São Paulo - O homem acusado de atacar um jovem com um taco dentro de uma livraria em São Paulo deve ser transferido para um manicômio judiciário. A decisão da juíza Tânia Magalhães Avelar Moreira da Silveira, do 1.º Tribunal do Júri de São Paulo, ocorreu em audiência realizada ontem.
Após ouvir o acusado, o Ministério Público e a Defensoria Pública, a juíza decidiu também instaurar “incidente de verificação de sanidade mental” para que Alexandre Aleixo, 38 anos, possa ser examinado. Um laudo do Instituto Médico Legal (IML) vai determinar se ele sofre de algum distúrbio mental.
De acordo com a juíza, a transferência para o manicômio judiciário serve para “resguardar a integridade física dos acusado, bem como dos demais detentos recolhidos no estabelecimento prisional” em que se encontra. Enquanto o laudo não for anexado aos autos, o processo fica suspenso.
De acordo com a promotora da Justiça Maria Gabriela Steinberg, um médico do presídio onde Aleixo está detido diagnosticou um quadro de esquizofrenia durante um procedimento de rotina.
Steinberg participou da audiência de ontem e contou que Aleixo fala de forma desconexa. O raciocínio do acusado, segundo a promotora, “não segue o de pessoas normais”.
Durante o inquérito, o acusado já havia dito que, ao atacar o estudante e designer Henrique Carvalho Pereira, pretendia atingir a Livraria Cultura. Ontem, segundo a promotora, ele afirmou que queria “chamar a atenção da mídia para punir os pagãos que perseguem os cristãos” e que poderia ter atingido qualquer pessoa.
Ele também mencionou diversas vezes o caso Eloá - jovem assassinada pelo namorado em 2008 - e passagens da Bíblia.