Geral

Engenharia, 'embrião' da Unesp Bauru

Cinthia Milanez
| Tempo de leitura: 12 min

Revista O Rugido do Leão
Aula inaugural da Faculdade de Engenharia e do Colégio Industrial, no Colégio São José, em 1967

Era 1 de maio de 1967. Em uma sala emprestada do Colégio São José, em Bauru, começavam as aulas do curso de engenharia mecânica da Faculdade de Engenharia (FE), vinculada à Fundação Educacional de Bauru. Antes, em 11 de abril, há 50 anos, a instituição recebeu a "bênção" do Conselho Estadual de Educação para funcionar. Os cursos da área foram os primeiros do que, hoje, é a Unesp de Bauru.

Assessora administrativa da diretoria da Faculdade de Engenharia de Bauru (FEB), Araci Alves da Silva conta boa parte da história da instituição em um livro, que ainda será lançado. Segundo ela, o Colégio Técnico Industrial (CTI) também foi fundado na mesma época da FE, especificamente, no dia 7 de abril de 1967.

Ambas as unidades de ensino eram administradas pela Fundação Educacional de Bauru, criada em 26 de dezembro de 1966, após a sanção da Lei Municipal. Na época, estabeleceu-se que 2% do orçamento da cidade seria destinado à Fundação, que também implantou a Faculdade de Ciências (FC), a Faculdade de Tecnologia (FT) e a Faculdade de Arquitetura, Artes e Comunicação (Faac).

Ainda em 1967, a Fundação ganhou sede própria, situada na rua Castro Alves, na Vila Falcão, onde, atualmente, funciona a Diretoria Regional de Ensino (DRE) de Bauru. Na época, a área foi doada ao Estado por Daniel Pacífico.

Na década de 70, a então Fundação ganhou um novo espaço, situado na região da Vargem Limpa, onde a Unesp funciona até hoje. O primeiro prédio a ser construído foi o do Centro de Meteorologia de Bauru (IPMet). Atualmente, o órgão foi transferido para outro local e o espaço antigo abriga o laboratório de computação da FC.

Entre 1985 e 1988, a Fundação tornou-se Universidade de Bauru (UB) e, nesta época, nascia uma luta histórica por sua estadualização ou federalização, fato que veio a se concretizar em agosto de 1988, quando a instituição foi incorporada pela Unesp.

DATAS MARCANTES

Araci separou nove datas consideradas marcantes para a FEB. Em 1972, o Ministério da Educação (MEC) reconheceu os cursos de engenharia mecânica e civil, após a formação da primeira turma de alunos. Três anos depois, foi a vez da engenharia elétrica.

Em 1985, a Fundação tornou-se UB e, em 1988, foi incorporada pela Unesp. Após oito anos, o curso de engenharia mecânica passou a oferecer o mestrado. O doutorado veio mais para a frente, em 2013. Há dois anos, foi a vez dos demais cursos da FEB.

Outras datas importante foram a da criação do curso de engenharia de produção, em 2003, e de seu reconhecimento pelo MEC, em 2006, após a formação da primeira turma de estudantes.

Hoje, a FEB conta com quatro cursos: engenharia mecânica, elétrica, civil e de produção. Anualmente, recebe 220 novos alunos de graduação. Neste ano, abriga, ao todo, 1.280 estudantes da graduação e 400 da pós, entre especialização, mestrado e doutorado.

Em festa

A Faculdade de Engenharia de Bauru (FEB) comemora 50 anos de existência nesta terça; os cursos da área foram os primeiros do que, hoje, é a Unesp

Era 1 de maio de 1967. Em uma sala emprestada do Colégio São José, em Bauru, começavam as aulas da engenharia mecânica da Faculdade de Engenharia (FE), vinculada à Fundação Educacional de Bauru. Antes, em 11 de abril, há 50 anos, a instituição recebeu a "bênção" do Conselho Estadual de Educação para funcionar. Os cursos da área foram os primeiros do que, hoje, é a Unesp de Bauru.

