Juro contar a verdade, toda a verdade, nada mais do que a verdade. Não tenho "mão" para fazer pão. E inveja de quem o faz sem mistérios. Lembro-me da Olímpia que, toda arrumada, chegava ao salão da Luzia dizendo que tinha acabado de tirar do forno uma fornada de pão quentinha, cheirosa.
Nem ia à padaria. Deixava o fermento com a massa durante à noite e, antes do filho acordar para ir à escola, a produção doméstica já estava na mesa.
Crocantes por fora e macios por dentro. Mamis também era boa de massa, mas os seus pães eram mais pesados, menos aerados, com casca dura. Os meus preferidos. Bem caseiro, assado muitas vezes no forninho de barro da casa da vila.
Uma espécie de pão italiano com o jeitinho da vovó. A gente nem esperava esfriar. Corríamos para a velha cozinha para desembrulhar da manta aquela raridade. Dois ou três grandes e sempre um miudinho para mim. Carinho de mãe. Era só passar manteiga - que escorria no encontro com a massa quente - para se sentir no paraíso. Infinito.
Italiano ou francês
Como é bom comer pão. De padaria, caseiro, na casa do vizinho. Mata a fome, não pesa no estômago e vai bem com os mais diversos recheios e acompanhamentos. Zarcillo adora pão italiano do Tauste. Diz que a massa é mais durinha. Eu prefiro do Confiança Max. Tanto faz o comprido ou o redondo. O que importa, para mim, são o sabor e a maciez interna.
Adoro comer com azeite de oliva e cebolinha picada. Às vezes, com azeitona preta, sem óleo, chamada de Californiana em alguns supermercados. Mas quando vou servir como entrada para os de casa, adiciono nas fatias apenas uma chuva de orégano, fios de azeite português extra virgem, algumas folhas de manjericão e tomates cereja (o redondinho) e as levo à frigideira quente apenas para ganhar ainda mais cor e crocância.
Não sobra uma no prato. Bem, como o negócio aqui é falar de gastronomia, e não das minhas preferências, vamos lá ao quer interessa: se você quer economizar na compra do pão nosso de casa dia ou quer mudar um pouco o café da manhã, da tarde ou o jantar, que tal preparar a massa?
Italiano, francês, d´água, mineiro, do padre ...
Aqui em Bauru é meio difícil comprar o legítimo pão francês, a baguete, com aquela crocância, sabor e perfume encontrados em qualquer boulangerie francesa. O padre Eduardo que o diga.
Algumas padarias até que tentam e algumas conseguem oferecer similares. A Doce Momento, por exemplo, tem boas e saborosas baguetes. A palavra francesa que significa "bastão". As primeiras baguetes, originárias da Áustria e disseminadas na França em meados do século XIX, eram mais arredondadas. Hoje é um pão longo, de massa magra, branca, crocante em seu exterior.
São vendidos recém-tirados do forno, tornando-se irresistíveis para qualquer mortal. Franceses e francesas andam pelas ruas comendo baguetes numa boa. Maravilha!
Todos elegantes, prova de que não é o pão que engorda, e sim os complementos colocados nele.
No Shabat
Na Alemanha e na Escandinávia, a procura recai sobre os pães pretos; já entre os judeus não podem faltar o challah e os pretzels, nas festas e no shabat, vendidos hoje em dia até mesmo nos shoppings. Ciabatta e focaccia é coisa de italianos; pitta dos gregos; soda dos irlandeses; tortillas dos mexicanos, houska, na República Tcheca; bloomer; muffins e crumpets, de ingleses...
No Brasil, a preferência recai no francês, mais gordinho do que a verdadeira baguete francesa, cujo quilo, dependendo da padaria, já atingiu os R$ 10,00.
Quitandas de Minas: receitas de família e histórias - Rosaly Senra - EDITORA GUTEMBERG/AUTÊNTICA EDITORA LTDA/GUTENBERG
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Pão de Cebola da Beth (Beth Motta, Congonhas)
Ingredientes
1 copo de leite
1 copo de água morna
1 copo de óleo
1 colher (sopa) de açúcar
1 colher (sopa) de manteiga
4 ovos
1 pitada de sal
1 cebola grande
2 colheres (sopa) de fermento biológico
Farinha de trigo
Preparo: Bater no liquidificador os ingredientes, menos a farinha. Despejar numa vasilha e juntar aos poucos a farinha de trigo até o ponto de enrolar. Amassar bem. Fazer os pãezinhos e colocar em tabuleiro para assar. Dourar com gemas e levar ao forno regular.
Pão de queijo (Maracy, Governador Valadares)
Ingredientes
½ copo de leite
½ copo de água
½ copo de azeite de oliva
1 colher (café) de sal
2 copos de polvilho (doce/azedo)
2 ovos
200 g de queijo parmesão ralado
Preparo: Levar para ferver o leite, a água, o azeite e o sal. Escaldar o polvilho numa gamela. Esperar esfriar um pouco. Juntar os ovos e o queijo ralado e misturar bem até que a massa fique homogênea. Colocar um pouco de óleo na mão e enrolar os pãezinhos. Levar ao forno para assar até dourar.
Pãozinho de sal (para se fazer recheado)
Ingredientes
15 colheres (sopa) de leite (aproximadamente 1 xícara)
1 ovo inteiro
20 g de fermento biológico (ou 1 colher de sopa)
2 colheres (sopa) de manteiga
1 colher (sopa) de açúcar refinado
Farinha de trigo até dar consistência de abrir a massa
Sal
Preparo: Juntar os ingredientes, amassar, enrolar os pãezinhos e colocar no tabuleiro. Deixar descansar para crescer. (*depois de enrolar os pãezinhos, colocar uma bolinha de massa em um copo com água. Quando essa bolinha subir, pode colocar os pães para assar). Colocar para assar em forno regular.
Pão de minuto
Tia Cecy
Ingredientes
3 xícaras de farinha de trigo
2 colheres (sopa) de açúcar
2 colheres (sopa) de manteiga
2 colheres (sopa) de fermento em pó
1 xícara de leite
1 ovo
Sal
Preparo: Misturar todos os ingredientes. Amassar e fazer os pãezinhos. Levar para assar em forno quente em tabuleiro untado.
Pão de batata
Elisa Melgaço, receita da Tia Zoé, Belo Horizonte
Ingredientes
2 kg de farinha de trigo
8 batatas cozidas
2 colheres (sopa) de manteiga
2 colheres (sopa) de fermento biológico
4 ovos
1 e ½ xícara de açúcar
1 pitada de sal ou 2 colheres (café)
1 copo de leite morno
Preparo: Dissolver o fermento no leite morno e misturar à batata moída (ou amassada com garfo). Juntar uma xícara de farinha e uma colher de açúcar e deixar crescer por uma hora. Passado esse tempo, misturar os demais ingredientes. Por último o leite e a farinha até completar os dois quilos. Enrolar os pãezinhos, colocar no tabuleiro e esperar crescer por mais uma hora. Passar gema para dourar e levar o forno para assar.