Era uma vez um rei que vivia em um castelo. Este seria um bom início para uma historinha, não é? Mas foi assim que viveu Luís XVI, no século 17. Nas festas que ele dava, havia um curioso hábito: ler contos de fadas.
Exatamente! Isso não é coisa apenas de criança (nem só de menininha). Naquela época, as histórias que os camponeses contavam chamaram a atenção da realeza. O sucesso foi tanto que o escritor Charles Perrault resolveu escrevê-las em um livro.
Na verdade, quase não tem fada nessas histórias. O que precisa ter mesmo é passar uma mensagem. Em Chapeuzinho Vermelho, por exemplo, a “lição” é que não é legal desobedecer aos pais. No conto do Pinóquio, o importante é não contar mentiras.
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A origem das fadas
Mas por que os contos de fadas têm este nome se quase não há fadas neles?
Elas foram “emprestadas” da mitologia dos celtas, que viveram na Europa muito antes de Cristo. Quando Perrault adaptou as histórias para os livros, ele trocou os horríveis monstros pelas fadas. Com seus vestidos e chapéus pontudos, elas combinaram mais com os reis e castelos da época.
Contadores clássicos
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Irmãos Grimm
No século 19, a Alemanha se envolveu em várias guerras e surgiu nas pessoas um sentimento de ressaltar o que havia de bom no país. Os irmãos Wilhelm Karl Grimm e Jacob Ludwig Karl Grimm viviam nessa época e também quiseram valorizar a forma como o povo alemão contava histórias.
Por isso, eles acabaram reescrevendo vários contos (até alguns de Perrault). Nos livros dos Grimm, a floresta tem mais importância, como em “João e Maria”, “A Princesa e o Sapo” e “Branca de Neve”. Mais do que lições de moral, eles queriam falar de coragem e justiça.
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Andersen
Hans Christian Andersen nasceu em uma família muito pobre da Dinamarca, no século 19. Seus contos de fada são tidos como modernos, pois quase não têm princesas, castelos e coisas do tipo.
Como os outros, ele criou versões de histórias clássicas, mas também inventou outras: “O Patinho Feio”, “Polegarzinha”, “A Pequena Sereia” e “Soldadinho de Chumbo”.
Nas suas histórias, é sempre frio e há neve (como é na Dinamarca), mas isso não impediu o rei de sair de casa nu, no conto “A Roupa Nova do Rei”.
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Charles Perrault
Nasceu em 1628, em Paris, e era um homem rico e culto. Quando sua mulher morreu, ele teve de cuidar sozinho dos três filhos pequenos.
Naquela época, as crianças eram tratadas como adultos em miniatura. Foi então que surgiu a ideia de que elas mereciam tratamento diferente. E as histórias que eram contadas por adultos foram adaptadas para as crianças. Elas eram importantes para dar lições de moral.
O primeiro conto escrito por Perrault foi “Pele-de-Asno”. Depois, ele adaptou “A Bela Adormecida” e “Chapeuzinho Vermelho”.