Medo. É o que uma garota bauruense de 12 anos e sua família estão sentindo. E esse medo tem um cenário: a sala de aula. A estudante, que teve o nome preservado pela reportagem, foi atacada a tesouradas e ainda tomou um chute no queixo. O autor das agressões seria outro aluno, também de 12 anos, e que estuda na mesma classe da vítima.
O caso ocorreu por volta das 18h do dia 7, na Escola Estadual Professor Morais Pacheco, localizada no Parque Bela Vista. As marcas da agressão ainda podem ser vistas na garota, que está cursando a 6.ª série do ensino fundamental.
De acordo com a estudante, ela havia pedido uma tabuada ao colega de classe. Com a negativa do garoto, ela teria insistido. “Do nada, ele se levantou e veio pra cima de mim”, conta, ainda assustada.
A estudante teria tentado segurar o garoto, porém, ele pegou uma tesoura e desferiu alguns golpes contra ela. Se já não bastasse, a menina conta que, antes de sair, o aluno teria chutado fortemente o seu queixo. “Eu falava com ele normalmente. Foi ‘do nada’. Fiquei apavorada”, relata a menina.
A vítima foi atendida em um hospital da rede particular, onde os médicos pediram uma radiografia do maxilar para verificar se o chute não causou algo mais grave. Por sorte, nada foi constatado, porém, ela ficará em observação até esta semana.
Desde que a agressão ocorreu, a garota não voltou mais à escola. A mãe, uma técnica de enfermagem, de 37 anos, está com muito medo do que possa ocorrer. “Como vou conseguir deixá-la na escola desse jeito? Tenho muito medo que esse garoto volte a fazer algo. Acho que vou mandá-la de volta para a escola só na semana que vem”, aponta.
A mulher, que pediu para ter a identidade preservada, ainda disse que pensou em transferir a filha de escola, entretanto, desistiu da ideia. “Se eu fizesse isso, tudo que estou tentando seria em vão. Não é ela que tem que ser punida”, complementa.
Professor
Outro questionamento da família é em relação à postura do professor diante do fato. De acordo com a vítima, o docente estava na porta da sala quando tudo ocorreu e não teria tomado qualquer atitude para impedir a confusão.
A Secretaria da Educação do Estado, porém, afirma que não deu tempo de o professor interferir e evitar a agressão. “Cabe salientar que o professor de matemática que estava em sala de aula não teve tempo hábil de impedir a agressão, que ocorreu em questão de segundos, pois naquele momento fazia uma explicação no quadro negro”, aponta, em nota emitida pela assessoria de comunicação.
No mesmo comunicado, a Secretaria de Comunicação afirma que o professor acionou a equipe gestora assim que notou o conflito. “O educador foi orientado pela direção a redobrar a atenção para evitar episódios semelhantes”, complementa.
A família da jovem agredida registrou um boletim de ocorrência (BO) por lesão corporal. O aluno acusado de cometer as agressões foi suspenso por dois dias.