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Para ser modelo, é preciso estudar

Mariana Cerigatto
| Tempo de leitura: 4 min

Muito mais do que um rostinho bonito, simpatia e medidas enxutas: para ingressar na carreira de modelo é preciso estudar. Estar bem informada (o) sobre assuntos diversos, conhecer uma língua e não abandonar os estudos são "requisitos" cada vez mais valorizados pelo mercado da moda.

Assim, fica cada vez mais para trás o estereótipo de "modelo bonita, mas sem conteúdo". Para encarar as passarelas ou estampar as campanhas comerciais, é necessário inteligência e informação. "É importante ter postura e estar bem informada (o), antenada (o) sobre tudo o que acontece, pois a modelo (ou o modelo) se torna referência depois que começa a trabalhar: participa de eventos, fornece entrevistas. Nesse sentido, as agências estão valorizando pessoas estudadas, que buscam conhecimento e não só atendem certos padrões de beleza", salienta o caça-talentos Johnny Martins, da equipe de Dilson Stein, considerado o maior caça talentos do Brasil, responsável por encaminhar modelos para diversas agências nacionais e internacionais.

Ontem, no Obeid Plaza Hotel, em Bauru, o representante de Dilson Stein fazia a seleção de novos talentos. O evento é uma oportunidade para iniciar a carreira que, inclusive, é regulamentada pelo Ministério do Trabalho.

A seleção, que prossegue hoje e termina amanhã, está recebendo meninos e meninas entre 8 e 25 anos para participarem do "Projeto Modelo", iniciativa que percorre o Brasil em busca de novos talentos. Uma das principais descobertas de Dilson Stein é a gaúcha Gisele Bündchen. Além dela, a equipe já descobriu vários outros talentos e encaminhou para o mercado da moda. No Interior de São Paulo, um dos exemplos é Ellen Pinaffi, de 17 anos, descoberta recentemente em Presidente Prudente. Ela foi contratada pela agência 55 há cerca de dois meses. "Eu nunca pensei em ser modelo. A única vez que participei de uma seleção foi no evento do Dilson Stein. Por nunca ter considerado essa carreira, posso dizer que estou gostando."

Para participar do evento, basta doar cinco quilos de arroz no ato da inscrição, que está sendo realizada no próprio local do evento, o Obeid Plaza Hotel. Os alimentos arrecadados serão doados a entidades carentes de Bauru, como Amor e Caridade, Projeto Caná, entre outros. Estima-se que de 2 mil a 3 mil meninos e meninas passem, em três dias, pela seleção em Bauru.

Na primeira etapa da seleção, conforme explica Johnny, os candidatos passam por uma avaliação que os filma dos pés até o rosto. "A dicção também é registrada nos vídeos. Essa etapa ajuda a avaliar, posteriormente, o tipo físico e o comportamento do candidato. Esse material vai auxiliar a equipe a examinar se a garota ou garoto tem o perfil desejado pelas agências de modelo", informa o caça-talentos.

Durante a seleção, a equipe passa também informações sobre o mercado da profissão e orientações principalmente às famílias que acompanham crianças e adolescentes.

Após avaliação, todas as filmagens serão encaminhadas para Dilson Stein, que dá o aval final. "Quem for escolhido nessa etapa será convidado para uma reunião junto à diretoria da equipe. Nela, a pessoa receberá orientações para aprimorar sua postura e comportamento frente ao mercado. Enfim, ela poderá ser encaminhada para alguma agência", frisa Johnny.

? Serviço


Informações: (14) 8130-4261, 8130-4262 e 8130-4263, ou no site www.selecaodemodelos. blogspot.com.

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Expectativa


Na tarde de ontem, a seleção de futuros e futuras modelos mobilizou a participação não só de bauruenses, mas de pessoas que vieram da região em busca de uma oportunidade para realizar o sonho. Foi o caso da estudante Ana Luiza Favarin de Camargo, 15 anos, que veio de Duartina. "Eu já fiz um book e me identifico com a carreira, sempre gostei de tirar fotos", comentou. A mãe, Rosecler Favarin, aposta na carreira da filha. "Eu apoio, desde que não largue os estudos", alegou.

O estudante de Cafelândia João Gabriel Alves Leite Soares também viajou até Bauru só para participar da seleção. "Eu gostaria de fazer comerciais", disse.

A mesma pretensão tem a pequena Maria Eduarda Canedo. Com apenas 8 anos, ela veio com a mãe, Ana Luísa Barbosa e outros familiares, para participar do evento em Bauru. Fazendo pose, ela mostrou que tem jeito para ser modelo e também gostaria de estampar campanhas publicitárias.

Conforme informa Johnny Martins, caça-talentos que representa Dilson Stein em Bauru, não há um número definido de pessoas que serão selecionadas. "Mesmo se o candidato não for escolhido, vai levar bagagem para continuar tentando ingressar na profissão, que exige persistência", concluiu.

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Perfil


Além de estar bem informado, quem sonha em desfilar ou fazer campanhas publicitárias precisa ter postura, atitude, disciplina, simpatia, ser desinibido e saber falar em público. Quanto ao tipo físico, Johnny Martins, caça-talentos que representa Dilson Stein em Bauru, destaca que o mercado seleciona pessoas de variados tipos para trabalhar como modelo. "Ser modelo é ser exemplo, seja homem, mulher ou criança", declara. "Não é porque usa aparelho, porque tem um problema de acne, que não pode sonhar com essa carreira", completa.

Ele detalha que existem dois perfis que exigem padrões físicos para modelos: "modelo fashion", mais voltado para passarelas, que exige boa altura (pelo menos 1,75m), cerca de 60cm de cintura e 90cm de quadril. Já o "modelo comercial" aceita pessoas com estatura mais baixa, inclusive crianças. As principais exigências para essa categoria são boa dicção e postura para lidar com o público.

Comentários

1 Comentários

  • Ana Clara da Silva 08/10/2023
    Oii