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Populares da web mostram caminhos

Luiz Beltramin
| Tempo de leitura: 7 min

Quem nunca quis popularidade? Na escola, no trabalho, na balada.... Em quase toda circunstância, é sempre bacana atingir notoriedade, independentemente das habilidades que possuímos.

O surgimento e consolidação de novas ferramentas tecnológicas, obviamente a Internet como carro chefe, propicia a popularidade virtual. Desta forma, muitas vezes anônimos fora da rede, alguns personagens - pode ser nosso vizinho, colega de emprego ou um parente - ganham fama (e $$$ grana $$$) no mundo virtual.

A possibilidade de cativar seguidores nas mídias sociais e entrelaçá-las a blogs e home pages impulsiona ainda mais a audiência de quem pretende formar opinião, entreter, mobilizar a sociedade em torno de uma causa ou faturar.

Porém, mais do que cativar um bom contingente de leitores, seguidores ou clientes, sobretudo, é fidelizar o público. Da mesma forma como somos facilmente vistos, se usamos as ferramentas e estratégias corretas, somos esquecidos também num piscar de olhos, ou melhor, num simples clicar.

E, para manter a audiência, nada mais simples, porém nem sempre tão fácil de fazer, do que oferecer qualidade constante de material no ar, ou no "português claro", ter algo relevante a dizer. Além disso, o direcionamento do veículo, principalmente em termos de sites e blogs, deve ser preciso.

Do contrário, o "balaio" virtual afasta os internautas, recomendam especialistas em comunicação e Internet. "O conteúdo deve ser atrativo e mantido desta forma constantemente. O importante também é que haja um foco", orienta Ricardo Almeida, especialista em negócios na web.

Para tanto, o autoconhecimento dos próprios mantenedores das páginas é fundamental, acrescenta. "Quem se habilita a abrir um site ou blog precisa, antes de tudo, conhecer muito bem a si mesmo", ensina Almeida, autor de "Mirando Resultados" (Editora Novatec, 205 páginas), livro que aborda planejamento estratégico na web.

Afora isso, quem tem o que dizer e quer que o mundo acompanhe seus pensamentos, a partir daí, é tomar a iniciativa e cair no universo virtual, incentiva o especialista. "O primeiro passo é abrir (página eletrônica) mesmo", simplifica. "Em seguida, busque sempre manter uma linha de coerência e mídias em que se sinta mais confortável. Fazer porque gosta também é fundamental. A comunicação se torna mais natural", aconselha Almeida.


Credibilidade


Mesmo democrática, a Internet também é seletiva por natureza quando a preocupação é confiabilidade nas informações. Credibilidade não se constrói do dia para a noite e é comum muitos blogueiros conquistarem uma grande legião de leitores, que os abandonam num simples clicar na primeira "comida de barriga" (jargão jornalístico que designa informação deturpada).

"O internauta é muito crítico e a rede está cheia de sites em que não se pode confiar", observa Ângela Maria Grossi, doutora em ciência da informação. Aprofundada no estudo da apropriação da informação em ambientes virtuais, a acadêmica, entretanto, ressalva que é possível fidelizar audiência num site independentemente do veículo estar atrelado a empresas já consolidadas em outras mídias. "O conteúdo, acima de tudo, tem que ser de qualidade. É o principal", aponta.

"Um site pode até ser dotado de recursos visuais, que chamam o internauta, mas o que prende é o conteúdo, além da questão da interatividade, do retorno. Hoje o público sente a necessidade dessa troca", ressalta.

Intercalar mídias sociais (twitter, facebook, orkut) com sites e blogs também é uma inteligente forma de divulgação, com a possibilidade de direcionamento entre uma e outra, recomenda a estudiosa. A "via de mão dupla" que é a web também não pode ser desprezada, acentua. "Os visitantes também procuram canais de interatividade, onde possam comentar, responder, se expressar também", acrescenta.

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Simplicidade e paciência


Internet e velocidade são praticamente considerados sinônimos. Porém, em casos de pessoas que apostam em receber audiência na rede, uma das maiores ferramentas é mesmo aquela "paciência de pescador".

E foi de maneira calma, gradual e, principalmente, natural que a blogueira Fernanda Patrícia Albelo Pinto fisgou o público da página "B de Brigadeiro" (http://bdebrigadeiro.blogspot.com/), especializado, como o próprio nome diz, em dicas de doces para fazer em casa.

