| João Rosan |
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| O taxista Gilberto auxilia o estudante Carlos Félix a acessar o carro, em demonstração ao JC |
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| No interior do veículo, Félix Manfrinato mostram espaço da cadeira e mais um acompanhante |
O primeiro táxi acessível adaptado para transportar cadeirantes já circula em Bauru desde o início desta semana. Dois veículos têm a licença para exercer a atividade. O segundo, no entanto, ainda precisa superar questões burocráticas para iniciar o atendimento ao público.
O serviço foi autorizado em novembro de 2014 por lei municipal de autoria do prefeito Rodrigo Agostinho (PMDB). A sugestão, porém, partiu do vereador Fábio Manfrinato (PR). “Nossa indicação foi muito bem recebida e, hoje, esse sonho, que garante direitos, já é uma realidade. Bauru é uma das poucas cidades do interior com esse tipo de táxi”.
A legislação autoriza a operação de três táxis acessíveis na cidade. Quatro participaram de chamamento convocado pela Emdurb, mas dois deles desistiram. “Vamos começar com poucos, até para sentir o mercado. Na cidade de São Paulo, circulam 90, mas existe o entendimento de que o serviço já precisa ser ampliado”.
Foi na capital do Estado que o taxista Gilberto Alberguete de Souza teve o primeiro contado com os veículos acessíveis. “Desde então, sempre nutri a vontade de trabalhar com isso aqui. Por enquanto, o movimento está devagar, mas já era esperado no começo”.
Apenas dois tipos de automóveis comercializados no Brasil são passíveis da adaptação necessária para a prestação do serviço. No veículo, é instalada uma plataforma móvel que, pelas portas traseiras, chega ao solo e, posteriormente, é recolhida já levando o passageiro cadeirante para o interior do carro. Todo o processo não leva mais que dois minutos.
“O teto do carro também fica mais alto e a suspensão é reforçada em função do peso das cadeiras. É importante também frisar a segurança do serviço, já que a cadeira é presa por um cinto de segurança”, comenta o taxista.
Gilberto conta que comprou seu automóvel já adaptado. Contudo, as intervenções necessárias para garantir a acessibilidade aos veículos custa, em média, R$ 35 mil.
ABERTO
O vereador Fábio Manfrinato frisa que, apesar de adaptados, os táxis acessíveis não atenderão apenas a pessoas com deficiências. “Qualquer um pode utilizar o serviço desses carros”.
Além do espaço dedicado a cadeira de rodas, o carro é dotado de um banco para acompanhantes e mais uma vaga para passageiros ao lado do motorista.
Outro detalhe importante é de que os táxis acessíveis vão operar com as mesmas tarifas dos demais veículos que operam o serviço de transporte de passageiros. “Muita gente acha que pode ser mais caro, mas não é”, ressalta Manfrinato.
Carlos: ‘Não existe o que pague a liberdade’
Estudante de Terapia Ocupacional, estagiário e palestrante. Aos 34 anos e há 10 anos em uma cadeira de rodas, Carlos Félix leva uma vida socialmente ativa, mas só agora conquistou a liberdade, a independência e o direito de ir e vir.
“Não tem preço que pague. Sempre senti essa necessidade. Posso me deslocar sem preocupação. Não preciso de acompanhante. O táxi está sempre à disposição, 24 horas ao dias. Já me pegou em diversos horários”, conta.
Félix utilizava, de vez em quando, a van adaptada do transporte coletivo público, mas sua locomoção era limitada à disponibilidade de horários.
“Tenho uma agenda apertada. São compromissos em horários muito próximos um do outro. Antes, eu não ia. Só podia me deslocar sozinho em um raio de 2 quilômetros de distância, que é a autonomia segura da minha cadeira”, relata.
O estudante diz que sua família possui um automóvel, contudo, não adaptado. “Para eu sair, dá muito trabalho. Preciso ser tirado da cadeira, que precisa ser guardada no porta-malas.”
Ação com cadeiras busca impacto e reflexão sobre as vagas exclusivas
Pensando em uma maneira impactante de conscientizar a população bauruense nas ruas sobre a questão do respeito e uso correto das vagas de estacionamento destinadas às pessoas com deficiência e idosos, a Emdurb e o vereador Fábio Manfrinato (PR) desenvolveram uma ação onde serão colocadas várias cadeiras de rodas em vagas de estacionamento comum, preenchendo todo o espaço destinado a parada de veículos na quadra 7 da rua Primeiro de Agosto, uma das mais movimentadas do centro da cidade.
Segundo o vereador, esta é uma forma de buscar a reflexão e empatia dos motoristas da cidade. Com o tema “O meu direito termina onde começa o seu”, a campanha tem o objetivo de fazer com que motoristas reflitam sobre a destinação correta das vagas que existem para que pessoas com mobilidade reduzida tenham mais autonomia e facilidade na locomoção.
Além da alusão ao dia, a campanha busca também preparar o motorista para a regulamentação da lei 6496/14 que autoriza o poder executivo a isentar de pagamento de Área Azul e Área Verde todas as pessoas com deficiência e idosos por até duas horas.
Para a realização da ação, os organizadores contaram com o apoio da Apae Bauru, Sorri, Lume Light e Polícia Militar.
Serviço
Táxi Acessível
(14) 99732-8479 (Com WhatsApp)

