Se a questão for apresentada ao repórter Marcus Liborio, já sei a resposta: Dedé. É que Marcus esteve com o humorista em duas oportunidades, no começo de 2016, e gostou muito do que viu: um veterano ator cheio de gás, disposto a dar o melhor de si nas filmagens de um curta rodado em Pirajuí.
Dos últimos dez anos para cá, contudo, quem praticamente ressuscitou foi Mussum (1941 a 1994). Muito graças ao fato de seu jeito peculiar de falar ter sido "adotado" em brincadeiras na Internet, estampas de camisetas e até rótulos de bebidas.
A imagem de Zacarias (1934 a 1990) seguiu caminho parecido: caiu nas graças de uma nova geração e, quem não conhecia, passou a pesquisar programas do passado para entender a graça do homem baixinho que agia como estridente criança risonha.
O líder do grupo sempre foi Renato Aragão: uma figura mais complexa. Renato e Didi não são a mesma "persona", ainda que eu acredite que um gostaria de tomar o lugar do outro. Renato/Didi, contudo, é disparado o mais bem-sucedido e, claro, também querido pela criançada de hoje e de ontem.
Sobre o "ontem", uma data: em 13 de março de 1977, um domingo quase 12 como hoje, ia ao ar, pela primeira vez, o programa "Os Trapalhões" pela TV Globo. Mesmo quem não gostava parava para espiar: a vinheta de abertura, às 19h dos domingos, era marcante, quase como um aviso de que, logo a seguir, viria o "Fantástico" (e, depois deste, a sisuda segunda-feira).
Assim foi por 18 anos. Mussum e Zacarias morreram, Dedé rompeu com Didi e trocou de emissora, Didi ganhou programa próprio com nova turma (de 1998 a março de 2010), Dedé voltou a trabalhar com ele... Eis que, em 2017, chegou a refilmagem de "Os Saltimbancos Trapalhões: rumo a Hollywood". E o remake de "Os Trapalhões" na telinha, cercado de expectativas e repaginações, é certo.
Assim como os Beatles, o estabanado quarteto brasileiro da comédia foi reduzido a dois integrantes ainda vivos. Também como o grupo britânico, sempre pinta a pergunta: qual é o seu integrante preferido? Outro ponto em comum? Foram fabulosos.