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Cerca de 70% da vegetação em Bauru está preservada, diz professor da Unesp

Luciana La Fortezza
| Tempo de leitura: 2 min

Cerca de 70% do cerrado de Bauru estão em unidades de proteção, segundo estimativas do professor Osmar Cavassan, do Departamento de Ciências Biológicas da Universidade Estadual Paulista (Unesp). Os outros 30%, aproximadamente, estão em áreas privadas, sujeitas à devastação.

“Existe ainda possibilidade (de devastação), mas hoje é mais difícil. O DPRN (Departamento Estadual de Proteção dos Recursos Naturais) somente autoriza desmatamento em áreas do cerrado em situações muito especiais, mesmo em áreas não protegidas”, explica Cavassan. Neste caso ainda exige a manutenção de uma área da vegetação. Em entrevista, o professor recordou também a intensa discussão sobre o futuro da área que ficou conhecida como floresta urbana, no Parque Água Comprida.

Depois que o Jornal da Cidade deu início aos debates sobre o projeto para a construção de um conjunto de prédios em parte da área ocupada atualmente pela mata, a população de Bauru despertou para a importância da manutenção daquele espaço. Em áreas de preservação estão a reserva legal da Unesp, o Jardim Botânico Municipal (com alguns pontos de mata próximo aos rios) e a reserva ecológica Sociedade Beneficente Doutor Enéas de Carvalho Aguiar, onde está situado o Instituto Lauro de Souza Lima.

Mas a situação de Bauru é exceção frente a outras regiões paulistas. Do cerrado original, que cobria 21% do Estado, restou apenas 1%. Na época, os outros 80% eram de mata. Bauru contava com os dois tipos de vegetação. À esquerda do Rio Bauru, sentido Bela Vista, havia mata. Para o lado da Unesp, cerrado. Para mantê-los preservados atualmente, a população deve denunciar desmatamentos irregulares, alerta Amilton Marques Sobreira, presidente da Associação SOS Cerrado.

De acordo com ele, qualquer um, seja militante ecológico ou não, pode avisar a Polícia Ambiental de algo suspeito. “Tem gente que diz que precisa de lei. Mas o artigo 225 da Constituição Federal tem vários incisos sobre preservação ambiental, que é um direito garantido a todos nós, de maneira que qualquer cidadão pode tomar providências”, reitera Sobreira. Para ele, a consciência ambiental deve ser iniciada já na infância e sempre reforçada por campanhas da imprensa, por exemplo.

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