Assessora administrativa da diretoria da Faculdade de Engenharia de Bauru (FEB), Araci Alves da Silva conta boa parte da história da instituição em um livro, que ainda será lançado. Conforme o JC noticiou, o Colégio Técnico Industrial (CTI) também foi fundado na mesma época, especificamente em 7 de abril de 1967.

Ambas as unidades eram administradas pela Fundação Educacional de Bauru, criada em 26 de dezembro de 1966, após a sanção da Lei Municipal. Na época, estabeleceu-se que 2% do orçamento da cidade seria destinado à Fundação, que também implantou a Faculdade de Ciências (FC), a Faculdade de Tecnologia (FT) e a Faculdade de Arquitetura, Artes e Comunicação (Faac).

Ainda em 1967, a Fundação ganhou sede própria, situada na rua Castro Alves, na Vila Falcão, onde, atualmente, funciona a Diretoria Regional de Ensino (DRE) de Bauru. Na época, a área foi doada ao Estado por Daniel Pacífico.

Na década de 70, a então Fundação ganhou um novo espaço, situado na região da Vargem Limpa, onde a Unesp funciona até hoje. O primeiro prédio a ser construído foi o do IPMet. Atualmente, o órgão foi transferido para outro local e o espaço antigo abriga o laboratório de computação da FC.

Entre 1985 e 1988, a Fundação tornou-se Universidade de Bauru (UB) e, nesta época, nascia uma luta histórica por sua estadualização ou federalização, fato que veio a se concretizar em agosto de 1988, quando a instituição foi incorporada pela Unesp.

DATAS MARCANTES

Araci separou nove datas consideradas marcantes para a FEB. Em 1972, o Ministério da Educação (MEC) reconheceu os cursos de engenharia mecânica e civil, após a formação da primeira turma de alunos. Três anos depois, foi a vez da engenharia elétrica.

Em 1985, a Fundação tornou-se UB e, em 1988, foi incorporada pela Unesp. Após oito anos, o curso de engenharia mecânica passou a oferecer o mestrado. O doutorado veio mais para a frente, em 2013. Há dois anos, foi a vez dos demais cursos da FEB.

Outras datas importantes foram a da criação do curso de engenharia de produção, em 2003, e de seu reconhecimento pelo MEC, em 2006, após a formação da primeira turma.

Hoje, a FEB conta com quatro cursos: engenharia mecânica, elétrica, civil e de produção. Anualmente, recebe 220 novos alunos de graduação. Neste ano, abriga, ao todo, 1.280 estudantes da graduação e 400 da pós, entre especialização, mestrado e doutorado.

Bons exemplos

O Projeto "Ao Vivo e em Cores", que trabalha com a educação infantil de Bauru, com o intuito de conscientizar as crianças a respeitar o patrimônio público, saiu da FEB. Atualmente, engloba todos os cursos de graduação da Unesp e, todo final de ano, culmina na pintura das escolas. Supervisor técnico da FEB, Raphael Sigolo Ruas Gonçalves afirma que a Semana de Engenharia da instituição é o maior evento do setor, em nível de público e programação. O Simpósio de Engenharia de Produção (Simpep), também sediado na FEB, é o segundo mais importante do País, perdendo para o evento organizado pela Associação Brasileira de Engenharia de Produção (Abep).

FACULDADE E ROCK -

Entre as fotos históricas, uma chama a atenção. Nela, aparecem Liminha, o estudante da FEB José Ayres, Rita Lee e Arnaldo, na década de 70. O grupo se apresentou no câmpus Industrial (CTI) e na Faculdade de Engenharia (FE) da Fundação Educacional de Bauru, na Vila Falcão

Você sabia?

A deusa romana Minerva é o símbolo da engenharia. Segundo o supervisor técnico de seção da FEB, Raphael Sigolo Ruas Gonçalves, apesar de representar a guerra, a divindade era conhecida por sua sabedoria. "Ganhava as batalhas, porque se planejava e esta é a principal função dos engenheiros", explica.

