No cemitério do Redentor existem 5.068 túmulos e 32.758 pessoas já foram enterradas no local. Já no Cristo Rei são 2.374 jazigos e 6.373 sepultamentos realizados. O cemitério São Benedito contabiliza 2.584 túmulos e 13.860 pessoas que fora sepultadas.

O Hospital-Colônia Aymorés, atualmente Instituto Lauro de Souza Lima, possui um cemitério com aproximadamente 2.500 pessoas enterradas, com estimativa de 98% serem pacientes de hanseníase. O cemitério São Pedro, no distrito de Tibiriçá, possui 473 túmulos e 4.914 sepultamentos.

A cidade ainda possui três cemitérios particulares. O Jardim do Ypê possui 12 mil túmulos e 8 mil pessoas sepultadas, e hoje atenderá das 7h às 17h30. O Memorial Bauru já implantou 1.003 túmulos com 540 pessoas sepultadas.

O Parque Jardim dos Lírios abriga 281 sepultados e 1.200 túmulos, e tem capacidade para 25 mil. O Memorial Bauru e o Jardim dos Lírios ficarão abertos hoje das 7h às 18h para o Dia de Finados. Ontem, algumas pessoas anteciparam as visitas a parentes nos cemitérios de Bauru (leia mais ao lado).

A estimativa da Empresa Municipal de Desenvolvimento Urbano e Rural de Bauru (Emdurb) é de que somente os cinco cemitérios municipais recebam 20 mil visitantes hoje, no período das 6h30 às 18h30.

O pesquisador Irineu Azevedo Bastos comenta que, na região da cidade em que foi construído o Cemitério da Saudade, na Vila Cardia, havia um cemitério antigo. Segundo ele, a necrópole anterior era  rudimentar e feita sem planejamento, tanto que não arrisca a mencionar quantas pessoas foram sepultadas no local.

Bastos comenta que a necrópole do Aymorés era conhecida como “Cemitério do Arroz” e voltada aos pacientes do asilo-colônia. O gerenciamento de necrópole pública em Bauru começou com a implantação do Cemitério da Saudade, em 1908. 

Rotatividade

O gerente de Necrópole e Funerária da Emdurb, Paulo André, explica que o Cemitério da Saudade não tem como ser expandido, mas tem grande rotatividade com jazigos perpétuos familiares com até oito gavetas. Ele explica que, diariamente, são feitos três sepultamentos no Saudade.

O São Benedito também não possui espaço para ampliação, porém, as famílias fazem sepultamentos. Os cemitérios Cristo Rei, Redentor e São Pedro ainda possuem espaço para a construção de novos jazigos. 

A legislação federal autoriza a exumação e remoção da ossada de pessoas sepultadas após três anos. O Cemitério do Redentor, municipal, possui um ossário. Segundo André, as ossadas de túmulos particulares não são removidas.

Mesmo no sepultamento em que a família não tem condições financeiras de adquirir um jazigo - sepultamento assistencial - há um cuidado para a remoção. A prática da Emdurb é, passados os três anos do enterro, um contato telefônico ou por correspondência registrada (AR) é feito com os familiares. Em caso de não conseguir localizar os parentes, a Emdurb os convoca via Diário Oficial do Município e em jornal de grande circulação local, com três publicações.

Segundo André, é respeitado, ainda, o prazo de 30 dias para alguma manifestação e, então, é realizada a exumação. Na retirada para o ossário do Redentor, a ossada é devidamente identificada para localização caso um parente venha, posteriormente, procurá-la.

Personagens ilustres

João Henrique Dix, a menina Mara Lúcia Vieira  e Mãe Preta são os mortos mais visitados nas necrópoles de Bauru. Todos ocupam túmulos no Cemitério da Saudade. Curiosidade e atribuição de milagres seriam as principais motivações que levariam as pessoas aos jazigos desses personagens.

João Henrique Dix foi o benemérito e primeiro morador do Cemitério da Saudade. De acordo com memorialistas, ele doou o terreno para a construção da necrópole, inaugurada em 26 de julho de 1908. Há uma história de que Dix teria cometido suicídio, com um tiro no coração, no dia seguinte à inauguração do Saudade para ser o primeiro a ser sepultado no local. Esta versão é resgatada por memorialistas de Bauru, porém, sem a confirmação de familiares de Dix.

