Tribuna do Leitor

Crônica: lembranças de um soldado


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Dia 25 de agosto foi a data em que comemoramos o Dia do Soldado!
Com 55 anos de idade, pai de 3 filhos homens, e avô de 3 netas. Tenho em minha lembrança que há exatamente 36 anos eu, o soldado Morais, filho do então tenente Torres, comandante do contingente da 6ª CSM (Circunscrição do Serviço Militar), unidade comandada na época pelo ten. cel. Alvimar Doglia de Brito, sediada em Bauru, passava naquele dia por uma experiência única, e também vivida pelo meu pai em 1947, num Quartel do Exército na Cidade de Natal/RN, onde iniciava ali uma brilhante carreira militar, levando-o ao posto máximo que um iniciante soldado pode alcançar, no caso dele capitão artilheiro, pertencente ao Quadro de Oficiais de Administração.

Com muito orgulho alistei-me nas fileiras do Exército Brasileiro, sabendo que poderia ter algo mais em minha vida como cidadão.

Em meu primeiro que vesti a farda verde oliva, meus olhos brilhavam e o orgulho de estar servindo à Pátria era de tamanho imensurável. Nosso contingente era pequeno, mas a conduta cívica, moral, ética, de amizade e o companheirismo eram muito grandes.

A Turma de 1976 foi formada por grandes laços de amizades que hoje se misturam às lembranças vividas por nós, soldados da Reserva do Exército Brasileiro.

Podemos relacionar, puxando pela memória, os nomes de guerra dos subordinados do então Comandante do Contingente e meu pa), tenente de Artilharia Torres (em memória), que soube, acima de tudo, conduzir todos as missões, como sempre o fez, pela sua larga experiência vivida nos quartéis por onde passou. São eles: Cb Cláudio, Cb Farias, Sd Almeida, Sd. Caniatti (em memória), Sd Bortolomai, Sd Correa, Sd Contrera, Sd Domingues, Sd França, Sd Freitas, Sd Hedeo, Sd Jardim, Sd Juncal, Sd Laerte, Sd Leite, Sd Morais, Sd Nogueira, Sd Pereira, Sd Romeiro, Sd Tavares e outros que me fogem à lembrança...

Hoje, passados 36 anos e de cabelos grisalhos, ainda lembro esse período em que vesti essa admirável farda, e que anos após ter vivido todo esse momento único voltei a relembrar e experimentar o mesmo sentimento que meu querido e velho pai teve comigo. Pois, em 2001, o meu primogênito, e neto do então tenente Torres, esteve nas mesmas circunstâncias na qual eu estive e servindo na mesma 6ª CSM, como Sd Sallas, vindo então a fechar o ciclo das gerações pai, filho e neto.

Agradeço a Deus por ter me proporcionado um pai, cristão e que, acima de tudo, soube conduzir sua família nos melhores caminhos pelos quais um homem deve andar. E, embora não estando mais presente, ainda tenho-o como espelho, procurando andar focado em seus ensinamentos, passando-os sempre aos meus filhos e a partir de agora às minhas netas...


Soldado Morais - Manoel Torres de Morais Junior

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