Opinião

A falsa ideia de uma Câmara isenta

Bruno Emmanuel Sanches - Cientista social
| Tempo de leitura: 1 min
Após a apuração da eleição bauruense para vereador, pude notar algumas pessoas comemorando, em redes sociais, o fato de a Câmara não ter nenhum representante petista. O que estes eleitores não observaram é que o PSDB, grande rival do PT nas últimas eleições, também não conseguiu eleger vereador algum. O PMDB, por sua vez, conseguiu ocupar apenas uma das dezessete vagas. Ou seja, a Câmara bauruense será composta por partidos que não ocupam os principais pleitos Executivos. Tem quem comemore, mas tal situação é bastante preocupante, pois demonstra a total ausência de ideologia (seja de Esquerda ou de Direita) entre os eleitos. Uma Câmara composta por partidos do "centrão" tenta até passar uma ideia de isenção e mandato mais preocupado com a população do que com a política, mas, na prática, o resultado é bem diferente: sem convicção definida, tais partidos e legisladores permitem-se maior flexibilidade com relação a acordos e conchavos políticos. Daí, podemos chegar a ter uma Câmara servil ao Poder Executivo, pouco atuante e nem um pouco fiscalizadora.
Portanto, comemorar a ausência de partidos como PT e PSDB da Câmara bauruense, ainda que estes partidos estejam com a imagem desgastada no cenário político, não é algo a se comemorar ou entristecer: apenas há que se observar que a isenção na Política é uma ideia falsa, e uma Câmara sem representantes ideológicos é uma Câmara perigosa e passiva, entregue à sorte de acordos e incertezas.
 

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