Bairros

Homem descumpre medida protetiva em favor de sua amante e acaba preso

Marcele Tonelli
| Tempo de leitura: 3 min

Um empresário de 34 anos foi preso em Bauru, na manhã de ontem, acusado de descumprir uma medida protetiva em favor de sua amante e mantê-la, supostamente, em cárcere privado na última semana. Leandro Ferreira Siprano, que seria conhecido como “Pitbull”, foi detido por policiais da Delegacia de Defesa da Mulher (DDM) em um hospital particular da cidade, enquanto esperava sua esposa dar à luz.

Conforme o JC apurou junto à delegada Alexandra Nogueira, a prisão do empresário foi requerida na semana passada, após a vítima, uma mulher de 29 anos, que relatou à polícia diversas agressões ao longo dos últimos quatro meses, apresentar uma nova denúncia contra seu companheiro, dizendo que na noite do dia 20 de novembro ele teria descumprido a medida protetiva em favor dela –não podia se aproximar a uma certa distância da vítima -, e invadido seu apartamento, mantendo-a em cárcere privado durante toda a noite e madrugada. A medida de proteção teria sido deferida pela justiça em outubro deste ano.

“Ele me mordia, me agredia e puxava meus cabelos. Chegou a pegar a faca dizendo que queria me matar”, narra a mulher, que pediu para ter sua identidade preservada.

O empresário, que trabalha no ramo de cobranças, foi preso na manhã desta terça-feira após a informação de que ele estaria em um hospital particular aguardando sua esposa ‘oficial’ dar à luz a um filho do casal, que já possui uma criança de 2 anos.

Ele foi encaminhado à DDM, onde prestou depoimento na companhia de seu advogado, Jackson Leão, sendo transferido, em seguida, ao Centro de Detenção Provisória (CDP), onde permanecerá à disposição da justiça.

“Muitos não acreditam que o descumprimento da medida protetiva causa prisões. Estamos diante de um caso concreto”, ressalta a delegada Alexandra Nogueira.

Já sobre a acusação de cárcere privado, a delegada explica que a nova denúncia foi anexada ao inquérito e o caso será investigado.


Agressões

De acordo com a vítima, A.C., 29 anos, as investidas do suposto agressor contra ela teriam se iniciado há quatro meses, depois da descoberta que o rapaz, com o qual manteria um relacionamento desde fevereiro de 2012, seria casado.

“Ele era dócil, amoroso e extrovertido. As agressões começaram depois que nos mudamos (ela e os dois filhos)  para o apartamento que ele pagava o aluguel e eu descobri que ele era casado. Toda semana brigávamos. Ele não queria que eu rompesse o relacionamento”, conta a mulher. Conforme a vítima, no dia do cárcere, as crianças estariam na casa do pai.

Ainda segundo ela, seu companheiro não aceitava visitas à casa, nem mesmo de familiares. Com a promessa de cessar as agressões nos dias seguintes às brigas, a mulher conta que seu companheiro perdia perdão constantemente sobre suas ações. “Eu não podia sair de casa sem falar com ele. Ele me ligava de meia em meia hora perguntando onde e com quem eu estava.”

Ainda conforme ela, ele negava ser casado ou possuir outro relacionamento, mas não detalhava sua vida e nem dizia os motivos de dormir quase todas as noites fora de casa.

 

‘Isso é uma armação’, afirma advogado

Para o advogado do empresário acusado, Jackson Leão, as denúncias contra o seu cliente não passariam de uma armação provocada pela suposta vítima para obter lucros financeiros.

“Eles tiveram um caso extraconjulgal, mas a relação foi rompida há alguns meses. A partir desse momento, ela começou a pedir dinheiro em troca de não contar sobre o caso”, afirma Leão. “Ele diz que nunca a agrediu e fala que o descumprimento da medida protetiva é inverídica”, completa o advogado.

 

Antecedentes

Segundo a delegada da DDM, Alexandra Nogueira, Leandro Ferreira Siprano possui passagens pela polícia por duas tentativas de homicídio, ocorridas em Bauru entre 2002 e 2005. Além de acusações por estelionato em 2006 e 2008 em Lençóis Paulista e Pederneiras.


‘Estou aliviada, porém, com mais medo ainda’

Na manhã de ontem, a também empresária, que há alguns meses trabalhava como operadora de caixa em um posto de combustíveis na cidade, A.C., disse que, apesar de sentir alívio com a prisão de seu ex-companheiro, suposto agressor, também sente medo.

“Se ele sair virá atrás de mim. Acho que vou até me mudar da cidade”, diz. 

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