Na mitologia, a figura central é o herói, o qual sempre recebe uma missão. Encontramos aqueles que fracassam, aqueles que triunfam e aqueles cujo triunfo é apenas aparente, mas o povo o considera um herói verdadeiro.
Tratarei deste último, cujo exemplo maior na mitologia grega é Teseu, famoso por matar o Minotauro e libertar Atenas deste monstro (seu paralelo mítico/bíblico é o rei Davi). Em mitologia, os símbolos são tão importantes para entender a mensagem quanto a narrativa. Como é comum na mitologia heróica, Teseu tem dois pais: um humano (rei Egeu de Atenas) e o divino (Posídon - Deus dos Mares). Devido a uma disputa pelo trono de
Atenas, o herói é escondido desde criança longe da cidade e recebeu de Egeu uma espada (símbolo de combate espiritual), a qual seria o sinal de seu reconhecimento quando ele, adulto, viesse a Atenas. O herói cresceu e decidiu procurar o pai. Em seu caminho foi enfrentando vilões e ao derrotar um deles, Perifetes, também filho de Posídon, portanto seu irmão, ficou com sua arma: uma clava (símbolo de opressão e esmagamento) e passou a usá-la em seus combates futuros. Ao trocar a espada de seu pai pela arma de um malfeitor, Teseu deu sinais de que fracassaria. Ao chegar a Atenas foi reconhecido pelo rei Egeu, seu pai, e, corajosamente, partiu para a ilha de Creta, onde estava o Minotauro. O monstro aterrorizava Atenas, porque devido à derrota desta para Creta numa guerra, o rei Minos, de Creta, exigiu como tributo que jovens atenienses fossem enviados periodicamente para serem devorados pelo Minotauro. O desafio não era só o monstro, mas também o labirinto onde ele ficava, do qual ninguém podia escapar. Contou o herói com a ajuda da princesa Ariadne (filha de Minos) que, apaixonada, deu-lhe um fio que ele foi desenrolando no labirinto e lhe possibilitou encontrar
o caminho de volta. Ao fazer isso, Ariadne sacrificou tudo pelo herói. Teseu matou o Minotauro com a clava do bandido e não com a espada de seu pai. Em mitologia, o monstro simboliza um aspecto interior que precisa ser
dominado pelo herói. O Minotauro simboliza um homem submetido ao touro, ou
seja, alguém tomado pelo instinto animal de fúria implacável. Simbolizava o rei Minos em sua fúria desumana que sacrificava jovens inocentes. Era este também o aspecto de sua personalidade que Teseu deveria vencer antes de se tornar rei de Atenas. Com a clava ela matou o monstro externo, mas o interno ficou intacto. No caminho de volta, Teseu abandonou a princesa Ariadne numa ilha. Abandonar Ariadne significa abandonar o "Amor" e com
este ato o herói consuma seu fracasso em vencer-se interiormente e tornar-se um rei melhor. Na saída de Atenas, o barco que levou Teseu tinha as velas negras. Seu pai havia ordenado que se Tesou estivesse vivo e,
neste caso, vencido o Minotauro, no retorno as velas deveriam ser brancas. Porém, por esquecimento, as mesmas velas negras permaneceram no navio. As velas indicavam que o herói estava morto. O rei Egeu vendo-as
desesperou-se ante a perda do filho e se atirou ao mar que depois levou seu nome. Com a morte trágica do pai, Teseu tornou-se rei e sob o título de matador do Minotauro e libertador de Atenas era amado pelo povo, que não
percebia o tirano que ele era. Promoveu muitas guerras com muitas mortes. Num ato de fúria matou seu filho, o inocente Hipólito. O Minotauro, símbolo da fúria taurina, aparentemente vencido, permaneceu vivo no íntimo do herói e se manifestou. A popularidade de Lula, o herói da nação que se propôs a vencer a fome e a miséria, é muito parecida com a Teseu. Ao aceitar Sarney e os outros da mesma espécie, foi como Teseu assumindo a arma do malfeitor e suas
práticas. Ao se colocar ao lado de seu poderoso ministro e nada fazer pelo simples caseiro Francenildo, foi como Teseu matando Hipólito, seu filho inocente. Ao não punir exemplarmente aqueles que promoveram os escândalos como "nunca vistos na história desse país", foi como a aparente vitória de Teseu sobre o Minotauro. Ele continuou vivo e está presente no novo governo pronto para agir.
