Regional

Empresa é líder em automação no País

Rita de Cássia Cornélio
| Tempo de leitura: 3 min

Na década de 80 só tinham portões automatizados no Brasil e para pessoas abastadas. Dois irmãos garcenses que vendiam a automação tiveram uma ideia. Criar um produto que atendesse as necessidades e coubesse no bolso dos brasileiros. Foi assim que nasceu a PPA, líder no mercado brasileiro, comenta Flávio Peres. “Meu irmão não está mais na empresa. Eu e meu irmão, em 1983, começamos com uma revenda de automação de portão e telefonia. Os motores eram pesados,  porque os portões no exterior eram assim, ao contrário dos brasileiros que eram pequenos e leves. Resolvemos criar um motor nessas dimensões, próprio para o mercado brasileiro, com as características próprias. Meu irmão tinha um curso técnico em eletrônica e eu fazia a mecânica. Estudamos o assunto rudimentarmente.”

Para se ter uma ideia do preço da automação importada, o empresário cita: “Era um produto caro. A maioria da população não podia comprar. Vendi duas máquinas aqui em Garça. Uma máquina valia o equivalente a meio carro popular, tipo Fiat Palio. Nossa sacada foi inovadora. Fizemos um motor simples com preço acessível.”

O sonho dos irmãos era vender automação de portões na cidade de Garça, Marília e Bauru. “No ano seguinte, em 84, já vendíamos para outras cidades da região. Nessa época descobrimos um amigo em São Paulo que passou a vender o nosso produto. Aí explodiram as vendas. Era barato e resolvia. O portão automatizado abre em média 12 vezes ao dia em uma casa.”

A empresa começou a investir. “Compramos máquinas, equipamentos simples com o lucro da empresa. Eu não tinha nada além de um carro velho, um Fiat 147. Meu pai era pintor de casa, não tinha capital, começamos do zero. Contratamos gente da cidade e de fora. A parte eletrônica a gente fazia em São Paulo, importava os controle remotos. Em Garça fazia só a mecânica.”

Mercado americano

Na sequência, a empresa foi verticalizada. “Fazíamos tudo internamente. O preço ficou competitivo. Criamos a figura do distribuidor da automação de portões. Existia muito a fábrica que vendia para um serralheiro. Criamos uma figura que ficava no meio, entre a empresa e o serralheiro para dar suporte. Nosso produto não é igual um refrigerante, tem o pós venda. O carro bate no portão e quebra, tem uma descarga elétrica e queima. Tínhamos que ter suporte técnico e estoque próximo do cliente. Não tinha como sair de Garça para dar suporte técnico em São Paulo.”

Dois distribuidores foram criados. Um em São Paulo e outro em Bauru. “Hoje temos 180 só no Brasil e  80 fora do País. Exportamos para todos os países da América do Sul. Em 2015 vamos entrar no mercado dos Estados Unidos. Do México para baixo exportamos para todos.”


Polo de eletroeletrônicos quer diversificar as suas atividades

Garça se firmou como polo da indústria eletroeletrônica, na opinião do presidente da Associação Comercial e Industrial de Garça, Luiz Carlos de Souza. “Está caminhando naturalmente. Começou com os irmãos Flávio e Alcides Peres. Esse processo começou com uma microempresa. Como todas as nossas empresas nasceram pequenas, nenhuma empresa nasceu grande aqui.”

A empresa dos irmãos Peres, hoje só do Flávio, teve um crescimento muito grande. “Com o processo de terceirização nasceram outras empresas do mesmo segmento. Elas foram criando corpo e se desenvolvendo. Hoje são cinco empresas que estão em desenvolvimento de média para grande. Temos pequenas que estão no mesmo seguimento e outras que atuam em outros ramos de atividade.”

Souza frisa que, na cidade há em torno de 200 empresas, que empregam mais de cinco mil funcionários, dentre eles, muitas mulheres. O nosso carro chefe é a automação, por onde começamos. Hoje temos outros seguimentos como reatores e nobreak. Toda a automação, a parte de alarmes está sendo fabricada aqui.”

Ele explica que fomentar a pequena empresa e o terceiro é uma natureza da cidade. “Pode ficar na incubadora por dois anos prorrogáveis por mais um ano, caso o projeto esteja em ascensão. É o prazo de maturação da empresa. Tem muitas prontas para sair e outras querendo entrar na incubadora. É um processo natural,” diz Souza.

Comentários

Comentários