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A estreia das obras está marcada: janeiro de 2014. É quando o Sindicato dos Empregados no Comércio de Bauru pretende ver iniciados os trabalhos no terreno que abrigará sua nova sede. A mesma área onde, por quase três décadas, funcionou o imponente Cine Bauru.
Do ponto de vista urbanístico, será a esperada ocupação de um “nobre vazio” cravado bem na esquina das ruas Cussy Júnior e 13 de Maio desde a demolição da estrutura do cinema, em 2012 – quatro anos após a desativação das salas.
Os antigos proprietários demoliram justamente para facilitar negociação do terreno já limpo e sem entulhos. Demorou, mas funcionou. Para o sindicato, que pretende contar com tudo pronto em um ano e meio ao custo estimado de R$ 3 milhões, será a chance de ampliar espaços e serviços.
“Vai melhorar muito para a categoria. Teremos subsolo, estacionamento amplo, mais salas para advogados e homologações, mais gabinetes de dentistas, melhor logística e comodidade”, resume o presidente da entidade, Benone Cabelo Batista, 66 anos.
Desde 1985 no comando do sindicato em mandato vigente até 2015 (eleições são de cinco em cinco anos), Benone conta que o negócio do terreno do cine foi fechado por R$ 1,8 milhão entre representantes dos donos e a Federação dos Empregados do Comércio (Fecomerciários) – que abrange 68 sindicatos em território paulista.
A federação, aliás, também arcará com 80% do custo da obra – o restante será de responsabilidade do próprio sindicato local. E não foi a única transação: nos últimos dois anos, o sindicato de Bauru já havia adquirido uma área ao lado por R$ 400 mil. E a própria federação arcou com R$ 160 mil em outro terreno vizinho.
Juntos, segundo Benone, os terrenos somam 1.936 metros quadrados. “Daria para fazer ali uns dois campos de futebol suíço”.
Troca de prédio
Agora, o projeto original (que previa ocupação dos dois primeiros terrenos, sem contar a área do Cine Bauru, que sozinha tem 968 m²) será reformulado. Isso para que, em breve, o sindicato e seus 23 funcionários possam deixar as salas destinadas à entidade desde 1948 no edifício Santa Maria (quadra 6 da Batista de Carvalho). “É uma nova página que vai se abrir em nossa história”.
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Quioshi Goto |
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Benone Batista comemora aquisição: obras em janeiro |
‘Ia ao cinema em todas as noites’
“Sou bauruense da ‘cidade Falcão’, a Vila Falcão. Pai de dois filhos, avô de dois netos. Hoje, moro na Vila Souto. Peguei uma época bem movimentada dos filmes na cidade. Trabalhava em loja de calçados e, desde bem moço, ia todas as noites aos cinemas que, com o tempo, foram fechando. Inicialmente no Cine São Paulo (Agenor com Primeiro de Agosto), Cine San Rafael (Alfredo Maia) e, claro, Cine Bauru, de onde a gente saía depois de ver faroeste, Mazzaropi e tantos outros para tomar vitamina ali perto. Nunca imaginei que, um dia, teria eu a oportunidade de participar do processo de reocupação de um espaço que foi tão marcado por esse cinema onde estive tantas vezes.”
Benone Cabelo Batista
Presidente do Sindicato dos Comerciários
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Arquivo/Éder Azevedo |
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Em maio de 2003, espectadores aguardavam na fila para a estreia de “Matrix 2”; em 2007, área de espera do Cine Bauru; e demolição do prédio, concluída em fevereiro de 2012 |
