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Vizinho é sinônimo de amizade e zelo

Bruna Dias
| Tempo de leitura: 3 min

Malavolta Jr.

Amigos vizinhos comemoram a data especial com muitas guloseimas e bom papo

Tudo começou há dez anos, com uma reunião de rotina, da comunidade da Paróquia São Sebastião de Bauru. Há três anos, com o fortalecimento dos laços de amizade, Maria Teresa Carrara, 71 anos, moradora da Vila Cardia, começou a comemorar o Dia do Vizinho com os moradores de sua rua e proximidades. Família, amizade e zelo definem essa união.

“Há cerca de dez anos nós começamos a nos reunir semanalmente, mas por conta do nosso grupo de comunidade da igreja. São reuniões noturnas, missionárias, um momento muito legal. Há três anos eu comecei a reunir o pessoal para comemorar o Dia do Vizinho. Ficamos em festa o dia todo”, contou Teresa.

Como o marido, Amaro Carrara, caminha com dificuldades, a sua casa, localizada na rua Presidente Kennedy, ficou instituída como o ponto de encontro dos vizinhos nesta data tão especial.

Quitutes

Para que a festa aconteça, é preciso, além da boa fofoca e alegria da vizinhança, muitas guloseimas. A famosa “união das panelas” faz do pequeno encontro uma grande comemoração. Patês, torradas, bolos, café, chá, suco e refrigerante. Difícil escolher o que comer. Ou melhor, o difícil mesmo é comer tudo isso, falar e rir ao mesmo tempo.

A frase escrita em um cartaz colado na parede – “Vizinho é tudo de bom” – simbolizou o momento de amizade. “Vizinho é uma segunda família. É amizade, zelo. Acabamos sempre nos preocupando uns com os outros, criando confiança e estreitando os laços”, finalizou Teresa.

Apesar de acontecer há pouco tempo no bairro, a festa de comemoração do Dia do Vizinho, idealizada por Maria Teresa, conta com a presença até do pároco da igreja São Benedito, padre Carlos Henrique Siqueira, e do monsenhor João Domingos.


As ‘Marias’

O grupo de cerca de 20 vizinhos da Vila Cardia só cresce a cada ano. As recém-chegadas no bairro, Maria Conceição Ferrari, 69 anos, e Maria Cunha da Silva, 53 anos, também já consolidaram a amizade com os vizinhos amigos.

“Eu moro aqui há dois anos, mas já morava perto, na Vila Antártica. Adoro as reuniões”, disse Maria da Conceição. “Eu vim do Núcleo Octávio Rasi e estou morando aqui há mais de dois anos. Lá eu já tinha uma relação parecida com meus vizinhos. Acho muito importante. Formamos uma família”, completou Maria Cunha.


Bolinho de nó

Dentre os inúmeros quitutes que estavam sobre a mesa de Maria Teresa Carrara na tarde de ontem, um não poderia faltar. É a especialidade da casa, receita da própria Teresa, o bolinho de nó.

Mas, afinal, o que é um bolinho de nó? “É um bolinho feito de massa de pão, com ovos, leite, farinha e um pouco de óleo. Depois eu faço os nozinhos, que rendem umas 300 unidades, frito e passo na calda de açúcar com canela. Todos os anos tenho que fazer”, disse Teresa, aos risos.


A data

O Dia do Vizinho foi instituído pela poetisa Cora Coralina há 33 anos, que fazia aniversário na mesma data, em 20 de agosto. Ela costumava dizer que “o vizinho é mais que parente, pois é o primeiro a saber das coisas que acontecem na vida da gente”.

Segundo Nize Brêtas, nora da poetisa, a ideia surgiu ao acaso e devido ao apreço de Coralina pelos vizinhos. Após insistirem em festejar o seu aniversário, ela teria pedido que, no lugar de uma festa para ela, festejassem o Dia do Vizinho.

“A intenção (ao criar a data) era para os vizinhos se confraternizarem. Na verdade, é uma maneira de chamar a atenção das pessoas para isso”, explicou Brêtas, em entrevista ao Jornal da Cidade.

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