Morreu ontem, aos 65 anos de idade, o renomado cirurgião plástico Valter Luiz Prado Curvêllo, em Bauru. Membro de uma família tradicionalmente dedicada à medicina, ele foi o idealizador da primeira unidade de queimados da cidade.
Nascido em Bauru, Valter era filho de Arnaldo Prado Curvêllo, médico que realizou a primeira cirurgia cardíaca de Bauru - e que deu nome ao Hospital Estadual (HE) - e tio de Eduardo Curvêllo Tolentino, diretor regional da Associação Paulista de Medicina (APM).
Junto com a família, o cirurgião plástico prestou grande contribuição à medicina da cidade e região, conforme lembra Carlos Alberto Monte Gobbo, conselheiro do Conselho Regional de Medicina do Estado de São Paulo (Cremesp).
“Ele foi um marco na cirurgia plástica e teve uma atuação muito importante na área de queimados. A primeira unidade de queimados, montada ainda no Hospital de Base, foi ele quem idealizou. Depois ela foi transferida para o HE e ele continuou trabalhando. É uma área difícil, para quem tem nervos de aço, mas ele tinha uma dedicação muito grande”, comenta.
“Perda irreparável”
Amigo de longa data, Gobbo conta que Valter sempre foi uma pessoa bem-humorada e ativa. “Estive recentemente com ele e me pareceu bem, ele tinha um astral altíssimo. A notícia do falecimento dele foi um choque. É uma grande perda para a medicina, sem dúvida”, destaca.
O sobrinho Eduardo Tolentino lembra que, na intimidade, o tio tinha uma postura amável e carinhosa, além de ser um exemplo para a geração mais nova da família. “Para mim, ele sempre foi uma referência profissional. Continuo tendo uma admiração profunda por ele, que foi uma influência para todos nós da terceira geração que decidiram seguir a profissão de médico”, pontua.
A morte do cirurgião, segundo Tolentino, foi repentina e surpreendeu a todos os parentes que conviviam com ele. “Estamos muito abalados, é um momento de dor para todos nós, uma perda irreparável”, lamenta. Valter deixa viúva Purita Soares de Rapyo Prado Curvêllo e os filhos Victor e Patrícia. Seu corpo está sendo velado no Salão Nobre 2 do Centro Velatório Terra Branca, na rua Gérson França, 5-55. O sepultamento está previsto para as 11h de hoje, no Cemitério da Saudade, onde ficará junto de seu pai.
"Formamos uma família linda e vivemos uma grande história de amor". Estas foram algumas das poucas pa-lavras proferidas ontem pela esposa Purita. Segundo ela, Valter era um homem de Deus e nos últimos tempos estabeleceu uma fraternal relação com os padres marianistas.