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Resiliência! Um dom de nascença!

Marcos Luiz Gilioti
| Tempo de leitura: 3 min

Você conhece alguém que, frente aos dissabores da vida, se manteve firme? E você, como fica "quando tudo diz que não, ou parece que o mar não vai se abrir"?

Acredito que muitos de nós, sinceramente, gostariam que a vida fosse somente um "mar de rosas". Contudo, não é assim, não, você sabe bem! Muitas vezes é até um "mar de rosas"; porém, com pouquíssimas pétalas, e um enfático número de espinhos da roseira, e ainda daqueles bem pontiagudos. Diante disso, Deus já nos preveniu, por meio de Jesus: "... no mundo tereis aflições, mas tende bom ânimo, eu venci o mundo", (Jo 13:33). Todavia, nos dotou de uma tremenda potencialidade, um dom de nascença, chamado resiliência ou auto-transcendência, a fim de agüentarmos firmes os "trancos e barrancos", na confiança de que tudo concorrerá para o nosso bem, nos proporcionando aprendizado.

Resiliência é um conceito nato da física, que define a capacidade que alguns materiais tem em acumular energia, quando exigidos ou submetidos a estresse, retornando em seguida ao seu estado original, sem nenhuma deformação. Em consonância com a física, a Psicologia a define como a capacidade de enfrentamento, de lidar com problemas, superar obstáculos ou resistir à pressão de situações adversas; no entanto, sem entrar em surto psicológico, em crise existencial. Recentes pesquisas sobre a resiliência humana atribuem várias atitudes que são encontradas em uma pessoa que assumiu esta competência; como o otimismo, a flexibilidade, a humildade, a persistência, a criatividade e a fé. A resiliência, então, é algo intrínseco, que o Pai Supremo nos deu de presente, como dom, graça; porém, dependerá de cada um de nós sua utilização. Pode-se dizer que esta capacidade está alojada num local muito especial; localização que a Logoterapia ? Linha psicológica que enfatiza que na vida tudo tem Sentido ? chama de Dimensão Espiritual, lugar este onde o próprio Criador fala com sua criatura (Rm 8.16). Contudo, é notório que um grande número de pessoas, ao passarem por apertos, a "figueira não florescendo", acabam entrando em profunda crise existencial e muitas vezes acarretando "deformidades" e até abandono da fé.

José, um grande personagem da Bíblia, mesmo muito jovem, nos deu o exemplo desta capacidade de ir além dos condicionamentos, de transcender. Ele foi espremido, esmagado por todos os lados e mesmo assim não se "deformou", não perdeu sua integridade, seus sonhos, sua fé; sendo exaltado em todas as situações, (Leia a história em Gênesis 37-45); isto, com certeza, porque alimentava sua dimensão espiritual, buscando ao Senhor, "O Senhor estava com José, e foi varão próspero...". Sua historia se encaixa na frase de um certo bispo: "Há pessoas como a cana. Mesmo postas na moenda, esmagadas de todo, reduzidas a bagaço, só sabem dar doçura", e isto é resiliência!

Bem! Precisamos entender que realmente estamos sujeitos às intempéries, os "maus tempos" da vida; todavia, também temos um Pai que jamais irá nos abandonar, e que já nos dotou de armas espirituais para lutarmos e vencermos. Então, se não estamos conseguindo ser proativos nas situações descontrole, entregando rapidamente os "pontos", ou seja, em circunstâncias traumáticas demonstramos total incapacidade, caminhando cada vez mais para o "fundo do poço", é sinal de que nosso contato com a dimensão espiritual está negativo, e não estamos alimentando-a como deveríamos, e conseqüentemente, nossa capacidade resiliente não consegue sobrepujar a força dos problemas.

Por isso, necessitamos despertar nossa consciência para as coisas verdadeiras, do "alto", que estão edificadas sobre a rocha, não se importando com o que é transitório, ilusório, "por vista"; adotando um comportamento de equilíbrio sobre as turbulências, com muito otimismo, flexibilidade, humildade, persistência, criatividade e fé.

Vamos lá, ânimo! Exercitemos nossa dimensão espiritual, buscando viver em Princípios, com mais intimidade com o Pai Celeste, para que em momentos tempestuosos nossa resiliência prevaleça e a vitória tenha "sabor de mel".


O autor, Marcos Luiz Gilioti, é psicólogo organizacional - CRP: 07/77023 - Consultor da Transcendência Consultoria: Gestão e Desenvolvimento de Pessoas www.transcendencia.net ? marcos@transcendencia.net

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