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Desamarre o burro

Orson Peter Carrara
| Tempo de leitura: 2 min

A conhecida expressão popular “amarrar o burro” significa zangar-se, ficar amuado, “emburrado”, ou seja, contrariado, chateado. É comum no comportamento humano. Hábito comum na infância transfere-se muitas vezes para a vida adulta. São aquelas pessoas que se melindram por pequenas coisas, desgastam-se em chateações que podem ser evitadas e normalmente causam constrangimentos no ambiente onde estão.

Hábito infeliz, desnecessário, precisamos todos aprender a renunciar à tendência humana de chatear-se com facilidade, como se fôssemos o centro do universo e dos interesses. Gerador de tormentos voluntários que poderiam ser evitados simplesmente com a aceitação racional das contrariedades enfrentadas, a expressão popular é injusta com o útil e obediente animal que tanto tem servido à humanidade.

É fácil reconhecer um “emburrado”. É a “cara fechada”, a expressão de contrariedade, as respostas ríspidas e nervos à “flor da pele”. Para que? A que leva isso? Apenas a tormentos interiores desnecessários. Viver com alegria, com otimismo, é muito mais sábio e produtivo.

Quem “emburra” perde momentos preciosos de alegria e convivência, deixa de viver, pois que normalmente isola-se ou se permanece no ambiente, não ouve - ou não quer ouvir -, não vê e, quando fala, traduz em palavras toda a contrariedade. Os exemplos e comportamentos são bem conhecidos: batem a porta, largam o prato de comida e saem bravos da mesa do almoço ou jantar; fecham a cara e não ouse falar com eles, pois lá vem a tempestade verbal.

Estamos falando de outras pessoas. E nós, temos “emburrado”? Como estamos no relacionamento? Chateamo-nos com muita facilidade ou somos abertos ao diálogo e ao entendimento das adversidades que nos ocorrem?

Tais questionamentos são importantes porque nos permitem análise de nós mesmos, impedindo esses estados de “amarrar o burro” por ocorrências muitas vezes sem qualquer importância. Libertemo-nos disso. Viveremos com mais suavidade! Muito melhor optar pela alegria, inclusive pelas conquistas alheias, e focar atenção nas oportunidades diárias de aprendizado.

O autor, Orson Peter Carrara, é escritor e orador espírita

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