A vida está escrita em letras e senhas bioquímicas no interior das células. Nossas carnes são feitas de muitas bolinhas irregulares ou células como se fosse um sagu: a gelatina representa o que elas secretam para ter um meio ambiente adequado para viver. Os tecidos ficam macios e gostosos de pegar por causa dessa matriz extracelular secretada por nossas células.
O nosso “manual do usuário” está no núcleo celular com 23 páginas duplas cheias de informações sobre como devemos funcionar. O manual do proprietário do carro fica no porta-luvas e cada item dele seria um gene. As páginas em vez de papel são feitas de ácido nucleico tipo DNA. Todos seres vivos têm DNA e RNA chamados de ácidos nucleicos!
Vegetais e animais são formados por células. Comemos células, mastigamos núcleos e deglutimos “montanhas” de DNA e RNA todos os dias. As informações que trazem são conhecidas como genes. Gene é igual “ou informação”! Todos os dias comemos sopas e litros de genes, desde uma simples folha de alface até uma picanha grelhada. É como ingeríssemos dezenas de páginas de papel escritas ao comermos qualquer coisa viva, ou melhor, que foi viva pois quando comemos já estão mortas.
Nós vivemos por que comemos a vida dos outros. Primeiro tiramos a vida dos vegetais e animais, depois comemos o cadáver ou “carne dada aos vermes”. Diriam: - mas não precisa ser tão explícito assim! Desculpe-me, mas pesquisa feita no Brasil revelou um fato incrível: a grande maioria das pessoas não tem ideia que comem DNA! A pesquisa Ibope Conecta com 2011 pessoas foi encomendada pelo Conselho de Informações sobre Biotecnologia.
O DNA que ingerimos não vai se misturar com os nossos genes e provocar confusão em nossas células. Tudo que comemos acaba sendo degradado, tornam se íons isolados novamente e são reaproveitados, recompondo-se em novos produtos, sem chance de se incorporar em nosso genoma como assim é chamado o conjunto de todos os nossos 25 mil genes.
Quando se ingere um animal ou vegetal transgênico, os genes modificados e presentes em seu DNA serão degradados e letra por letra reaproveitados, sem chance de incorporar-se informações diferentes em nosso corpo. Nos animais e vegetais transgênicos algumas informações do seu genoma foram modificadas para ficarem mais resistentes a pragas, drogas e doenças ou para aumentar sua produtividade.
Na pesquisa citada, 33% dos brasileiros acham que ingerir alimentos transgênicos faz mal! A Academia Nacional de Ciências, Engenharia e Medicina dos EUA analisou mais de mil pesquisas e concluiu que os organismos geneticamente modificados não trazem qualquer risco à saúde e pode trazer benefícios econômicos e ambientais. Os transgênicos não tem nada a ver com câncer, diabete, autismo, obesidade e alergias.
O que ingerimos de DNA, RNA, cromossomos e genes não tem como provocar mutações nas pessoas em desenvolvimento e nem câncer. As mudanças de DNA e de genes que nos levam a estas alterações são provocadas por fatores externos como drogas, radiações, substâncias químicas, vírus e outros agentes em nosso ambiente. Eles que alteram o DNA e genes que temos prontos e funcionando no corpo.
Dá para mastigar e brincar assim: - hum, este alface está com o DNA e genes deliciosos! Este peixe tem núcleos e cromossomos saborosos! Ou: esta laranja tem cada núcleo e células muito especiais! Sim vegetais e animais dão a nós suas vidas para que possamos viver! Sim, alface tem vida! Precisamos saber isto, para valorizar a vida, a nossa e a dos demais que vivem por aqui! Na pesquisa, 73% das pessoas não sabiam que ingeriam DNA.
Secreções do corpo têm DNA e seus genes como na saliva, suor, lágrimas, leite, mucos e ranhos! Até ranho tem DNA! Mesmo engolindo e trocando estas secreções com alguém, ninguém modificará o DNA e os genes do outro. A exceção deve-se ressaltar é o sêmen: cuidado com ele! O sêmen, se encontrar um óvulo, vai fazer o espermatozoide penetrar e misturar seu DNA e genes com os dele e daí nascerá um novo ser! Tirando o sêmen, nenhuma outra secreção promove trocas de genes em outra pessoa.
- E se o sêmen encontrar as outras células? Nada acontecerá! E que a festa e alegria continuem! Viva!
Observatório
Grana – A sonda Osires-rex da Nasa foi lançada dia 8 para colher material na superfície do asteroide Bennu. Há uma chance de 1:2700 dele colidir com a Terra no século 22. As duas órbitas são parecidas e podem se encontrar. Este foi o “motivo” para justificar a missão à opinião pública, mas o objetivo principal é saber do que é feito o asteroide e se pode ser fonte de exploração mineral para uso comercial.
Carinho – A mídia diz que a sonda vai dar uma “cutucada” no asteroide, um termo tanto bélico, pois o homem não perde a mania de uma briguinha. Na verdade, a sonda fará um afago ou carícia sobre a superfície de Bennu com o braço de um robô. No toque soltará um jato de gás e a poeira, coletada em recipientes e encapsulada. Na volta em 2023, a análise mostrará sua composição e também ajudará os estudos sobre a origem da Terra.