Qualificação que 'impulsiona' Bauru

Samantha Ciuffa
Aline Fogolin, da Sedecon: "Depois de formados, os profissionais procuram seguir carreira na cidade e, com isso, causam impacto em seu desenvolvimento econômico"

Bauru está no "coração" do Estado de São Paulo. Além da localização estratégica, a mão de obra qualificada, fruto de suas universidades, é outra atração para o desenvolvimento e também a investidores em potencial. Nesse sentido, a Faculdade de Engenharia de Bauru (FEB) merece destaque pela sua força e tradição. Na próxima terça-feira, a instituição comemora 50 anos de existência (leia mais na página ao lado).

Titular da Secretaria Municipal de Desenvolvimento Econômico, Turismo e Renda (Sedecon), Aline Prado Fogolin pontua que o desenvolvimento industrial do município iniciado com chegada da ferrovia gerou, já naquela época, a demanda por profissionais da área de engenharia. "Além de atender Bauru e sua macrorregião, a faculdade abriga estudantes do Paraná e do Mato Grosso, que ficam relativamente perto do município. Depois de formados, procuram seguir carreira na cidade e, com isso, causam impacto em seu desenvolvimento econômico", argumenta.

A secretária pontua que instituição e município têm de estabelecer uma conexão maior, como a que ocorreu no último dia 30, quando a Unesp reuniu prefeitos, vice-prefeitos e secretários de 39 municípios da região, com o propósito de discutir soluções para os problemas das cidades. Realizado pela Faculdade de Arquitetura, Artes e Comunicação (Faac), o Fórum "A Unesp e os Municípios: Projetos e Parcerias" foi uma iniciativa pioneira na história recente da universidade, ao reunir, em Bauru, um grande número de autoridades em torno de um mesmo objetivo: o desenvolvimento regional.

Segundo Aline, a intenção é ampliar esta conexão, não só com a FEB, mas com todas as faculdades de Bauru. "O desenvolvimento só se dá através do fortalecimento das bases de atratividade, tais como as boas universidades, a mão de obra qualificada e o incentivo fiscal às empresas", defende. Além disso, a secretária adianta que analisa a viabilidade da construção de um parque tecnológico, que contará com a contribuição dos universitários, inclusive, vinculados à FEB.

RIQUEZA

Professor aposentado da FEB, Paulo Cesar Razuk afirma que a instituição, desde a sua fundação - embasada por professores da USP, Unicamp e engenheiros de grande bagagem técnica -, sempre foi um instrumento público em linha reta e agente do conjunto social.

Razuk justifica: essencialmente, há duas formas de se produzir riqueza e a primeira é a venda direta de recursos naturais renováveis e não renováveis. A segunda maneira é agregar valor a um produto ou serviço. "É fato inconteste que a riqueza oriunda de operações de valor agregado depende do preparo das pessoas que agregam valor. A riqueza das nações, portanto, está intimamente ligada à habilidade de sua força de trabalho e à qualidade dos engenheiros que forma", observa.

Em termos de recursos naturais, por exemplo, o Japão, a Coréia e, até mesmo, a Alemanha são países pobres. Segundo o professor, a riqueza destes locais se dá pela qualidade de seu sistema educacional, que produz uma população altamente qualificada. "Em um mundo de rápida transformação, em que ninguém tem conhecimento perfeito das qualificações necessárias em futuro próximo, a capacidade para ensinar a aprender é de fundamental importância e este é o foco do ensino de engenharia da Unesp", conclui.

FEB visa consolidar mestrado e doutorado

Vice-diretor da FEB, Luttgardes de Oliveira Neto afirma que os cursos de pós-graduação da instituição ainda são recentes e espera que, pelos próximos 50 anos, tanto o mestrado quanto o doutorado já estejam consolidados.

