Lançado em 1992 com a proposta de ser um gigantesco estacionamento vertical, o Bauru Park, prédio-garagem localizado no cruzamento entre as ruas Bandeirantes e Treze de Maio, poderá se transformar em um office center. Na tarde de ontem, a placa de um escritório de arquitetura afixada diante do empreendimento instigou o JC a procurar informações sobre o destino do edifício, que nunca foi inaugurado.
Segundo o apurado pela reportagem, uma das possibilidades consideradas pelo proprietário Venâncio Alvarez Ocampo (mais conhecido como Ino Alvarez) é transformar o prédio em um complexo de escritórios. Para garantir vagas de estacionamento suficientes para a clientela dos futuros compradores das salas comerciais, o investidor já teria adquirido, inclusive, alguns imóveis no entorno do prédio, que seriam demolidos.
Procurados pelo JC, representantes do Grupo Pontepedras, do qual Alvarez é proprietário, não quiseram se manifestar. O arquiteto contratado para elaborar o projeto, Humberto Fazzan, também não confirmou a informação, mas revelou que apresentou três propostas a pedido do proprietário, que contemplam também a possibilidade de transformar o local em um prédio residencial.
"Pode ser que se transforme em apart hotel, edifício de escritórios ou de apartamentos. Elaborei algumas sugestões, mas não há nada certo sobre o que será feito e nem o prazo para início das obras", resume Fazzan. Até o momento, de fato, nenhum projeto de construção foi oficialmente protocolado junto à Secretaria Municipal de Planejamento (Seplan), conforme informou o titular da pasta, Rodrigo Said.
Nos últimos dias, segundo revelou Fazzan, técnicos trabalhavam no Bauru Park para avaliar as condições de funcionamento dos elevadores de automóveis instalados no edifício. Por terem ficado praticamente 20 anos inativos, a informação extraoficial é de que eles seriam vendidos como sucata e já estariam sendo negociados com uma empresa do Rio de Janeiro.
Adaptação
As chances de levar adiante a inauguração de um prédio-garagem parecem ser remotas. Entre as correntes especulativas, alguns arriscam dizer que os ajustes necessários para ?consertar? um erro do projeto original tornaria o empreendimento inviável economicamente. Também cogita-se a hipótese de um estudo não ter detectado a demanda necessária de veículos para compensar os custos envolvidos com obras e, posteriormente, manutenção do negócio.
Mas, para abandonar a proposta inicial de prédio-garagem e transformar o Bauru Park em um espaço com salas comerciais ou apartamentos, o projeto arquitetônico terá de prever a adaptação de toda a estrutura inicialmente construída. Segundo apurou a reportagem, um dos problemas a ser contornado seria o pé direito (distância entre o chão e o teto) baixo de cada um dos pavimentos.
Ainda que fosse adequada para abrigar o estacionamento originalmente imaginado, a altura de cada andar é inapropriada para comportar um apart hotel ou office center. Neste sentido, talvez seja necessário providenciar a redução do número de pavimentos, atualmente num total de 22.
Localizado na quadra 7 da rua Bandeirantes, no Centro da cidade, o Bauru Park possui 17 mil metros quadrados de área, onde se pretendia disponibilizar 750 vagas de estacionamento. Anos depois de seu lançamento, em 1992, o empreendimento foi vendido para Ino Alvarez. Em 2009, o investidor também comprou a sede de social do Bauru Tênis Clube (BTC) por R$ 5 milhões e a transformou em uma unidade da empresa Multicobra, especializada em recuperação de crédito.