bauru, o Batalhão Aéreo (do Águia) já fez o curso. Segundo Douglas, as técnicas ensinadas aos civis são diferentes das ensinadas aos militares. “As técnicas desenvolvidas para os militares não podem ser ensinadas aos civis por que vivem situações de perigo diferentes.” Academias de Bauru e de Pirajuí ministram aulas de Kombato. Os interessados em se aprofundar nas técnicas da modalidade podem entrar em contato com o professor Douglas pelo e-mail: kombatobauru@yahoo.com.br.