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Bauru tem hoje almoço mais barato do Interior, diz estudo

Tisa Moraes
| Tempo de leitura: 5 min

Um estudo divulgado ontem pelo Instituto Datafolha, em parceria com a administradora de cartões-benefício e cartões pré-pagos Alelo revelou que Bauru é a cidade mais barata para se almoçar fora de casa no Interior de São Paulo. Ainda que não possa ser considerado baixo, o preço médio de uma refeição completa, de R$ 21,62, é o sétimo mais em conta em todo o Brasil e o segundo no Estado.

No território paulista, o município fica atrás apenas de Mauá, região metropolitana de São Paulo, onde o preço é de R$ 21,59, segundo a pesquisa, denominada Índice Alelo de Preço Médio de Refeição 2012.

São Luís (MA) é a cidade com a refeição fora de casa mais cara do Brasil, com custo médio R$ 36,21.

Para compor o valor total da refeição, o estudo considera a soma de custos com prato principal, sobremesa, bebida e café expresso.

Da média cobrada pelos restaurantes em Bauru, somente o prato principal corresponde a R$ 12,30 do total, enquanto a bebida participa com R$ 2,76. Já a sobremesa fica com o preço médio de R$ 4,59, enquanto o famoso cafezinho custa cerca de R$ 1,98.

Para o Sindicato de Hotéis, Restaurantes, Bares e Similares de Bauru, um dos principais motivos que colocaram a cidade neste patamar de destaque é a posição geográfica estratégica do município dentro do Estado, que atrai muitos consumidores de outras localidades. "São pessoas que vêm para Bauru a negócios, para comprar no comércio ou fazer tratamento de saúde", diz o presidente da entidade, Carlos Momesso.

Com a grande demanda, a tendência é de que os preços sejam menores devido à concorrência de mercado. Para se ter uma ideia, o preço do almoço completo fora de casa em Bauru é 21,5% menor do que a média brasileira, que corresponde a R$ 27,46.

Na área de assistência médica, além de centralizar o atendimento regional do sistema público, o município abriga o Centrinho, hospital que é referência brasileira no tratamento de anomalias craniofaciais e recebe pacientes até de fora do País.

Da mesma maneira, as inúmeras instituições de ensino superior ? mais de dez, no total ? atraem milhares de estudantes universitários de vários estados e nações.

Devido a esta demanda, Momesso destaca que o número de restaurantes multiplicou-se nos últimos anos. Com o aumento da concorrência e a consequente queda de preços, houve, inclusive, aprimoramento dos serviços prestados, segundo avalia o presidente do sindicato.
"O parque de alimentação bauruense é muito rico e atende a todo tipo de cliente, especialmente a classe média, principal consumidora deste tipo de serviço", analisa.


Opções variadas

Também em atendimento aos perfis variados de clientes, os estabelecimentos diversificaram suas opções, e oferecem refeições no sistema self service, prato executivo ou comercial (também conhecido como prato feito ou PF), a la carte e marmitex. "Hoje, come fora de casa o estudante que vive sozinho, as famílias em que pai e mãe trabalham fora e não têm tempo para cozinhar. Houve uma mudança comportamental muito grande e os restaurantes acompanharam este movimento", pondera Momesso.

Atualmente, ele calcula, existem cerca de mil restaurantes, pizzarias, cantinas e rotisserias em Bauru. A expansão do setor foi tamanha que está cada vez mais difícil encontrar profissionais especializados para trabalhar nestes estabelecimentos, segundo confirma o Sindicato dos Empregados no Comércio Hoteleiro, Restaurantes e Bares de Bauru e Região.

"Até há uns três anos, ainda era possível encontrar gente desempregada mas, hoje, sobra vaga e falta pessoal para trabalhar. A insuficiência de mão de obra atinge todos os cargos, mas principalmente, a função de garçom, que dificilmente fica sem emprego", pontua o presidente da entidade, Francisco Pereira de Andrade.

Em sua análise, a partir dos novos empreendimentos. a tendência é de que o número de vagas de emprego no ramo de alimentação aumente. "Afinal, mais gente de fora passará a vir até Bauru."


Em pratos limpos

O Índice Alelo de Preço Médio de Refeição 2012 contemplou entrevistas com 4.312 estabelecimentos de cidades brasileiras realizadas entre 13 de setembro e 19 de outubro de 2011. A pesquisa, que chegou à sua terceira edição, foi feita junto a estabelecimentos credenciados à rede Visa Vale e analisou a refeição no período do almoço, de segunda a sexta-feira. A pesquisa avaliou o custo individual de prato principal, sobremesa, bebida e café expresso, compondo assim o valor total da refeição.


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Praticidade e variedade ajudam a trazer clientes

Mesmo que a opção de almoçar fora de casa tenha um preço um tanto quanto salgado, a variedade de alimentos oferecida pelos estabelecimentos e a praticidade de não ter de limpar o fogão e lavar panelas acaba estimulando o consumidor a pôr a mão no bolso. Além destas vantagens, o fato de não haver desperdício de comida em casa é o que leva o engenheiro químico José Luiz Kileber Del Nero, 46 anos, a comer em restaurantes todos os dias.

"Almoço sempre e janto umas quatro vezes por semana fora de casa com minha mulher e meu filho. Como comemos pouco e damos preferência à salada, a variedade de verduras e legumes ajuda para não enjoar e não abandonar a dieta", pondera ele, que, assim como a esposa, fez cirurgia de redução de estômago.

Gerente de um restaurante instalado na zona sul de Bauru, Vilmar Elias de Oliveira confirma que o público que frequenta o estabelecimento busca comodidade e praticidade devido à correria do dia a dia. "Durante a semana, o público é mais de jovens e grupos de adultos que trabalham. Nos finais de semana, aumenta a quantidade de famílias, que preferem não ter o trabalho de cozinhar em casa para poder aproveitar melhor o dia", pondera.

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