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Rubinho Prado lança livro de pesca

Ana Paula Pessoto
| Tempo de leitura: 4 min

A prática da pesca esportiva, suas diferentes modalidades e possibilidades em águas brasileiras fazem parte do conteúdo do livro “Peixes Fluviais do Brasil - espécies esportivas”, de autoria de Rubinho de Almeida Prado, precursor dos programas de pesca na TV e da pesca esportiva brasileira, e do biólogo Alec Krüse Zeinad. O livro foi lançado na manhã de ontem na Campesca, em Bauru.

Com a ajuda do biólogo Alec, Rubinho reuniu os dados colhidos durante os mais de 25 anos dedicados à pesca amadora-esportiva no Brasil e deu vida à obra idealizada para servir de consulta e estudo em pesca esportiva. Segundo os autores, o pesque e solte é uma prática moderna necessária para a proteção ambiental.

Entre os tópicos, o livro define as 200 espécies de peixes de água doce mais importantes para a pesca esportiva.

 

Jornal da Cidade - Por que lançar o livro também em Bauru?

Rubinho de Almeida Prado - Eu nasci em Jaú e tenho muitos amigos em Bauru. Por coincidência, o Toninho, proprietário da Campesca, foi pescar em uma de minhas estruturas no Amazônia, onde tenho uma agência de turismo. A gente já se conhecia de feiras, mas ampliamos a nossa relação e sempre que venho a Bauru eu passo em sua loja.

 

JC - O que o leitor pode encontrar no livro?

Rubinho - O livro teve uma parceria muito feliz. A televisão facilitou a minha vivência com a pesca e eu me juntei a um biólogo especialista em peixes. A ideia era fazer uma obra de consulta. O livro tem informação biológica, muitas dicas sobre pesca, além de nossa vivência passada ali. Também pensamos em fazer um livro que atendesse as necessidades de pescadores iniciantes e maduros, além de professores e estudantes de biologia. Quem quiser se aprofundar no tema consegue.

 

JC - Quais elementos estão disponíveis para essa pesquisa?

Rubinho - Falamos dos peixes, das bacias hidrográficas do Brasil e mostramos tudo sobre os equipamentos e estilos de pesca. É um manual. Temos um grande capítulo, muito importante para o País, sobre o pesque e solte, em que falamos do ponto de vista da biologia, ou seja, quais estudos mostram que o pesque e solte é uma realidade viável.

 

JC - O que difere a pesca tradicional da atual?

Rubinho - A pesca brasileira no conceito amador tende a matar peixes. Já a esportiva visa o esporte, ou seja, uma atividade de lazer onde você não precisa matar o animal.

 

JC - Quando você aderiu ao pesque e solte?

Rubinho - Eu levei o conceito para a televisão há 20 anos. Era uma coisa nova no Brasil e foi difícil porque mexeu com a tradição cultural. Eu cheguei a apanhar e a sofrer ameaças. Realmente o começo foi muito difícil.

 

JC - Ainda há barreiras?

Rubinho - Hoje é uma realidade. Temos muitos pescadores que soltam os peixes e muitas estruturas que só praticam o pesque e solte. Mas ainda há muita resistência, principalmente dos pescadores mais velhos que ainda cultivam o extrativismo, onde se imaginava que os recursos naturais nunca acabariam. Hoje temos uma clara noção de que os recursos da natureza são finitos e que o homem é o grande predador.

 

JC - Quando teve início a sua história com a pesca?

Rubinho - Eu não tenho uma história infantil de pesca, embora meu pai fosse adepto. Naquela época, a pesca tinha um outro comportamento. Era uma coisa só de homem, tinha muita bebida envolvida, um pouco de jogo e também mulheres em alguns grupos. E foi somente aos 30 anos de idade que eu me apaixonei pela pesca. Aí virou uma coisa enorme. Eu larguei o meu emprego, sou economista, e fui tentar viver da pesca.

 

JC - E deu certo logo no início?

Rubinho - Graças a Deus eu tive sorte. Trabalhei direitinho e conseguimos desenvolver um novo trabalho no segmento da pesca esportiva.

 

JC - Qual é a sua grande pescaria?

Rubinho - Eu tive várias. Mas o maior peixe que eu já pesquei foi um marlim-azul de cerca de 350 quilos. Dessa espécie, eu pesquei seis exemplares em minha vida. Não é um peixe que você pesca com fartura. É uma experiência excepcional. Mas ele é tão grande que não tem tanta graça, porque você precisa da ajuda de terceiros para tirá-lo da água. É diferente dos peixes menores, com os quais você disputa e coloca à prova a sua resistência física e experiência com o fôlego do peixe. Essa interação é muito legal na pesca, e com um peixe de 350 quilos isso é quase impraticável.

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