Ao menos 70 trabalhadores de vários setores da Plasútil foram demitidos nos últimos dois dias. Em 29 anos, esse é o maior desligamento efetuado pela empresa bauruense, que possui 29 anos de história e emprega aproximadamente 1,3 mil pessoas diretamente. Essa seria a maior demissõe em massa no setor registrado nos últimos dois anos na cidade pelo Sindicato dos Trabalhadores nas Indústrias da Fabricação do Álcool, Químicas, Farmacêuticas, Plásticas, Tintas e Vernizes de Bauru e Região.
O desligamento, segundo o sindicato, teria ocorrido em virtude da diminuição da produção dos produtos de utilidades domésticas em plástico, que teria registrado queda nas vendas. “A empresa não procurou e nem comunicou o sindicato para discutir uma saída. Estive lá e conversei com o setor de RH, que informou que essas demissões já eram previstas, mas eles esperavam uma reação do mercado, o que não ocorreu”, afirma Edson Bicalho, presidente da entidade.
Em seu site, a empresa diz que produz até um milhão de peças ao mês de dez linhas de produtos distintos e que exporta, para mais de 40 países, produtos de plástico nas linhas de mesa, cozinha, limpeza, banheiro, organização, bebê e pet.
A Plasútil não se pronunciou, oficialmente, sobre os motivos que levaram às demissões e nem se há previsão de outros desligamentos. Por meio de nota, a empresa limitou-se a confirmar a situação.
“Estamos fazendo ajustes de pessoal de acordo com a dimensão do mercado atual”, diz a Plasútil, por meio de nota enviada pelo seu Departamento de Marketing.
Critério?
O sindicato diz que a empresa teria usado alguns critérios para a demissão, como o funcionários que já estavam aposentados, alguns que pediram para ser demitidos e outros de forma aleatória.
Edson Bicalho afirma que solicitou à empresa a comunicação ou abertura de negociação, caso haja previsão de novos desligamentos. “Há a possibilidade de trabalhar em sistema lay-off, reduzindo a jornada de trabalho e do salário até o limite de 25% ou suspendendo os contratos de trabalho para requalificação profissional, por exemplo. Mas acho difícil eles negociarem”, opina.
Fora do padrão
Segundo Bicalho, essa é a maior demissão do setor em Bauru nos últimos anos. “Foi fora do padrão que temos observado, nem as usinas demitiram tanta gente assim por causa da crise”, comenta. “Por outro lado, alguns setores como o farmacêutico, por exemplo, estão crescendo. Uma empresa de Bauru nos procurou para contratação de 50 a 60 pessoas para o próximo mês”, atenua o sindicalista.