A menina Mara Lúcia Vieira foi brutalmente estuprada e assassinada em novembro de 1970. Quatro dias após ter desaparecido, seu corpo, já em decomposição, foi localizado em uma residência abandonada na quadra 8 da rua Professor José Ranieri. A menina havia sido estrangulada e estuprada no banheiro da casa.

O caso causou comoção em Bauru e até hoje continua sem solução. Muitas pessoas acreditam que a interferência da menina ajuda na recuperação da saúde de crianças.

“Mãe Preta” era de uma parteira e benzedeira de Bauru. Ela era conhecida em vida pelo nome de Clementina e morava na região central de Bauru, próximo à rua Ezequiel Ramos. As mulheres que não conseguem engravidar ou que têm medo do parto, procuram seu túmulo para depositar súplicas e agradecimentos.

Visita antecipada

Com a intensa movimentação nos cemitérios, uma parcela significativa dos visitantes já fez seu ritual de ir ao túmulo de familiares ou de amigos. No meio da tarde de ontem, a movimentação no Cemitério da Saudade era intensa.

Luzia Valderez de Abreu Andrade explica que evita a aglomeração no feriado de Finados preferindo a véspera para fazer a arrumação no túmulo de sua família. No jazigo estão enterrados seus pais Albertina de Abreu e Dorival Abreu, a avó Maria Ângela Abreu e as irmãs Zenir e Zênite.

Valderez foi acompanhada da amiga Letiana Rodrigues Maciel para arrumar um arranjo floral com flores artificiais para evitar vasos com acúmulo de água pelo risco da dengue.

A Secretaria Municipal de Saúde (SMS) prosseguirá com a Operação Finados 2011 com ações pontuais para o combate de criadouros do mosquito aedes aegypti, transmissor da dengue. As equipes de agentes da Vigilância Ambiental atua nos cemitérios conscientizando quanto à água parada em recipientes, ambiente propício para a procriação dos aedes.

Hoje haverá vistoria de pontos estratégicos nos cemitérios para retirada de criadouros. Amanhã (Finados) prossegue a atividade educativa e a Operação Fura-Prato nos Cemitérios.

Cemitérios da Saudade e Redentor terão ruas interditadas hoje para organizar a visitação

Os visitantes dos cemitérios da Saudade e do Redentor devem ficar atentos para a interdição dos acessos, no período das 6h às 19h de hoje. No Redentor a interdição será na avenida Hélio Pólice, sentido avenida Cruzeiro do Sul/rua São Lucas. O sentido contrário terá mão dupla de direção.

No da Saudade a interdição será na rua Hermínio Pinto, sentido avenida Rodrigues Alves/rua Ezequiel Ramos. O oposto terá mão dupla de direção. Nos demais cemitérios municipais não haverá modificações de trânsito.

A Emdurb disponibilizará dois telefones para esclarecimento de dúvidas e agendamentos, das 8h às 17h, pelos telefones da Central de Atendimento (14) 3224-1322 ou (14) 3227-6988. O serviço propicia localização de jazigos.

Quem tiver alguma dificuldade de acessibilidade, poderá agendar via telefone sua chegada quando terá à disposição cadeiras de roda para circular sem grandes dificuldades pelos cemitérios públicos.

Algumas linhas do transporte coletivo têm em seu itinerário os cemitérios. A linha Parque das Nações/Praça do Líbano terá o caminho estendido até o Jardim do Ypê. A linha Tibiriçá/Bauru terá seu percurso modificado até o cemitério do distrito. As linhas Parque Jaraguá/Beija-Flor, Parque Roosevelt/Distrito Industrial e Santa Fé/Vila Cidade Universitária também terão seus itinerários prolongados até o cemitério Cristo Rei.

O esquema da Emdurb prevê banheiros químicos reforçando os sanitários fixos dos cemitérios. Água também será oferecida em tendas instaladas nas proximidades dos acessos aos cemitérios.

A Emdurb alerta a população para a interrupção hoje da coleta de lixo domiciliar, que será retomada na quinta-feira seguindo a escala normal. A Secretaria Municipal de Meio Ambiente (Semma) também interrompe neste feriado a coleta seletiva, que será retomada amanhã.