Cultura

Peça da Cia Celeiro da Arte tem formato inédito para Bauru

Tânia Morbi
| Tempo de leitura: 3 min

Com a proposta de inovar, Madê Corrêa e sua Cia. Celeiro da Arte tem pronta a produção inédita "La Vita Passa", com previsão de apresentar o espetáculo nos dias 17 e 18 de setembro, na Casa Ponce Paz, em Bauru. Para isso, o grupo precisa de apoio e patrocínio, já que os ingressos para o público serão gratuitos.

A peça conta a história de duas senhoras, com idade por volta dos 60 e 70 anos, que se encontram em determinado momento de suas vidas. Madê Corrêa e Priscila Lelis estarão no palco, em uma sala da Casa Ponce Paz, interpretando a ex-rica, proprietária do casarão, que teve que locar partes do imóvel a universitários e assim conseguir se manter. A outra veio para a cidade, saindo da roça, depois da morte do marido. Sem dinheiro, a mulher viu no casarão uma alternativa para se instalar na cidade.

O texto foi escrito em 2002 por Madê, como parte da pós-graduação de seu curso de teatro, na Universidade do Sagrado Coração (USC). Desde 2004, quando foi cancelado um edital da Secretaria de Estado da Cultura, o texto está na gaveta.

O formato da tragicomédia é totalmente inovador, segundo a autora. Não se trata de uma apresentação teatral convencional. "La Vita Passa" é encenada na sala principal da casa e os espectadores se acomodam próximos do local. O público máximo por apresentação é de 50 pessoas. Outras partes da casa são usadas como quartos do cenário original. "As pessoas vão estar sentadas, em pé, no chão, como quiserem, em um determinado pedaço da casa e nós vamos usar a sala e outros quartos como entrada e saída, sendo a sala o principal cenário", conta a diretora.

Por se tratar de um espaço público, o ingresso é gratuito, mas a diretora adianta que empresas, empresários ou qualquer pessoa pode contribuir patrocinando a produção. "Com a parceria, o patrocinador ganha divulgação de cortesia ou apoio". O grupo tem até o início de setembro para sensibilizar parceiros.

Teatro e fotografia


Também fazem parte da companhia teatral Emerson Pollice e Virgínia Tostanowisk, responsáveis pela produção técnica. A maquiagem é de Renato Munhoz. Nos intervalos da peça serão exibidas fotografias que ajudarão a ambientar o texto, feitas pelo fotógrafo David Achiles, de Pirajuí, que lança, ainda, ao final da apresentação, uma exposição do material reunido durante a produção da peça, entre Bauru e Agudos, em locações como cemitérios e rodoviárias. A mistura de estilos artísticos é uma proposta adotada recentemente pela Cia Celeiro da Arte. A trilha musical fica por conta do cancioneiro italiano e músicas clássicas.

Glamour


Atualmente, a Casa Ponce Paz é utilizada pela Secretaria da Cultura para a realização de oficinas de arte (cultura, gravura e artes plásticas). Segundo a diretora, a prefeitura está fazendo a recuperação da pintura original, com a restauração das paredes. A escolha pelo espaço aconteceu, de acordo com Madê Corrêa, porque o imóvel tem características adequadas à proposta de seu texto. "A casa tem o aspecto de antiga, de glamour, mas, ao mesmo tempo, em alguns lugares, tem locais que dão a ideia que a peça pede, de desleixo e falta de cuidado. Estamos fazendo o teatro da verdade, porque tudo é verdadeiro. A casa é como se fosse nossa mesmo. Por isso que estamos brigando para apresentar o espetáculo nesse local", conta.

? Serviço


A Casa Ponce Paz fica na rua Antônio Alves, 9-10, esquina com a Rua Ezequiel Ramos. Informações sobre patrocínio do espetáculo pelos telefones (14) 3202-7247 e 8168-5603 ou pelo email celeirodaarte@gmail.com.


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