| Malavolta Jr. |
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| Paulo Hermes Pereira é um dos donos de tradicional panificadora: "Nosso público é muito fiel" |
Poderia ser apenas mais uma rua na cidade de Bauru, mas a Primeiro de Agosto é dona de algumas particularidades. Além de ser onde Bauru faz aniversário todos os dias - por levar a data de fundação no nome-, ainda é considerada uma das artérias comerciais mais importantes do município.
Partindo do Museu Ferroviário Regional de Bauru, na quadra 1, a rua liga a história do início da cidade à última morada de seus habitantes, no Cemitério da Saudade. Região, inclusive, em que é um pouco mais residencial, já que, ao longo de suas 15 quadras, apresenta vasta variedade de comércio para atender à população. A gosto do freguês.
"Sem dúvida, a Primeiro de Agosto é uma das vias mais emblemáticas. Não somente por ser uma das mais antigas, mas, também por fazer referência ao aniversário do nosso querido município. Juntamente com outros logradouros, é sinônimo de comércio e serviço não só da cidade, mas da região", declara, em nota, Patrícia Rossi, presidente da Associação Comercial e Industrial de Bauru (Acib).
Neuza Domingues, de 78 anos, mora nessa rua há dois anos. "Eu gosto muito daqui. Tem mercado, padaria, bancos, tudo perto. Como eu não tenho carro, procurei um ponto que fosse acessível a outros lugares da cidade", afirma a secretária que morava em São Paulo e veio morar em Bauru por causa do filho.
| Quioshi Goto/Arquivo JC e Bauru Ilustrado/Arquivo JC |
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| Comércio na rua Primeiro de Agosto: taí um dos "termômetros" do setor |
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| Rua Primeiro de Agosto, quadra 6, nos anos 50: histórica desde sempre |
"A diferença é enorme, aqui é tudo mais fácil. Eu ainda trabalho, é aqui pertinho, vou a pé. E mesmo quando tenho que andar de ônibus, aqui é tudo mais rápido, em São Paulo tudo demora muito mais", ressalta o contraste em relação à capital.
MUITOS ANOS
"Aqui é bem gostoso para morar. É tudo muito acessível", confirma Ana Ribeiro Fernandes, de 72 anos, dona de um bar que funciona há 38 anos na Primeiro de Agosto. Ela lembra com carinho que um amigo já falecido sempre contava histórias antigas sobre a Primeiro de Agosto e que algumas crianças da região são bem conhecidas por ela. "Tem menino que eu vi nascer e já está bebendo no meu bar", comenta.
Essa relação também é vista em uma padaria com uma história de mais de 70 anos nessa rua. "Conheço o Paulo [dono da padaria] desde pequena. Quando me casei saí da região, mas sempre que venho visitar minha mãe, dou uma passadinha aqui", revela Sandra Rosas, de 49 anos, que nasceu e morou 20 anos na região.
Paulo, a quem Sandra se refere, é Paulo Hermes Pereira, que está à frente da panificadora da quadra 14 há 30 anos.
Ele conta que a boa localização foi muito importante para o seu negócio e que muitos de seus clientes chegam de outros bairros. "É uma padaria bastante antiga e tradicional nessa rua. Então, vem gente de todas as partes da cidade para comprar aqui. Como você pôde ver aí com a Sandra, o nosso público é fiel", declara.
Ligando os trilhos
Poderia ser apenas mais uma rua na cidade de Bauru, mas a Primeiro de Agosto é dona de algumas particularidades. Além de ser onde Bauru faz aniversário todos os dias - por levar a data de fundação no nome-, ainda é considerada uma das artérias comerciais mais importantes do município.
Partindo do Museu Ferroviário Regional de Bauru, na quadra 1, a rua liga a história do início da cidade à última morada de seus habitantes, no Cemitério da Saudade. Região, inclusive, em que é um pouco mais residencial, já que, ao longo de suas 15 quadras, apresenta vasta variedade de comércio para atender à população. A gosto do freguês.
"Sem dúvida, a Primeiro de Agosto é uma das vias mais emblemáticas. Não somente por ser uma das mais antigas, mas, também por fazer referência ao aniversário do nosso querido município. Juntamente com outros logradouros, é sinônimo de comércio e serviço não só da cidade, mas da região", declara, em nota, Patrícia Rossi, presidente da Associação Comercial e Industrial de Bauru (Acib).
Neuza Domingues, de 78 anos, mora nessa rua há dois anos. "Eu gosto muito daqui. Tem mercado, padaria, bancos, tudo perto. Como eu não tenho carro, procurei um ponto que fosse acessível a outros lugares da cidade", afirma a secretária que morava em São Paulo e veio morar em Bauru por causa do filho.
