O governo federal divulgou ontem o resultado do processo de seleção para a escolha de instituições de ensino superior que abrirão faculdades de Medicina em 36 municípios. Em Bauru, o curso com 100 vagas ficará a cargo da Universidade 9 de Julho (Uninove), a mais bem classificada entre sete estabelecimentos que estavam na disputa. O prazo para início das aulas vai de três meses a um ano e meio, ou seja, elas podem começar já em 2016 ou só em 2017.
O tempo começará a contar a partir de 28 de agosto, quando o Ministério da Educação (MEC) publicará a decisão final no Diário Oficial da União. O primeiro resultado ainda pode ser questionado pelas demais empresas concorrentes por meio de recursos, entre os dias 13 e 22 de julho.
Das sete que estavam no páreo, apenas três faculdades foram consideradas habilitadas: Uninove em primeiro lugar, Anhembi Morumbi em segundo e Unoeste em terceito. Unimar, FIB (única instituição bauruense entre as pleiteantes) e UniCastelo não foram habilitadas. Já a Anhanguera foi desclassificada.
A Uninove também se saiu vencedora e poderá abrir cursos de Medicina em outros quatro municípios paulistas: Osasco, São Bernardo do Campo, Guarulhos e Mauá.
Parte dos métodos de seleção das instituições de ensino foi desenvolvida pela Fundação Getúlio Vargas (FGV). Foram avaliados o projeto pedagógico, o plano de infraestrutura da instituição de educação superior, de contrapartida à estrutura de serviços, ações e programas de saúde do município, plano de implantação de residência médica e o de oferta de bolsas para alunos.
O MEC ainda não divulgou detalhes sobre os projetos e ofertas apresentados pela Uninove para Bauru. A assessoria de imprensa da faculdade também foi acionada na tarde de ontem, mas não respondeu o contato da reportagem até o fechamento da edição.
A Uninove já oferece curso de Medicina na cidade de São Paulo. Em Bauru, ela possui um polo na avenida Nossa Senhora de Fátima, onde ocorrem algumas atividades de 25 cursos de graduação, da modalidade de ensino à distância.
Contrapartidas
Secretário municipal de Saúde, Fernando Monti acompanhou ontem, em Brasília, o evento de anúncio das instituições escolhidas. “Fiquei sabendo da faculdade selecionada na hora. O curioso é que, diferentemente de outros, esse grupo não fez contatos com a gente. Não conheço o projeto apresentado e aprovado”.
Ele acredita que as contrapartidas à rede municipal de Bauru sejam oferecidas em dinheiro para que, em conjunto, sejam definidas as ações necessárias, contemplando as demandas da cidade e do curso a ser instalado.
“Acredito que a Uninove tenha interesse em dar início às aulas já no ano que vem. A capacidade econômica das instituições foi um item bastante importante na avaliação do MEC”, pontua Monti.
Estruturante
O secretário elogiou ainda o fato de o governo federal ter tomado a iniciativa em prol da criação de cursos privados de Medicina. “É muito inovador e uma forma de dar sustentabilidade ao Mais Médicos, demonstrando que o projeto não é só um tapa-buraco que traz profissionais de fora”.
Para o ministro da Educação, Renato Janine, a expansão das vagas terá resultados em longo prazo. “A abertura dos novos cursos de Medicina é uma medida importante e terá o acompanhamento do Ministério da Educação para garantir a qualidade do processo em todas as etapas. A população sentirá os efeitos no futuro com a formação desses profissionais”, destacou Janine.
Mais Médicos
A seleção das 39 cidades que receberão os cursos de Medicina ocorreu em 2014 e obedeceu a critérios que garantem a expansão do ensino médico para regiões prioritárias. A ação, que viabilizará 2.290 vagas, integra o programa federal “Mais Médicos”.
Todos os municípios selecionados têm 70 mil habitantes ou mais e não contam com graduação na área. Elas estão localizadas em 11 estados de quatro regiões, no interior e regiões metropolitanas, sendo que nenhuma delas é capital.
Na seleção, o Ministério da Educação levou em conta a necessidade social do curso, a estrutura da rede de saúde para realização das atividades práticas e a capacidade para abertura de programa de residência médica.
Três municípios (170 vagas) não tiveram propostas selecionadas e serão incluídos no edital seguinte, já em curso. O governo federal selecionou, neste ano, mais 22 cidade para a criação de cursos de Medicina em instituições particulares. Elas estão em oito estados do Norte, Nordeste e Centro-Oeste.
Assessoria de Comunicação Social/Divulgação |
|
|
Em Brasília: com os ministros da Educação, Renato Janine, e da Saúde, Arthur Chioro, o secretário local de Saúde Fernando Monti |
