Beto Moreno/Divulgação |
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Diferentes modelos de fuscas tomaram a Praça Portugal neste domingo, quando foi celebrado o Dia Nacional do preferido dos amantes de carros antigos |
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Presidente do Clube de Carros Antigos do Centro-Oeste Paulista, Sérgio entrega a certificação de originalidade para o fusca do comerciário Israel Landin |
Preferência da maioria dos apaixonados por carros antigos, o Fusca ganhou festa na Praça Portugal nesse domingo (22) data em que seus amantes celebram, anualmente, o dia nacional do veículo que atingiu o ápice de sua popularidade na década de 1970, mas teve seus primeiros protótipos produzidos ainda na década de 1930, quando o regime nazista, comandado por Adolf Hitler, tentou estimular a produção de um automóvel popular que pudesse impulsionar a frágil economia alemã, ainda abalada pelos efeitos da Primeira Guerra Mundial.
A produção em série só foi mesmo estimulada após o fim do segundo conflito global. Sem água, o motor não fervia nem congelava no rigoroso inverno europeu. Além disso, apresentava rendimento três vezes maior do que os “concorrentes” da época. O sucesso, é claro, foi garantido e se estende até hoje, por meio de colecionados que fazem o possível e o impossível para preservar as caraterísticas originais do mais emblemático dos carros de passeio ou modificá-lo completamente.
O primeiro é o caso do Sérgio Antunes de Oliveira, que preside o Clube de Carros Antigos do Centro-Oeste Paulista. O grupo existe desde 1998 e, todos os domingos, seus membros reúne-se e expõem suas relíquias na Praça Portugal. Nesse domingo (22), em razão da data especial, todos os holofotes voltaram-se para os fuscas.
“É aquele carro que quase todo colecionador quer ter. Quem já teve um não esquece. É diferenciado, tem o motor traseiro, o som é outro, a pegada é diferente”, conta.
SEM CINTO
Seu fusca verdinho é de 1968 e foi adquirido por Sérgio em 1972. “Está do mesmo jeitinho. Não me dá dor de cabeça. A única coisa que faço é trocar a bateria a cada dois ou três anos. Também evito lavar muito para não desgastar. Só dou uma polida e passo uma massa de vez em quando”, conta.
O carro, assim como saiu da fábrica, possui apenas um retrovisor lateral e não dispõe sequer do cinto de segurança.
O direito de circular com o automóvel nessas condições, incluindo a placa de cor preta, é garantido aos proprietários que obtêm o certificado de originalidade para que os veículos sejam registrados como itens de coleção.
O documento, inclusive, pode ser emitido pelo Clube de Carros Antigos. O comerciário Israel Landin, por exemplo, obteve o seu, nesse domingo (22), dois anos após comprar o seu fusca e fazer as adaptações e reformas necessárias.
61, Modelo 52
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O modificado de 61 e o original de 71, durante o encontro nesse domingo (22) |
Roberto Figueiredo é tão “fusqueiro” que escreveu um livro, prestes a ser publicado, sobre a história do carro. Ele até possui um exemplar de cor azul-pavão original, mas seu “xodó” é o vermelho, fabricado em 1961 (ano de seu nascimento), mas completamente modificado para tornar-se réplica de um modelo exclusivo fabricado em 1952.
“Faz dez anos que começou a ser modificado, mas nunca mais parei de mexer e não vendo de jeito algum. Está preparado para andar a 120, 140 quilômetros por hora, como se fosse um zero. O teto virou solar e foi rebaixado em 13 centímetros. A suspensão foi toda mudada, mas a traseira é o principal diferencial, inclusive com o vidro oval. As quatro calotas têm meu nome e o ano do carro. No para-choque, tem as letras do meu sobrenome. A placa tem FCA, de fusca”, conta orgulhoso.