Cultura

Conheça Moana: uma princesa única

Érika Valois e Marina Galeano
| Tempo de leitura: 4 min

Divulgação
Moana é diferente de tudo o que antes se viu sobre princesas

A Disney decidiu mudar o perfil de suas princesas com a animação “Moana - Um Mar de Aventuras”, que estreia nesta quinta-feira (5) nos cinemas do Brasil (Bauru inclusive).

O filme, dirigido por John Musker e Ron Clements, mesma dupla criativa de clássicos como “A Pequena Sereia” (1989) e “Alladin” (1993), tem como personagem principal uma jovem índia da Polinésia, que vive em uma ilha do Pacífico Sul.

Determinada e corajosa, Moana (voz da atriz norte-americana Auli’i Cravalho, na versão original) não tem par romântico e insiste em dizer que é guerreira, e não princesa, deixando bem claro a mensagem que a Disney deseja passar para as crianças.

Moana vive em uma tribo comandada pelo pai e, desde bebê, sente-se atraída pelo mar. Ao escutar as histórias de seus ancestrais, contadas pela avó, ela fica ainda mais tentada a cruzar o oceano, mas seu pai a proíbe.

No entanto, quando sua ilha passa a sofrer com a falta de frutos e de peixes para alimentar a população local, Moana decide enfrentar o mar aberto, mesmo contra a vontade do pai, para salvar seu povo. Então, a jovem guerreira se lança no oceano sozinha e aprende a navegar por conta própria. Ela enfrenta ondas gigantes e tempestades assustadoras para encarar sua primeira missão: encontrar Maui (voz de Dwayne Johnson), um semideus grandalhão, porém medroso, que pode ajudá-la a restabelecer a natureza de sua terra natal.

Em um primeiro momento, no entanto, Maui se recusa a ajudá-la, mas, depois, acaba cedendo. Juntos, os dois encararão grandes aventuras e enfrentarão perigosos piratas e monstros do mar.

Ela é a mais interessante das princesas

‘Mulan’ (1998) e ‘Valente’ (2012) já haviam quebrado alguns paradigmas embutidos nas produções do gênero, Mas, com ‘Moana’, estúdio dá um passo além. 

A nova princesa da Disney é a primeira a rejeitar o rótulo de princesa. Voluntariosa, determinada, independente e autossuficiente, a protagonista de “Moana - Um Mar de Aventuras”, que estreia nesta quinta nos cinemas, foge do estereótipo de heroína presente na grande maioria das animações do estúdio.

Nada de príncipe. Nada de par romântico. Com a árdua missão de salvar sua ilha e seu povo da destruição, a jovem polinésia de Motu Nui não tem tempo para historinhas de amor. Também em termos de aparência, Moana se distingue de suas antecessoras. A pele morena, o corpo torneado, os cabelos crespos, os olhos amendoados e decididos ajudam a construir a identidade de uma destemida navegadora da região do Pacífico Sul, dona de um espírito livre.

De certa forma, “Mulan” (1998) e “Valente” (2012) já haviam quebrado alguns paradigmas embutidos nas produções do gênero, como a fragilidade das personagens e o romance sempre em primeiro plano. Mas, com essa nova aposta, o estúdio dá um passo além e oferece aos espectadores uma proposta inédita --principalmente em relação ao tema central da narrativa.
Não se trata apenas da jornada de uma corajosa heroína para defender sua terra e sua família. A mensagem é mais ousada, mais ambiciosa e alinhada às demandas atuais da sociedade.

A personagem toma as rédeas da própria vida mesmo se alguém tenta impedi-la de seguir em frente. Trata-se, portanto, de um filme sobre o empoderamento feminino, sobre a liberdade de escolhas. Filha do chefe de uma tribo da Polinésia, Moana vive dividida entre corresponder o desejo do pai de se tornar a próxima líder de Motu Nui e a atender ao chamado do oceano.

Para dar conta de tamanho conflito, ela tem a ajuda da avó. Quando descobre que sua ilha e seu povo estão ameaçados, a garota parte em uma empolgante aventura marítima. No caminho, Moana precisa encontrar Maui, um semideus pouco modesto, grandalhão, cabeludo e tatuado, que irá acompanhá-la nessa expedição mítica, repleta de perigos e paisagens exuberantes.

Ao retratar a cultura, as lendas e os cenários da Polinésia, a Disney dispõe de um prato cheio para exibir o auge de sua capacidade técnica em animação. Do início ao fim, o filme impressiona pela qualidade visual, pela riqueza de detalhes e pela perfeição.

O cabelo da heroína parece ter vida própria; as tatuagens animadas de Maui --que funcionam como sua consciência-- são uma atração à parte; o oceano é quase real.
Tudo isso permeado por uma volumosa trilha sonora, com canções de Lin-Manuel Miranda, do samoano Opetaia Foa’i, além das instrumentais de Mark Mancina. Embora numa dose menor do que o cantarolante “Frozen” (2013), Moana também é um longa musical que, em alguns momentos, abusa da paciência.

O exagero, porém, não atrapalha o ritmo da história. Humor, aventura, tensão e emoção embalam a saga da jovem navegadora e do parceiro grandalhão. Diversão garantida para crianças e adultos. Entre as princesas que a Disney já criou, a menos princesa de todas, é, de longe, uma das mais carismáticas, interessantes e contemporâneas.

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