"A diferença é enorme, aqui é tudo mais fácil. Eu ainda trabalho, é aqui pertinho, vou a pé. E mesmo quando tenho que andar de ônibus, aqui é tudo mais rápido, em São Paulo tudo demora muito mais", ressalta o contraste em relação à capital.
MUITOS ANOS
"Aqui é bem gostoso para morar. É tudo muito acessível", confirma Ana Ribeiro Fernandes, de 72 anos, dona de um bar que funciona há 38 anos na Primeiro de Agosto. Ela lembra com carinho que um amigo já falecido sempre contava histórias antigas sobre a Primeiro de Agosto e que algumas crianças da região são bem conhecidas por ela. "Tem menino que eu vi nascer e já está bebendo no meu bar", comenta.
Essa relação também é vista em uma padaria com uma história de mais de 70 anos nessa rua. "Conheço o Paulo [dono da padaria] desde pequena. Quando me casei saí da região, mas sempre que venho visitar minha mãe, dou uma passadinha aqui", revela Sandra Rosas, de 49 anos, que nasceu e morou 20 anos na região.
Paulo, a quem Sandra se refere, é Paulo Hermes Pereira, que está à frente da panificadora da quadra 14 há 30 anos.
Ele conta que a boa localização foi muito importante para o seu negócio e que muitos de seus clientes chegam de outros bairros. "É uma padaria bastante antiga e tradicional nessa rua. Então, vem gente de todas as partes da cidade para comprar aqui. Como você pôde ver aí com a Sandra, o nosso público é fiel", declara.
Tudo ao mesmo tempo agora: a rua que não se cansa de pulsar
Consolidada como uma das principais ruas para o comércio em Bauru, a Primeiro de Agosto está sempre movimentada. Isso faz com que comerciantes procurem essa região para abrir suas lojas e que o consumidor tenha muitas opções na hora de fazer suas compras.
Esse grande fluxo de pessoas é uma cena diária para Marcele Ortega, 41. "A loja na qual trabalho se tornou uma referência nessa região. Desde quando chegamos aqui, o movimento só aumentou e comprovamos o quanto essa é uma importante rua do comércio de Bauru" , conta a gerente do comércio de variedades instalado há 27 anos na esquina da Primeiro de Agosto com a Rio Branco.
Além dos bancos, essa é uma das lojas que fazem Aparecida dos Santos de Oliveira, de 63 anos, sair do Jardim Marília para ir até essa rua. "A Primeiro de Agosto é boa porque tem várias lojas e quase todos os bancos estão aqui. Já tiveram mais opções, mas ainda está muito boa a variedade de comércios nessa rua", relata.
Já as enfermeiras Elaine Cristina de Melo, 38 e Ana Cecília dos Santos, 30, tinham feito algumas compras e confessam que, quando precisam, recorrem à rua.
"Não temos muito costume de vir, mas quando temos necessidade, é onde vamos para fazer compras. Os preços são mais acessíveis e podemos encontrar grande variedade de lojas", conta Elaine antes de ir para mais uma loja. "Estava procurando um brinco, mas ainda não achei", revela Ana Cecília.
E a grande atividade na Primeiro de Agosto não é um cenário apenas dos dias atuais.
"Nos primeiros tempos de Bauru, o movimento que vinha da Estação da Ferrovia subia a Primeiro de Agosto. Os hotéis, os bares, os cinemas, os bancos e os comércios estavam todos nessa rua que dividiu com a Batista de Carvalho o poderio comercial da cidade", comenta o jornalista e memorialista, Luciano Dias Pires.
MOVIMENTO QUE ATRAI
Recém-chegada à rua, a comerciante Jucicleide Braga da Costa, 40, veio de Jaú e trouxe na bagagem a experiencia na área de calçados.
Antes, ela e a irmã tiveram uma loja na rua Araújo Leite, mas há 3 meses, mudaram-se para a Primeiro de Agosto.
"Na loja da Araújo, o fluxo era de pessoas que estavam sempre com pressa e, ainda assim, já estava muito baixo. Então, resolvemos mudar para cá, porque é mais próximo do calçadão e tem muito mais movimento", conta.
Jucicleide também ressalta que o ponto em que estava antes não tinha vitrine e que, na nova loja com as portas de vidro, as chances de venda são maiores. "A vitrine é muito importante e faz diferença. Acaba chamando mais a atenção de quem passa".
