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?Finger food? é tendência na gastronomia

Bruna Dias
| Tempo de leitura: 4 min

Você já ouviu falar em finger food? O nome pode soar estranho, mas com certeza você já teve a oportunidade de apreciar delícias desta modalidade gastronômica em festas, principalmente. Os finger food são ?pratos? que podem ser consumidos sem necessariamente utilizar as mãos, pois são dispostos em pequenas taças ou até em copinhos de cachaça. Ontem, este conceito da culinária foi destaque em um dos workshops da Semana Gastronômica da Universidade Sagrado Coração (USC) de Bauru.

A chef e professora de gastronomia Denise Bonogna Amantini, que ministrou o quinto workshop da semana ontem, explica que esse viés da culinária faz parte do aprimoramento da cozinha contemporânea e significa ?tudo o que você pode comer com a mão sem utilizar talheres ou com utensílios pequenos?, como por exemplo pequenas colheres e garfos.

"Desde 2007 os finger food existem em São Paulo. Agora estão se expandindo e são mais encontrados em buffets porque é um trabalho minucioso e totalmente artístico. São pratos práticos que ganham destaque por estarem dispostos em taças", destaca Denise.

Cerca de 20 alunos, dentre eles alguns estudantes de gastronomia, participaram da aula que durou aproximadamente duas horas para a chef explicar, cozinhar e montar três receitas que podem ser feitas em casa.

Entre esses estudantes e alguns profissionais, do ramo ou não, encontramos Vera Lúcia Tamião, uma ex-diretora escolar que adora cozinhar.

Ela relatou que, por conta do tempo destinado ao emprego, não era possível dedicar-se à culinária, outra paixão dela.

"Eu sempre gostei de cozinhar, e agora que me aposentei tenho mais tempo para aproveitar. Os workshops me atraíram porque o lema da Semana Gastronômica está ligado à responsabilidade social. Isso está relacionado ao que eu faço, porque gosto de aprender e ensinar voluntariamente grupos de geração de renda que não têm a oportunidade de participar de cursos como este", contou.

Para Vera, cozinhar é mesmo um prazer. Ela faz questão de ?ir para a cozinha? quando recepciona amigos e familiares, além de fazer aquele mimo todo especial às duas netas de 15 e 16 anos, respectivamente.

"Eu gosto muito das comidas brasileiras e acredito que tem que haver responsabilidade social no mundo e na gastronomia também".


Montando os ?quitutes?


As receitas escolhidas pela chef Denise Amantini para serem ensinadas aos alunos foram o shot de tomate com gengibre, a polenta mole coberta com funghi secchi e, para finalizar, a delícia de chocolate com avelã e chantilly de cachaça (veja no quadro ao lado).

"O ato de cozinhar deve acontecer também com tranquilidade. Cozinhar para amigos e família tem que ser mais prazeroso", diz. Por isso a escolha de pratos simples, rápidos e baratos.

Tudo é minuciosamente explicado pela chef de cozinha. O shot começa a ser feito com o gengibre ralado refogado no azeite. Em seguida o tomate e a cenoura são adicionados junto ao caldo de legumes e o sal. Enquanto esses ingredientes eram cozinhados, a próxima receita do dia era preparada.

A polenta foi ao fogo e o funghi secchi hidratado em água morna. Segredo da chef: retire o funghi já hidratado sem mover a água, porque nela estão contidos pequenos grãos de areia que ficam decantados no fundo do recipiente. Com a ajuda dos participantes, a sobremesa também ficava quase pronta.

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Aprimorando conhecimentos


A nutricionista Marina Franco de Oliveira Dagher, 27 anos, está cursando o primeiro ano do curso de gastronomia. Para ela, o curso é uma extensão de sua profissão, além de gostar de cozinhar.

"Eu sempre gostei de cozinhar, mas nunca tinha tempo. Então resolvi fazer o curso para aprimorar o meu trabalho como nutricionista na área clínica. Já conhecia os finger foods porque tinha visto em festas. Acho super prático, além de ser de rápido preparo, barato e de chamar a atenção pela disposição nas taças e copos".

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Segredo da chef


As comidas de restaurantes e algumas festas sempre têm um sabor diferente do que as feitas na nossa própria casa. Segundo a chef Denise Amantini, um dos segredos, além de temperos no preparo, é a utilização de alimentos frescos e orgânicos.

"Com certeza esses ingredientes frescos e orgânicos fazem toda a diferença porque não têm aquele sabor amargo dos agrotóxicos".

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Para todos os gostos


Vera Lúcia Tamião, que participava do workshop, chamou a atenção para os componentes dos pratos.

"Por exemplo, eu tento parar de comer carne, mas não consigo, então reduzi um pouco porque acho que a gente tem que comer de tudo e experimentar outros alimentos saudáveis. É o caso desses pratos. Quem é vegetariano, por exemplo, pode comer tranquilamente uma comida gostosa e saudável", ressaltou.

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Degustação


Finalmente, depois de quase duas horas de preparação, chega o momento da degustação. Os olhos dos participantes do workshop estavam atentos ao ver como o shot de tomate foi montado em uma pequena taça.

O caldo de manjericão pulsado - e não batido para não ficar amargo - no liquidificador junto ao alho em pedaços foi colocado em uma pipeta de plástico. No momento de beber o caldo, bastava acionar a pipeta e misturar o manjericão.

Isabel Cristina Zuliani Scripttore, aluna do segundo ano do curso de gastronomia da USC, possui vasta experiência em culinária, no entanto, no ramo de tortas, pães, bolos e outros doces. Ela ficou surpresa ao provar o shot de tomate com gengibre. "Mesmo para quem não gosta de gengibre, o sabor é muito suave e equilibrado. Uma delícia".

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