Bauru já tem um novo cemitério com capacidade para 25 mil túmulos. A grandeza, no entanto, não é o único diferencial. Moderno, ele valoriza a acessibilidade. Com conceito de parque, o Jardim dos Lírios, situado no Distrito Industrial 3, às margens da rodovia Bauru-Marília, próximo à torre da Embratel, tem acesso interno para veículos. Sem obstáculos, idosos e pessoas com deficiência também conseguem transitar sem dificuldades.
Até mesmo ônibus, eventualmente fretado por famílias, é capaz de aproximar-se da área de túmulos. Neste caso, o acesso é lateral. Quem prefere caminhar pelas largas alamedas desfruta de um paisagismo diferenciado. “Abrimos as ruas de forma a não mexer nas árvores. Iniciamos um parque já com árvores grandes, preservadas. Cumprimos todas as regras, inclusive de arborização”, comenta Lucia Helena Costa, proprietária do cemitério e da Organização Terra Branca.
Para manter uma única árvore nativa, conhecida popularmente como amendoim, 80 túmulos deixaram de ser feitos. Cercada por lírios e bancos, o ponto foi batizado por ela como “cantinho da reflexão”. Em sete alqueires, apenas sete árvores foram retiradas e, devidamente com autorização do Departamento Estadual de Proteção de Recursos Naturais (DEPRN).
“A vantagem de um cemitério novo é a adequação às novas legislações. São mais restritivas em relação aos cemitérios antigos”, acrescenta o também proprietário Rogério Costa Colnaghi. Os banheiros são grandes e contemplam as pessoas com deficiência. Ao todo, são dez sanitários - 5 femininos e 5 masculinos.
“Tudo aqui foi estudado, é ideal para um cemitério. Desde 2000 estamos estudando para viabilizá-lo”, informa Lucia Helena. O Jardim dos Lírios conta com sala específica para velório e capela que pode, inclusive, ter a mesma finalidade. Ainda dispõe de outra para a administração. Moderno, não deixou de lado o velário (onde as velas são acesas). Como reza a tradição, será num cruzeiro. Mas a cruz, no caso, é vazada, conta a também proprietária Selma Maria de Aguiar Colnaghi.
Símbolo da pureza e da paz, o lírio participa do nome do cemitério porque o logotipo da Organização Terra Branca se parece com ele. “Essa área foi comprada em 1976 pelo meu sogro, João Batista Colnaghi, justamente para fazer um cemitério. Ele faleceu em 1979 e não realizou o sonho. Agora tornou-se realidade. Isso para a gente é muito importante porque somos uma empresa familiar. Esse sonho de investir na cidade vem de muito tempo. A Terra Branca é uma empresa com raízes em Bauru. As pessoas são daqui”, conclui Lucia Helena.
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Comercialização começa dia 15
A comercialização de túmulos do Cemitério Jardim dos Lírios e planos começa, oficialmente, no dia 15 deste mês. A partir de então, os contratos e o material publicitário estarão disponíveis.
Ainda assim, o Jardim dos Lírios já tem condições de fazer sepultamentos imediatos (pronto-atendimento), em caso de necessidade. O primeiro, inclusive, foi realizado no dia 1 de setembro. Estão prontos 1.200 túmulos.
Quem já tem o plano da Organização Terra Branca poderá agregar o cemitério parque. Basta fazer um contrato anexo.
O velório poderá ser realizado tanto no cemitério quanto no Centro Velatório, na quadra 5 da rua Gerson França, nos velórios da Vila Falcão (quadra 7 da rua dos Andradas) ou no Núcleo Mary Dota (quadra 10 da avenida Marcos de Paula Raphael). O cemitério funciona em horário comercial, embora abra todos os dias, inclusive feriados.
Independentemente do cliente, quem se interessar neste ano, contará com um preço inferior ao de mercado (em torno de 40%), informa o proprietário Rogério Costa Colnaghi. “Esse é o primeiro cemitério da Organização Terra Branca. Estamos no mercado desde 1962.”
A empresa oferece serviço funerário, de velório, atendimento de convênio na área de saúde e ainda acessórios para convalescentes (como cadeira de rodas), além de ambulância (previamente agendada) e até seguro - parceria com a Mapfre.
• Serviço
Outras informações podem ser obtidas pelo telefone (14) 3223-8011 ou na Praça Dom Pedro, 4-74.