A Rede Globo está mostrando nestes dias, no Jornal Nacional, os problemas do País. Estranho, será que eles não existiam durante a campanha quando o presidente herói se portava como candidato? Deveriam ter mostrado tudo isso naquele momento. Não vejo herói, vejo as velas negras, porque o herói morreu quando escolheu trair os ideais e se unir a malfeitores. O autor, Marcos Norabele, é psicólogo e diretor de Recursos Humanos da Prefeitura de Lençóis Paulista
Tratarei deste último, cujo exemplo maior na mitologia grega é Teseu, famoso por matar o Minotauro e libertar Atenas deste monstro (seu paralelo mítico/bíblico é o rei Davi). Em mitologia, os símbolos são tão importantes para entender a mensagem quanto a narrativa. Como é comum na mitologia heróica, Teseu tem dois pais: um humano (rei Egeu de Atenas) e o divino (Posídon - Deus dos Mares). Devido a uma disputa pelo trono de
Atenas, o herói é escondido desde criança longe da cidade e recebeu de Egeu uma espada (símbolo de combate espiritual), a qual seria o sinal de seu reconhecimento quando ele, adulto, viesse a Atenas. O herói cresceu e decidiu procurar o pai. Em seu caminho foi enfrentando vilões e ao derrotar um deles, Perifetes, também filho de Posídon, portanto seu irmão, ficou com sua arma: uma clava (símbolo de opressão e esmagamento) e passou a usá-la em seus combates futuros. Ao trocar a espada de seu pai pela arma de um malfeitor, Teseu deu sinais de que fracassaria. Ao chegar a Atenas foi reconhecido pelo rei Egeu, seu pai, e, corajosamente, partiu para a ilha de Creta, onde estava o Minotauro. O monstro aterrorizava Atenas, porque devido à derrota desta para Creta numa guerra, o rei Minos, de Creta, exigiu como tributo que jovens atenienses fossem enviados periodicamente para serem devorados pelo Minotauro. O desafio não era só o monstro, mas também o labirinto onde ele ficava, do qual ninguém podia escapar. Contou o herói com a ajuda da princesa Ariadne (filha de Minos) que, apaixonada, deu-lhe um fio que ele foi desenrolando no labirinto e lhe possibilitou encontrar
o caminho de volta. Ao fazer isso, Ariadne sacrificou tudo pelo herói. Teseu matou o Minotauro com a clava do bandido e não com a espada de seu pai. Em mitologia, o monstro simboliza um aspecto interior que precisa ser
dominado pelo herói. O Minotauro simboliza um homem submetido ao touro, ou
seja, alguém tomado pelo instinto animal de fúria implacável. Simbolizava o rei Minos em sua fúria desumana que sacrificava jovens inocentes. Era este também o aspecto de sua personalidade que Teseu deveria vencer antes de se tornar rei de Atenas. Com a clava ela matou o monstro externo, mas o interno ficou intacto. No caminho de volta, Teseu abandonou a princesa Ariadne numa ilha. Abandonar Ariadne significa abandonar o "Amor" e com
este ato o herói consuma seu fracasso em vencer-se interiormente e tornar-se um rei melhor. Na saída de Atenas, o barco que levou Teseu tinha as velas negras. Seu pai havia ordenado que se Tesou estivesse vivo e,
neste caso, vencido o Minotauro, no retorno as velas deveriam ser brancas. Porém, por esquecimento, as mesmas velas negras permaneceram no navio. As velas indicavam que o herói estava morto. O rei Egeu vendo-as
desesperou-se ante a perda do filho e se atirou ao mar que depois levou seu nome. Com a morte trágica do pai, Teseu tornou-se rei e sob o título de matador do Minotauro e libertador de Atenas era amado pelo povo, que não
percebia o tirano que ele era. Promoveu muitas guerras com muitas mortes. Num ato de fúria matou seu filho, o inocente Hipólito. O Minotauro, símbolo da fúria taurina, aparentemente vencido, permaneceu vivo no íntimo do herói e se manifestou. A popularidade de Lula, o herói da nação que se propôs a vencer a fome e a miséria, é muito parecida com a Teseu. Ao aceitar Sarney e os outros da mesma espécie, foi como Teseu assumindo a arma do malfeitor e suas
práticas. Ao se colocar ao lado de seu poderoso ministro e nada fazer pelo simples caseiro Francenildo, foi como Teseu matando Hipólito, seu filho inocente. Ao não punir exemplarmente aqueles que promoveram os escândalos como "nunca vistos na história desse país", foi como a aparente vitória de Teseu sobre o Minotauro. Ele continuou vivo e está presente no novo governo pronto para agir.
A Rede Globo está mostrando nestes dias, no Jornal Nacional, os problemas do País. Estranho, será que eles não existiam durante a campanha quando o presidente herói se portava como candidato? Deveriam ter mostrado tudo isso naquele momento. Não vejo herói, vejo as velas negras, porque o herói morreu quando escolheu trair os ideais e se unir a malfeitores. O autor, Marcos Norabele, é psicólogo e diretor de Recursos Humanos da Prefeitura de Lençóis Paulista