Bairros

Frigorífico Mondelli atende todo o Estado

Wagner Carvalho
| Tempo de leitura: 3 min

O consumo mensal de carne bovina dos bauruenses se aproxima de 2,5 milhões de quilos por mês. Parte desse total é fornecido por um dos maiores frigoríficos do Estado e que se encontra instalado em Bauru. É o frigorífico Mondelli, que destina 30% do que produz mensalmente para o mercado bauruense.

De acordo com Roberval Neves dos Santos, gerente executivo do frigorífico, os cortes bovinos e suínos são os principais produtos da empresa, que também fabrica produtos derivados dessas carnes. Além disso, são produzidas carnes secas e curadas, diversos tipos de lingüiças, hambúrgueres e prontsteak suínos e bovinos. Já o mercado externo é abastecido com cortes suínos e miúdos.

Luiz Henrique Cabral da Silva, superintendente do controle de qualidade do frigorífico, conta que nessa época do ano são abatidos cerca de 650 animais bovinos diariamente e 150 suínos por semana. “A capacidade de desossa diária de animais no frigorífico é bem maior e chega a 1.500 peças”, relata Silva.

De acordo com Santos, o Estado consome cerca de 70% da produção de carne bovina do frigorífico. Os maiores consumidores são Bauru e a Capital paulista. Já o restante é destinado para exportação. “Temos 900 funcionários atuando em dois turnos de trabalho”, conta.

Silva relata que os fornecedores de animais para o abate estão no Estado, incluindo criadores de Bauru e de cidades da região. Ele relata que esporadicamente o frigorífico vai buscar animais no Mato Grosso do Sul e em Minas Gerais.

Além de comercializar a carne, o Mondelli também industrializa os ossos, sangue, pêlos, casco e chifre. Ração animal e pincéis são alguns dos produtos que resultam do aproveitamento desses materiais.

Silva explica que os animais são inspecionados antes e durante todo processo produtivo por veterinários oficiais do Ministério da Agricultura (MA) e que o processo de abate e manipulação dos animais dentro do frigorífico segue normas determinadas pelo próprio ministério. Caso essas regras não sejam seguidas, a carne não recebe o carimbo do Sistema de Inspeção Federal, indicando que não está apta para ser comercializada.

No transporte, chegada, alojamento, repouso, hidratação, manejo e abate dos bovinos são empregadas técnicas de abate humanitário, que visam o bem-estar desses animais durante todo o processo. “Além das normas determinadas pela secretaria, termos regras internas para garantir a qualidades dos produtos que saem da nossa linha de produção”, ressalta Silva.

Os métodos de controle de qualidade durante o processo de produção, embalagem, armazenagem e expedição de produtos são desenvolvidos e monitorados pelo Controle de Qualidade Mondelli.

De acordo com Santos, a manipulação da carcaça bovina resulta em mais de 25 cortes diferentes, distribuídos em embalagens de aproximadamente 40 quilos cada uma. Já a divisão suína é menor, mas o aproveitamento também é grande.

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Produtores

Tanto os criadores de animais bovinos quanto suínos da cidade seguem normas rígidas para poder fornecer animais para o abate em frigoríficos. Mas em Bauru é possível encontrar pessoas que investem principalmente na criação de suínos para a comercialização direta, ou seja, o interessado vai até o local onde o animal está sendo criado para comprar, na maioria das vezes, o animal ainda vivo.

Em geral, os proprietários dessas áreas, por mais que se esforcem, não conseguem atender às condições de higiene exigidas. Nesses locais, presentes na periferia ou em área de favela, os animais são abatidos pelos próprios criadores e comercializados.

No Parque das Nações e no Jardim Nicéia, diversos moradores fazem da criação de porcos uma das principais fontes de renda. Em um bairro da cidade, a reportagem encontrou cerca de 400 porcos, que são criados para a venda direta ao consumidor. De acordo com o proprietário, a maior parte dos porcos e também dos javalis criados ali já está encomendada por clientes de Bauru.

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