Dos 232 candidatos a vereador em Bauru, exatamente 12 pretendem retornar à Câmara Municipal de Bauru em 2009. A questão é que nem sempre a boa perfomance dos postulantes que já estiveram no Legislativo garante a reeleição. Entre os que voltam a tentar o retorno à Casa de Leis, a maioria apresentou votação significativa. Mas o resultado nas urnas depende da combinação, na eleição proporcional, com o desempenho da chapa ou coligação, a conhecida matemática para se atingir votos suficientes para atingir o coeficiente eleitoral.
Na disputa pelo retorno ao Legislativo, neste ano, estão postulantes que já sentaram na cadeira de representação popular por mandatos seguidos, caso de José Walter Lelo Rodrigues (PR), 65 anos, eleito por cinco legislaturas. Mas outros ocuparam o cargo público apenas uma vez e agora querem voltar à Casa.
Pastor evangélico e líder da igreja Manancial do Sião, Lelo foi eleito pela primeira vez em 1978 pela Arena. Conta que entrou na política porque foi “lançado” por alguns amigos. Acabou reeleito quatro vezes consecutivas e, na eleição de 2004, saiu derrotado das urnas. Nesse período, Lelo ficou por 22 anos no PTB e, antes de ingressar no PR, estava filiado ao PFL, hoje DEM.
Para ele, o vereador eleito precisa ter claro que deve trabalhar por demandas coletivas vindas de diferentes segmentos e não somente por um bairro da cidade.
Eleito vereador por duas vezes, o professor Isaias Daibém (PSB), 67 anos, sempre militou em partidos de esquerda. A primeira vitória nas urnas foi em 1977, quando estava no então MDB. Em 1982 tentou a reeleição já como petista, mas não obteve sucesso. Para ele, pesou o fato de ter sido um dos fundadores do PT em Bauru, partido que ainda engatinhava e que conquistou número insuficiente de votos. Daibém lembra que todos os seus colegas de MDB acabaram reeleitos. Sete anos depois, o professor retornou à Câmara, desta vez pelo PPS.
No Executivo, foi secretário municipal de Educação nas gestões de Tuga Angerami (1983-1988) e de Tidei de Lima (1993-1996). O candidato do PSB define a política como um serviço público nobre. Sua prioridade é dedicar-se ao ensino e fiscalizar o Executivo.
O advogado Paulo Agustinho (PSDB), 51, concorreu a quatro eleições para vereador. Em 1992 foi eleito pelo PTB e reeleito quatro anos depois pelo PDT. Nos dois últimos pleitos (2000 e 2004, respectivamente, pelo PTB e PPS) não conseguiu votos suficientes para ocupar uma cadeira no Legislativo local.
O caso de Agustinho é singular. Na última disputa municipal, por exemplo, ele obteve nada menos que 2.333 votos pelo PPS, votação expressiva que superou inúmeros candidatos no mesmo pleito. Detalhe: como o PPS não conseguiu atingir o coeficiente eleitoral (votos mínimos para o preenchimento de uma cadeira), Agustinho acabou ficando de fora.
Em relação ao processo atual, Paulo Agustinho, atual assessor do deputado Pedro Tobias (PSDB), elogia o rigor da lei eleitoral para a realização de campanha. Em sua opinião, as regras equilibram a disputa entre os que tem mais e menos condições financeiras.
Mais oito no páreo
Outros oito candidatos tentam ocupar novamente o cargo de vereador. Catarina Carvalho (PTB) é ligada a entidades assistenciais e à Associação de Pais para Integração Escolar da Criança Especial (Apiece) e guarda larga experiência na atividade legislativa.
Expedito Bonetti (DEM) tem envolvimento com a Polícia Militar e com representantes de classe da corporação. Também do Democratas, José Humberto Santana é professor de cursos de tecnologia e ligado a entidades sociais.
Do PDT vêm outros dois concorrentes: Rubens Spíndola e De Angelis Rino Biagio. O primeiro é advogado e ex-presidente do PSDB. Rino Biagio disputou quatro eleições para vereador: 1992; 1996; 2000; e 2004, mas só conquistou a vaga na Câmara Municipal em 1996, na oportunidade com quase 3.000 votos.
O PSB tem dois candidatos que tentam retornar ao Legislativo: Luiz Roberto Relvas dos Santos e José Carlos Zito Garcia (PSB). Relvas é professor de cursinhos universitários, especialista em biológicas, escritor e palestrante de orientação sexual para jovens. Zito teve atuação na Secretaria Municipal de Planejamento (Seplan) e tem militância na organização de feiras livres e agricultura familiar.
Dois outros postulantes a uma cadeira na Câmara estão com o registro de candidatura apto, mas apresentam indeferimento para a disputa até este momento e dependem do julgamento de recurso judicial. O jornalista, ex-vereador e ex-prefeito Nilson Costa (PR) tenta reverter no Tribunal Superior Eleitoral (TSE) situação de inelegibilidade devido à rejeição de suas contas referentes ao exercício do cargo de prefeito nos exercícios de 2001 e 2002.
O ex-presidente da Câmara Municipal e da Emdurb e atual vice-prefeito de Bauru, Renato Purini (PMDB), teve de recorrer do Tribunal Regional Eleitoral (TRE) para buscar o deferimento ao registro de sua candidatura. É que a Justiça local não aceitou parte das informações prestadas por Purini, em razão de haver pendente um recurso em defesa das contas da Emdurb relativas a 2005, quando presidia a empresa.