Técnica em nutrição, ela montou o blog sem grandes recursos, apenas com as ferramentas disponibilizadas pelo próprio site provedor do serviço gratuito de publicação. Na base do boca a boca, conta, chegou até a ter seus ensinamentos aproveitados por internautas nos Estados Unidos, Europa, Japão e países africanos. "Hoje tenho ajuda das mídias sociais também. Mas no início foi no boca a boca mesmo", orgulha-se a dona do blog, hoje com média mensal de 4 mil visitas.


Em busca


O Google, ferramenta de busca mais utilizada no mundo, também é instrumento eficaz para atrair público e, logicamente, clientela. É dessa forma que Fábio Marinari, proprietário da loja virtual de tênis esportivos "Showtênis" (www.showtenis.com.br), vende seu peixe na rede.

Para tanto, ele não utiliza o sistema de busca da maneira convencional, como se costuma fazer para encontrar determinado site ou sanar algum tipo de dúvida.

Recentemente, o comerciante virtual participou de um curso, denonimado "Google Marketing", projeto em que aprendeu a utilizar recursos pouco conhecidos, restritos, e pagos do Google para atrair clientela.

Basicamente, explica Marinari, o mecanismo denominado "Google Adwords" funciona de forma pré-paga, ou seja, o dono do site desembolsa uma quantia pelo período em que sua marca fica exposta no canto esquerdo da página do Google, após o internauta digitar uma palavra chave, algo similar a "tênis marca tal, modelo tal".

O objetivo principal, observa Marinari, não seria nem arrebanhar uma legião de seguidores do site, mas refinar as buscas e, logicamente, assegurar maior número de vendas a cada clique.

"É um direcionamento de público. A proposta é refinamento. Não adianta atrair número muito grande de visitas, e sim atrair melhor", diferencia.

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?Arte moderna? nas ondas virtuais


Até mesmo aquelas atividades ensinadas muitas vezes por nossos avós - o artesanato é uma delas - ganham fôlego e visibilidade no universo virtual.

Atenta em aliar a habilidade em manufaturar caixas que enfeitam e guardam pequenos objetos com um instrumento de rápida visibilidade e envio de suas peças, a artesã Tatiany Belbomo de Souza otimizou as vendas após se inscrever num popular site de comércio e leilões.

Com encomendas de todos os cantos do País, Tatiany usa a Internet para comercializar artesanato há cerca de um ano e chega a faturar em torno de R$ 2 mil por mês trabalhando em casa.

"Me surpreendi com a saída das peças. Não imaginava que fosse vender tanto", comemora.

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Caiu na rede mundial é... pinguim


Com mais de mil seguidores no twitter - celebridades da TV possuem milhares, mas o número não deixa de ser respeitável -, o publicitário Vinícius Mendes Fernandes reúne média diária entre 500 e 600 visitantes no site (www.viniciusparaiba. com.br) que mantém há oito anos.

A página, que tem um pinguim como mascote por causa de uma coleção de pelúcias e pinguins de geladeira mantida pelo publicitário, tem no entretenimento a principal veia e conteúdo variado com cinema, games e ensaios fotográficos produzidos pelo próprio Vinícius. "Meu foco é sobre internautas da cidade e consegui a audiência mais na base do ?boca a boca?", diz. "Tem sempre um amigo que tem um amigo e que fala para outro", descontrai o publicitário que, apesar de faturar uns trocados com anúncios, garante que o objetivo não é financeiro. "É mais diversão mesmo. Nunca corri atrás dessa parte (faturamento), foi consequência. Faço mesmo porque adoro isso", acentua.

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Me dá seu email? Cuidado com listas


Um endereço de email pode significar cifras e existem até empresas que comercializam listas com milhares de endereços eletrônicos, os chamados mailings. São muito úteis para quem busca divulgar um serviço da web para um grande contingente de internautas. Porém, alguns donos de home pages questionam o lado ético.

Esse é o pensamento dos sócios João Cabreira - que também mantém o site de sua casa noturna, www. santamadalena.com.br - e André Duarte, proprietários do site de compras coletivas www.putzquebarato.com.br.

Duarte aprova o mailing para informar e cativar clientes na rede, com a ressalva de que o email não engrosse lista para ser vendida posteriormente. "Acho que comercializar emails cadastrados é uma traição", considera.

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