Tão populares quanto o Carnaval, as brasileiríssimas festas que homenageiam Santo Antônio, São Pedro e São João são herança da cultura cristã trazida pelos europeus e tiveram sua origem lá em Portugal, nas festas das colheitas. No Brasil, ganharam tradição e receberam o nome de festas juninas simplesmente porque acontecem em junho. No início eram festas joaninas, de São João.
De acordo com o professor de história Carlos Schweter, a tradição cristã conta que o pai de São João ficou tão feliz com o nascimento do filho que fez a maior barulheira para dar vivas ao nascimento dele. “Por isso as bombinhas e os rojões foram incorporados às festas juninas brasileiras. Elas significam alegria em homenagem aos santos”, explica.
Mas de onde vêm os fogos de artifício que tanto encantam com seu barulho e cores e que mais parecem mágica no céu? Os chineses descobriram a pólvora sem querer, quando tentavam encontrar o elixir da longa vida e, com o tempo, perceberam que misturando o produto explosivo com determinadas substâncias eram criadas cores brilhantes em explosões de pólvora.
Então, cabuuumm!, nasciam as primeiras exibições de fogos nos céus que despertam o sorrisos e o brilho no olhar de crianças como Beatriz Caroliny Rosi Martins, 9 anos. “Adoro esta época do ano, porque assim como nas festas de Ano Novo e Copa do Mundo, o céu fica colorido com os fogos. Sempre peço para meu pai comprar quando a família faz festa junina”, conta.
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É bonito lá de longe
Acidentes com rojões, bombinhas e fogos são comuns, principalmente nesta época do ano com tanta festa junina esquentando por aí. Por isso, todo cuidado é pouco. Para crianças, o melhor mesmo é não chegar nem perto dos fogos que, manuseados de maneira errada, podem causar sérios ferimentos. O alerta é do tenente do Corpo de Bombeiros Mário Augusto Damiati.
O tenente explica que alguns rojões, por exemplo, podem vir com defeito e estourar nas mãos do festeiro. “Se a criança estiver por perto, poderá ser atingida por fagulhas ou pela carga explosiva que pode não subir e estourar perto dela.”
Queimaduras leves ou até mesmo graves hematomas são as feridas mais comuns em acidentes com fogos. “Porém, em alguns casos, pode até haver a necessidade de amputação das mãos ou braços”, alerta o tenente.
Bombinhas ou traques também podem ser perigosos para crianças, principalmente para as menores. Por isso, os bombeiros não aconselham o uso dos estalinhos. O bom mesmo é curtir o espetáculo em uma distância segura. Os fogos lindos e soltos lá em cima, e você aqui no chão, bem feliz e seguro.
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O espetáculo da química
Os fogos de artifício são compostos principalmente por pólvora, uma substância altamente explosiva. Eles são uma espécie de dispositivo envolvido em um cartucho de papel em forma de cilindro. Dentro dele fica a carga explosiva que é arremessada ao céu.
Segundo a professora de ciências Lígia Remaeh, a carga é formada por um tubo de explosão, ou seja, um morteiro simples (canhão curto e de boca larga) que é carregado com pólvora. Há dois pavios, um para a carga que é arremessada para o alto e que queima mais rápido, e outro para a bomba, que é mais demorado para que exploda somente no céu.
Para criar figuras, as bombas possuem uma carga de pólvora no centro e um suporte de papelão no mesmo formato do desenho desejado. “No contorno desse suporte são coladas cápsulas que contém a mistura química que as transformará em um ponto luminoso e colorido da figura”, explica a professora de ciências.
Já as diferentes cores são obtidas com a utilização de diferentes produtos químicos que são misturados com a pólvora, como alumínio e cobre.