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Crematório
Em 2012, quando a Organização Terra Branca completar 50 anos, a expectativa é colocar em funcionamento o primeiro crematório de Bauru e região. “Os estudos já foram feitos, mas temos que voltar os trâmites com os órgãos públicos. Isso pode levar até mais de um ano. Depois, mais um ano construindo”, diz o proprietário do Cemitério Jardim dos Lírios, Rogério Costa Colnaghi.
Com ou sem crematório, em respeito às famílias, não será permitida qualquer comercialização de produtos - como flores, por exemplo - no interior do Jardim dos Lírios. O ideal é que a pessoa traga um vaso de flor artificial em homenagem ao morto, já que flores naturais sofrem resistência da Vigilância Sanitária.
“O próprio regulamento interno prevê isso. Não poderá plantar aqui porque é um cemitério parque, tem padronização”, esclarece. Já as tradicionais barracas de flores situadas em frente aos cemitérios, não têm qualquer relação com o Jardim dos Lírios. Como ficam na rua, precisam de autorização da prefeitura. “Procuramos o que tinha de melhor no Brasil”, comenta Lucia Helena Costa.
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Nações Norte
Quando estiver concluída, a avenida Nações Norte terminará a, praticamente, 200 metros do Cemitério Jardim dos Lírios, no Distrito Industrial 3. Independentemente do andamento da obra, todo o acesso ao cemitério já é asfaltado. O local conta com iluminação, que viabilizará eventuais sepultamentos noturnos. “Não é nosso objetivo realizar sepultamento noturno, mas temos condições de fazer. A gente também colocou (iluminação) para facilitar a segurança”, explica o proprietário, Rogério Costa Colnaghi. O sistema de monitoramento contará com 13 câmeras 24 horas ao dia, além de alarme. Para também facilitar a segurança, as lápides terão placas de acrílico e não de bronze, que é atrativo para eventuais furtos. A novidade evita preocupações da família com relação à limpeza.
“Tudo é feito pela nossa equipe o ano todo”, finaliza Lucia Helena Costa, também proprietária do cemitério e da Organização Terra Branca. Para marcar o início dos trabalhos, no dia 2 de novembro, Dia de Finados, serão realizados missa e culto na capela do Cemitério Jardim dos Lírios.
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Túmulos especiais
Os túmulos do Cemitério Jardim dos Lírios têm três gavetas cada, com dimensões especiais. Todos eles contam com um metro e seis de largura por dois e quarenta de cumprimento e 65 centímetros de altura. Além de acolher uma urna grande, quando recebe uma normal, resta espaço para eventuais exumações.
O prazo legal para exumar é de, no máximo, três anos. O contrato do cemitério prevê, porém, cinco anos. “A gente percebe que o ideal são cinco anos. A exumação pode ser solicitada antecipadamente, mas geralmente é feita no momento de um segundo sepultamento”, informa o proprietário Rogério Costa Colnaghi. De acordo com ele, além do padrão ser maior em relação aos cemitérios tradicionais, o Jardim dos Lírios é ecologicamente correto.
“Não vai agredir o meio ambiente. Nem o solo, nem o lençol freático. Não permite que o chorume desça. Ficará dentro do jazigo. Vai evaporar. Claro que isso vai levar cinco anos. Aqui, tudo é estruturado, cimentado e impermeabilizado. Tudo conforme as regras exigem”, destaca. Além disso, o Jardim dos Lírios está situado num dos pontos mais altos de Bauru. O endereço é rua Iracema Cândida Posca, 1-100, no Distrito Industrial 3.
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Cidade já tem 6 necrópoles
Bauru tem quatro cemitérios municipais - da Saudade, São Benedito, Redentor, Cristo Rei - e dois particulares - Jardim do Ypê e Memorial Bauru, o cemitério vertical. Por dia, em média, são sepultadas oito pessoas na cidade. Com o aumento no número de sepultamentos, o espaço nas necrópoles municipais está quase no fim.
O Cemitério da Saudade, por exemplo, está lotado. A família que não tem jazigo no local só consegue vaga através de transferência do terreno, o que é possível se quem tem espaço no cemitério quiser passar o direito de uso. O Cemitério São Benedito, que fica na Vila Falcão, também não tem espaços liberados para enterros, somente nos jazigos já existentes. Entre as necrópoles municipais, a opção com mais vaga atualmente é o Cristo Rei, localizado no Parque Roosevelt, com espaço para sepultamentos por mais 10 anos. O Cemitério Jardim do Ypê, inaugurado em 1971, no Parque das Nações, em Bauru, já possui 8 mil corpos sepultados.