Com isso, a faculdade promete diversas novidades para as áreas tecnológica e científica, contribuindo, inclusive, para o desenvolvimento da cidade na qual está inserida. "Bauru já era centro de entrocamento, por conta da ferrovia, e a FEB, por meio de sua mão de obra qualificada (leia mais na página ao lado), ampliou esta influência", finaliza.

Da FEB para a vice-reitoria

Bauru está no "coração" do Estado. Além da localização estratégica, a mão de obra qualificada, fruto de suas universidades, é outra atração para o desenvolvimento e também a investidores em potencial. Nesse sentido, a FEB merece destaque pela sua força e tradição.

Titular da Secretaria Municipal de Desenvolvimento Econômico, Turismo e Renda (Sedecon), Aline Prado Fogolin pontua que o desenvolvimento industrial do município iniciado com chegada da ferrovia gerou, já naquela época, a demanda por profissionais da área de engenharia. "Além de atender Bauru e sua macrorregião, a faculdade abriga estudantes do Paraná e do Mato Grosso, que ficam relativamente perto do município. Depois de formados, procuram seguir carreira na cidade e, com isso, impactam em seu desenvolvimento econômico".

A secretária pontua que instituição e município têm de estabelecer uma conexão maior, como a que ocorreu no último dia 30, quando a Unesp reuniu prefeitos, vice-prefeitos e secretários de 39 municípios da região, com o propósito de discutir soluções para os problemas das cidades. Realizado pela Faculdade de Arquitetura, Artes e Comunicação (Faac), o Fórum "A Unesp e os Municípios: Projetos e Parcerias" foi uma iniciativa pioneira na história recente da universidade.

Segundo Aline, a intenção é ampliar esta conexão com as faculdades, incluindo a FEB. "O desenvolvimento só se dá através do fortalecimento das bases de atratividade, tais como as boas universidades, a mão de obra qualificada e o incentivo fiscal às empresas", defende. Além disso, a secretária adianta que analisa a viabilidade da construção de um Parque Tecnológico, que contará com a contribuição ativa da FEB.

RIQUEZA

Professor aposentado da FEB, Paulo Cesar Razuk afirma que a instituição, desde a sua fundação - embasada por professores da USP, Unicamp e engenheiros de grande bagagem técnica -, sempre foi um instrumento público em linha reta e agente do conjunto social.

Razuk justifica: essencialmente, há duas formas de se produzir riqueza e a primeira é a venda direta de recursos naturais renováveis e não renováveis. A segunda maneira é agregar valor a um produto ou serviço. "É fato inconteste que a riqueza oriunda de operações de valor agregado depende do preparo das pessoas que agregam valor. A riqueza das nações, portanto, está intimamente ligada à habilidade de sua força de trabalho e à qualidade dos engenheiros que forma", observa.

Em termos de recursos naturais, por exemplo, o Japão, a Coréia e, até mesmo, a Alemanha são países pobres. Segundo o professor, a riqueza destes locais se dá pela qualidade de seu sistema educacional, que produz uma população altamente qualificada. "Em um mundo de rápida transformação, em que ninguém tem conhecimento perfeito das qualificações necessárias, a capacidade para ensinar a aprender é de fundamental importância e este é o foco do ensino de engenharia da Unesp", conclui.

Palavra do reitor

Reitor da Unesp, Sandro Roberto Valentini afirma que a FEB forma engenheiros com sólidos conhecimentos acadêmicos e tecnológicos, além de objetivar uma ampla visão da sociedade e preparação para assumir lideranças.

Segundo ele, a faculdade propicia, ainda, intensa troca de conhecimento e experiências entre as várias modalidades de engenharia. "Com a crescente titulação dos docentes e a criação de programas de pós-graduação, a produção técnica e científica da unidade aumentou significativamente", revela.

Além disso, Valentini informa que a criação de grupos de pesquisa também tem contribuído para a consolidação das atividades do setor na faculdade.

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