Ibirá é uma cidade pequena, situada a uns 50 quilômetros de São José do Rio Preto. Mas seus administradores, quando se trata de cultura, pensam grande. Seu Carnaval é maravilhoso, com bailes, desfiles e muita animação. O verão de Ibirá, portanto, é muito agradável.
E, desde o ano passado, também há bons motivos para frequentar Ibirá no inverno. É que, com a parceria da Oficina Cultural Fred Navarro de São José do Rio Preto, da Organização Social de Cultura - Poiesis e com a curadoria do incansável Humberto Sinibaldi, Ibirá é sede de um festival de teatro que reúne algumas das mais expressivas manifestações da cena do Interior paulista: o Festib.
O Festib começou quinta-feira, dia 28, e irá até dia 3 de julho, próxima terça-feira, com apresentações das peças no Teatro do Termas de Ibirá Campestre Clube e na Casa de Cultura Monteiro Lobato. Haverá, também, apresentações de Teatro de rua, com os grupos Cia Fábrica de Sonhos (São José do Rio Preto), Grupo Teatral Athos (Batatais) e Cia Cênica (São José do Rio Preto).
Nos palcos das Termas e da Casa de Cultura, estarão presentes os grupos Tapanaraca Mutatis Mutanti (Itapetininga), Arte das Águas (Ibirá), Todas as Tribos (Batatais), Trupe do Trupé (Paraguaçu Paulista), Palhaços Noturnos (São José do Rio Preto), Cia Cênica (São José do Rio Preto) e Forfé (Piracicaba).
Deixo consignada minha admiração pelo trabalho dos realizadores e apoiadores do festival: Prefeitura e Câmara de Ibirá, Hotel Fazenda Termas de Ibirá, Termas da Cidade de Ibirá, Governo do Estado de São Paulo, Via Sinal e Caixa Econômica Federal.
Outra pequena cidade com grandes realizações culturais é a nossa vizinha Ibaté. Visitei-a na semana passada e fiquei impressionado com a grande quantidade de recintos disponíveis para a realização de espetáculos, oficinas, cursos e festivais. Como a descrição (ou mesmo a nomeação) dos locais seria até cansativa, destaco a existência de um Centro Cultural no Bairro Jardim Cruzado: um recinto digno, bonito, funcional localizado em um bairro de gente humilde e trabalhadora. Meus parabéns ao prefeito Parrela, por ter o descortino de dar condições para a ação cultural em toda a cidade.
Por último, menciono uma cidade que não é tão pequena, mas que mantém o ar acolhedor dos velhos tempos: Pirassununga. Visitei Pirassununga faz duas semanas para presenciar o espetáculo de encerramento de uma das oficinas patrocinadas pela Oficina Cultural Sérgio Buarque de Holanda. Deparei-me com as novíssimas instalações de um centro de convenções com um teatro de 500 lugares, totalmente aparelhado. No mesmo recinto, há salas de reuniões, espaço para exposições de arte e apresentação de filmes. E tudo isso ao lado de um conservatório musical também recém-construído.
Em Pirassununga, há vários espaços culturais: a velha estação ferroviária; o recém-reformado Teatro Cacilda Becker (nome dado em homenagem a ilustre filha de Pirassununga, diva do teatro brasileiro); espaços de cultura popular às margens da Cachoeira das Emas e um belíssimo teatro na zona norte da cidade. Ademir Alves Lindo, prefeito de Pirassununga; José Parrela, de Ibaté; e Nivaldo Domingos Negrão (o popular "Biscoito"), prefeito de Ibirá, são exemplos que precisam ser seguidos.
Ney Vilela, coordenador da Oficina Cultural Sérgio Buarque de Holanda
