Geral

Namorar no carro pode ser mancada

Nélson Gonçalves
| Tempo de leitura: 3 min

Namorar faz bem à vida, evidente. O afeto, as manifestações de carinho, o que inclui carícias e prazer,  atiçam as reações bioquímicas e convidam para a vida a dois. A questão é que uma parte dos casais, em especial jovens, insistem em namorar na rua, dentro do carro. Outra parcela não está nem um pouco interessada nessa questão e, na lata, usa o veículo como motel ao ar livre.

 

É para este público que a Polícia Militar de Bauru quer amplificar seu recado de segurança pública e cidadania. Parece óbvio para quem faz opções por ambientes mais tranquilos, ou “tradicionais”. Mas para os “aventureiros” ou os adeptos do “sexo ao ar livre”, a comunicação sem rodeios da autoridade policial é o caminho mais objetivo para evitar prejuízos ao cidadão.

 

Além disso, os moradores que convivem com o “motel ao luar em frente a casa” estão tendo de lidar com o ‘incômodo’.

 

A Polícia Militar elencou, a pedido do Jornal da Cidade, os principais endereços que estão na lista do “namoro ao luar dentro do carro” em Bauru. A lista (veja nesta página) apresenta apenas os locais que têm gerado mais reclamações, seguidos dos “tradicionais”, costumeiros, que têm exigido a intervenção preventiva.  

 

Para a situação, o major da Polícia Militar João da Costa Duarte lembra das orientações mais básicas. Para começar: “Nunca namore dentro do carro”. E para quem insiste na aventura – o que não significa a prática de ato sexual ao ar livre em via pública, diga-se -, o policial acrescenta: “Não pare em locais mal iluminados ou isolados;  fique atento às pessoas que estiverem a sua volta”.

 

No caso da presença de assaltante, a polícia também pede atenção: “Se você for rendido, mantenha a calma e siga as instruções dos infratores, mantenha as mãos no volante e tente comunicar-se, indicando claramente o que vai fazer”.

 

As reações seguintes à abordagem, a calma deve vir acompanhada de atenção a detalhes: “Se for tirar o cinto – Pergunte, ou informe: “Vou tirar o cinto com esta mão, posso?”; continue mantendo a calma, pois elemento surpresa é favorável ao infrator, que na grande maioria dos casos não está sozinho”. 

 

Costa Duarte reforça que se não houver reação, a possibilidade de violência física contra as vítimas é menor. “Assim que os infratores deixarem o local, avise a polícia o mais rápido possível e não deixe de efetuar o registro da ocorrência”. O militar lamenta que parte dos que sofreram abordagem por assaltantes sinta constrangimento em fazer o registro policial. 

 

Aventura e bolso

 

Dois casais aceitaram conversar com o JC, pelo Facebook, a respeito da opção em transar no carro, em endereços, em geral, ermos e à noite. A condição foi o anonimato. Duas questões fundamentais estão presentes nos comentários dos dois casais: aventura e bolso. 

 

João Antonio, (nomes fictícios), 22 anos, trabalhador no setor industrial, com segundo grau incompleto, solteiro, há seis meses namorado de Francisca, 19 anos, comerciária, segundo grau concluído em 2014, disseram, em resumo: “O carro é nossa opção para não pagar motel. Meu pais não iam deixar que eu namore em casa e na casa dela nem pensar. Então o carro, na rua, acaba sendo o único jeito de não gastar com motel. A gente sai para dar uma volta de carro e sempre para em um lugar onde não tem ninguém e bem tarde. Depois a gente vai embora. Dá um pouco de receio, mas é como a gente tem se virado.”

 

Outro casal, o jovem com 27 anos e a namorada com 20, confessaram que gostam do espírito de aventura na rua. “Namorar no carro tem o efeito da surpresa, de alguém de repente passar e a gente gosta disso”, contou a moça. Para o rapaz a opção é “uma aventura ao ar livre”.

Comentários

Comentários