Polícia

Mulher cai do 18º andar de prédio no Jardim América

Tisa Moraes
| Tempo de leitura: 3 min

A rotina dos moradores de um prédio localizado no Jardim América, zona sul de Bauru, foi modificada de maneira trágica na tarde de ontem. Uma mulher de 33 anos, que vivia no 18º andar do residencial, caiu da janela da sala de seu apartamento e teve morte instantânea.

A vítima era farmacêutica e tinha um filho pré-adolescente, que estava no imóvel no momento da queda. A Polícia Civil ainda investiga as causas da ocorrência e não estão descartadas as hipóteses de suicídio ou acidente.

A mulher era divorciada e morava há cerca de um ano no prédio, localizado na quadra 3 da rua Aviador Mário Fundagem Nogueira. Ela caiu por volta das 16h de uma altura aproximada de 54 metros. Segundo moradores, a força do impacto chegou a provocar rachaduras no chão de cimento onde o corpo da vítima foi encontrado.

Vizinhos que não quiseram se identificar acreditavam ser impossível a farmacêutica ter caído por acidente, já que o prédio não possui sacadas e as janelas têm, pelo menos, 1,1 metro de altura. Mas, de acordo com a família, a mulher sofria de labirintite (desordem que provoca perda de equilíbrio) e vinha se queixando frequentemente do problema nos últimos dias.

“Hoje (ontem), ela foi visitar uma tia e contou que não estava se sentindo bem. Disse que iria para casa descansar um pouco”, comenta um amigo da família, negando que a mulher estivesse com depressão ou qualquer outro distúrbio psicológico. “Fora este incômodo da labirintite, ela estava bem”, resume.

Quando chegou em casa, a farmacêutica teria avisado o filho de que iria se deitar. A criança teria permanecido em seu quarto, diante do computador, e não viu quando a mãe voltou para a sala.

Só ficou sabendo do ocorrido quando o zelador apareceu à porta do apartamento. O menino não chegou a ver o corpo da mãe, mas, em estado de choque ao receber a notícia, precisou ser encaminhado ao Pronto-Socorro Central (PSC).

Uma vizinha que mora no apartamento abaixo do da vítima conta que estava conversando com uma amiga quando viu um vulto passar por sua janela. “Levei um susto, mas imaginei que fosse um tapete que tivesse caído do apartamento de cima. Antes que eu me levantasse, ouvi um barulho forte e seco. Quando fui ver o que era, ela já estava imóvel no chão”, relembra.

 

Hipóteses

A moradora e a amiga, que é enfermeira, desceram rapidamente até a área externa do residencial para prestar os primeiros-socorros, mas já não havia mais nada a ser feito. Outra vizinha descartou a hipótese de que a mulher tivesse caído acidentalmente ao tentar limpar o vidro da janela da sala, já que os serviços da casa eram realizados por uma empregada doméstica.

A tese é reforçada pelo comandante da 1ª Companhia do 4º Batalhão de PM do Interior (4º BPM-I), capitão Jorge Luís Dias. Ele revela que, durante a perícia dentro do apartamento, não foram encontrados móveis próximos à janela de onde a moradora caiu.

“Não havia sofá ou banco que ela pudesse ter escalado para fazer qualquer tipo de limpeza no vidro. Ela caiu com os pés apoiados no chão”, comenta, salientando que a altura da janela alcança a parte alta das costelas de uma pessoa de porte médio.

As polícias Militar, Civil e Científica estiveram no local para apurar as razões e a forma como a queda ocorreu. Irmãos, parentes e amigos da vítima também foram ao prédio em busca de informações.

Segundo o JC apurou, o pai da farmacêutica estava no Paraguai e, até o início da noite de ontem, não havia sido informado sobre a morte da filha. A mãe dela faleceu em 2009, vítima de câncer.

No mesmo prédio do Jardim América, há mais de 10 anos, uma mulher se jogou da janela de seu apartamento carregando o filho recém-nascido nos braços. Segundo a apuração policial, ela sofria de depressão pós-parto.

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