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Bauru ganha a "Praça do Avião"

Dulce Kernbeis
| Tempo de leitura: 4 min

Samantha Ciufa
Muitos bauruenses foram à avenida Mário Mattosinho, em Bauru, prestigiar a inauguração do “Monumento Avião Bandeirante”

Foi entregue oficialmente o “Monumento Avião Bandeirante”, uma homenagem de Bauru a Ozires Silva, ex-ministro da República, ex-presidente da Petrobrás e ex-presidente e fundador da Embraer, bauruense nato e que participou da criação dessa aeronave.

A Prefeitura de Bauru tomou posse de um dos aviões, doado pela Força Aérea Brasileira (FAB) e o transformou em monumento, com sustentação através de um pedestal que está instalado na praça Duarte Silva, na avenida Mário Mattosinho, em zona nobre, na ligação da avenida Getúlio Vargas com a Marechal Rondon. Ozires Silva esteve presente. A praça é um espaço público adotado pela Associação dos Maçons (Assoma) de Bauru e em sua fala Ozires disse esperar que o município mantenha a aeronave nas suas devidas condições “porque ela não é como um estádio, um avião tem sua dinâmica própria”, lembrou.

E depois da homenagem, em entrevista coletiva, falou que ele próprio vai se empenhar para manter o local e avião exatamente como estavam ontem. Ozires rememorou também como o Bandeirante, avião que foi símbolo da aeronáutica brasileira com capacidade para oito pessoas, foi criado em 1969 em “um processo difícil, confesso isso. Tivemos que superar muitos obstáculos. Havia muita gente duvidando da nossa capacidade”.  Ele contou uma passagem curiosa. “Num dos primeiros voos experimentais, a gente queria sempre manter em segredo, mas não foi possível, havia uma mulher. Ela adorou a viagem, mas fez uma observação - está tudo certo, tudo bom, mas vocês precisavam fazer um avião tão feio?”. Respondi a ela que nunca vi alguém chegar no topo da escada indo por cima, este é o primeiro de muitos degraus, vamos chegar lá”, contou aos risos, elogiando o design bonito dos grandes aviões de hoje.

Saudade
O evento além de reunir a maioria das autoridades da cidade, deu a oportunidade para Ozires rever amigos, como Mário Bevilacqua, o Marinho (um dos que abraçaram a ideia do então vereador José Roberto Segalla  para Bauru ter essa honraria) e a chance de rever a casa onde nasceu e se criou e o grupo escolar onde estudou, o Rodrigues de Abreu. “Para mim a emoção é sempre grande”, pontuou. Perguntado porque aos 85 anos, não para um pouco e volta a morar em Bauru, ele diz que não pode. “Tenho trabalhado muito em São Paulo e enquanto tiver com esta saúde quero continuar trabalhando, ativo”. Hoje é diretor de cinco universidades, com um contingente de 97 mil alunos, “jovens do futuro”. É para eles, olhando “para o alto e para o futuro” que Ozires faz questão de falar – se capacitem, estudem, não esqueçam da educação é ela que transforma e tenham a ousadia de acreditar que tudo é possível.  E o que não faltaram ontem também foram os jovens. Muitos querendo fazer uma selfie e sonhando em estar no tradicional Instituto Tecnológico de Aeronáutica (ITA), onde o também reformado coronel da Aeronáutica brasileira, Ozires, começou sua vida de estudante e profissional. Entre os admiradores estava  Kaio Koiti Nakagawa, de 10 anos, que fez questão de estar presente para pegar um autógrafo do homenageado e adora aviões.

Contribuições
Contribuíram no processo de viabilização do monumento em Bauru: Prefeitura por meio da Secretaria de Obras, sob coordenação do diretor de Obras, Etelvino Zacarias Martins; Mário Bevilacqua; ex-vereador José Roberto Martins Segalla e vereador Carlão do Gás; Polícia Militar, que assegurou a integridade do avião quando ele ainda estava no chão da praça; Base Operacional do Grupamento Aéreo da PM; Zeir Ramos e mecânicos do Parque da Aeronáutica do Campo dos Afonsos do Rio de Janeiro (PAMA).

Também apoiaram: Pires Materiais de Construção; Trans Torc Locações; Vallim Tornearia; Reghine Porto de Areia, secretarias municipais de Obras, Planejamento, Semma e Cultura;  Rede Confiança de Supermercados; além do Jornal da Cidade, Assenag, Acib e Rotary Clube Bauru, dentre outros apoiadores.  

Protesto
Manifestantes do Sinserm, sindicato dos servidores municipais, que estão em greve, aproveitaram a presença das autoridades e, portando faixas e cartazes, protestaram. Entre eles estava um servidor de 92 anos, seu Moreira, homem de não “desistir da luta”, como ele próprio dizia. Os servidores  levaram faixas pedindo que o prefeito Rodrigo Agostinho acate suas reivindicações.

Agostinho disse, no discurso em que saudou o homenageado e procedeu à inauguração da praça, que entende todas as pretensões do funcionalismo “e seu fosse servidor estaria aí manifestando hoje também”.

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