Canela - Um recém-nascido se moveu e produziu sons durante o próprio velório, ontem, em Canela (122 quilômetros de Porto Alegre), dizem parentes do bebê. Levado de novo ao hospital, teve a morte constatada pela segunda vez. A polícia determinou a exumação do corpo da criança.

Bryan Velhos Padilha teve a “primeira morte” constatada às 23h30 de anteontem, de parada cardiorrespiratória, 90 minutos após o parto. O avô da criança, Mário Padilha, disse que parentes viram o bebê se mexendo no caixão. Segundo ele, o neto chegou ao hospital respirando e com batimentos cardíacos. Mas, às 5h, houve nova constatação da morte. O hospital não confirma nem nega. Os médicos divulgam hoje nota técnica sobre o caso.

A Polícia Civil de Canela (RS) deu início ontem a uma investigação a respeito da morte do recém-nascido. O delegado responsável pelo caso foi na manhã de ontem até o hospital Caridade e pegou uma cópia do prontuário médico de atendimento a mãe. Segundo os registros, a mãe deu entrada no serviço médico na manhã de terça-feira e aguardou pelo parto natural. Os procedimentos para a realização do parto tiveram início por volta das 20h do mesmo dia.

Os médicos constataram que a criança teve a parada cardiorrespiratória logo após nascer. Os profissionais tentaram reanimá-la durante uma hora e meia, sem sucesso. O corpo da criança foi entregue para os responsáveis para que o enterro fosse providenciado.

Por volta das 3h de anteontem, já no velório, parentes disseram que viram o bebê respirar. Telefonaram para o hospital e em seguida levaram o corpo da criança. Os médicos fizeram novos exames e constataram que de fato a criança já estava morta. Devolvida aos pais, foi enterrada anteontem.

José Machado, da administração do hospital, defende que não houve problema no atendimento e no diagnóstico dos médicos. “É uma fatalidade. Os próprios médicos extrapolaram tudo que poderiam ter feito”, afirma.