A pedido do Ministério Público (MP), a Justiça decretou na última terça-feira (28) a prisão preventiva de Antônio Jorge Salla, ex-secretário de Esportes, Recreação e Cultura de Brotas (100 quilômetros de Bauru). O mandado foi cumprido no mesmo dia e ele foi levado à Cadeia de Rio Claro, de onde seria transferido para a Penitenciária de Itirapina.
O requerimento pedindo a prisão de Jorge Salla foi assinado pelo promotor de Justiça Alexandre Daruge, que ofereceu denúncia contra ele e mais sete pessoas, entre elas o pai do ex-secretário, o ex-prefeito de Brotas Antônio Benedito Salla, por concussão, corrupção passiva e lavagem de dinheiro. Segundo Daruge, documentos juntados aos autos demonstram que o denunciado tinha planos de se mudar para o Paraguai.
De acordo com o MP, Benedito Salla exerceu o cargo de prefeito de Brotas entre janeiro de 2009 e maio de 2012, quando foi impedido pela Justiça de continuar exercendo o mandato. Em fevereiro de 2009, ele havia nomeado o filho para comandar a Secretaria de Esportes, Recreação e Cultura da cidade.
Segundo a Promotoria, desde que passaram a trabalhar juntos, Jorge e Benedito Salla teriam atuado com o objetivo de se enriquecerem ilicitamente, "orquestrando e executando diversas condutas ilegais".
A primeira delas foi o estabelecimento de uma espécie de "mensalinho" que deveria ser pago por funcionários comissionados para que permanecessem nos cargos. "Era exigido que os funcionários repassassem certa quantia de seus salários, sob pena de serem exonerados", afirma o MP.
"Além disso, a dupla criou um esquema para recebimento de propinas, descoberto após a quebra do sigilo bancário dos mesmos. Em razão dos cargos públicos que ocupavam, pai e filho receberam vantagens indevidas totalizando quase R$ 500 mil, valores esses que não foram incluídos nas declarações de Imposto de Renda".
Para "lavar" o dinheiro obtido por meio dos atos ilegais, de acordo com a Promotoria, Benedito e Jorge Salla elaboraram um sistema de compra, construção, reforma e venda de imóveis. Os demais denunciados, entre eles uma filha de Benedito, também teriam participado do esquema. A reportagem não conseguiu apurar se Salla já constituiu advogado.