Esse também foi um ponto importante para alavancar vendas na loja de roupas de Sandra Belém de Azevedo, de 41 anos. "Essa rua me ajuda a vender pela vitrine. Trabalhei 14 anos na Batista de Carvalho e vejo que lá, por ser calçadão, as pessoas passavam sempre na correria. Já nessa loja, por conta do grande fluxo de carros, a vitrine fica disponível dia e noite para quem passar aqui na frente", declara a comerciante que troca as peças da vitrine uma vez por semana para torná-la atual e atrativa.
Três nomes
Consolidada como uma das principais ruas para o comércio em Bauru, a Primeiro de Agosto está sempre movimentada. Isso faz com que comerciantes procurem essa região para abrir suas lojas e que o consumidor tenha muitas opções na hora de fazer suas compras.
Esse grande fluxo de pessoas é uma cena diária para Marcele Ortega, 41. "A loja na qual trabalho se tornou uma referência nessa região. Desde quando chegamos aqui, o movimento só aumentou e comprovamos o quanto essa é uma importante rua do comércio de Bauru" , conta a gerente do comércio de variedades instalado há 27 anos na esquina da Primeiro de Agosto com a Rio Branco.
Além dos bancos, essa é uma das lojas que fazem Aparecida dos Santos de Oliveira, de 63 anos, sair do Jardim Marília para ir até essa rua. "A Primeiro de Agosto é boa porque tem várias lojas e quase todos os bancos estão aqui. Já tiveram mais opções, mas ainda está muito boa a variedade de comércios nessa rua", relata.
Já as enfermeiras Elaine Cristina de Melo, 38 e Ana Cecília dos Santos, 30, tinham feito algumas compras e confessam que, quando precisam, recorrem à rua.
"Não temos muito costume de vir, mas quando temos necessidade, é onde vamos para fazer compras. Os preços são mais acessíveis e podemos encontrar grande variedade de lojas", conta Elaine antes de ir para mais uma loja. "Estava procurando um brinco, mas ainda não achei", revela Ana Cecília.
E a grande atividade na Primeiro de Agosto não é um cenário apenas dos dias atuais.
"Nos primeiros tempos de Bauru, o movimento que vinha da Estação da Ferrovia subia a Primeiro de Agosto. Os hotéis, os bares, os cinemas, os bancos e os comércios estavam todos nessa rua que dividiu com a Batista de Carvalho o poderio comercial da cidade", comenta o jornalista e memorialista, Luciano Dias Pires.
MOVIMENTO QUE ATRAI
Recém-chegada à rua, a comerciante Jucicleide Braga da Costa, 40, veio de Jaú e trouxe na bagagem a experiencia na área de calçados.
Antes, ela e a irmã tiveram uma loja na rua Araújo Leite, mas há 3 meses, mudaram-se para a Primeiro de Agosto.
"Na loja da Araújo, o fluxo era de pessoas que estavam sempre com pressa e, ainda assim, já estava muito baixo. Então, resolvemos mudar para cá, porque é mais próximo do calçadão e tem muito mais movimento", conta.
Jucicleide também ressalta que o ponto em que estava antes não tinha vitrine e que, na nova loja com as portas de vidro, as chances de venda são maiores. "A vitrine é muito importante e faz diferença. Acaba chamando mais a atenção de quem passa".
Esse também foi um ponto importante para alavancar vendas na loja de roupas de Sandra Belém de Azevedo, de 41 anos. "Essa rua me ajuda a vender pela vitrine. Trabalhei 14 anos na Batista de Carvalho e vejo que lá, por ser calçadão, as pessoas passavam sempre na correria. Já nessa loja, por conta do grande fluxo de carros, a vitrine fica disponível dia e noite para quem passar aqui na frente", declara a comerciante que troca as peças da vitrine uma vez por semana para torná-la atual e atrativa.
Um café para ficar esclarecido...
O jornalista Pedro Guerra, que é de Sorocaba e morou em Bauru, sempre diz que um bom café ajuda a ficar esclarecido.
Neusa Gomes Martins, 51, dona de uma lanchonete na Primeiro de Agosto há 10 anos, confirma que "sim". "Aqui sempre tem gente. O que mais atrai é o café no bule, com coador. Mas sempre tem o pessoal que para rapidinho para comer um salgado. O movimento aqui é forte e as pessoas do comércio que a gente conhece ao longo dos anos acabam se tornando uma grande família".
E quem aprova é uma turma de amigos aposentados que frequentam o estabelecimento. "Aqui é nossa confraria. Batemos ponto todos os dias, entre 15h e 16h. Nós gostamos do café no bule e do movimento da rua, ficamos aqui discutindo os problemas do país e comemoramos quando o Corinthians ganha", fala o descontraído Miguel Contador Neto, de 65 anos, bem à vonta da famosa rua.
Região comemora melhorias no acesso à Primeiro de Agosto
Para facilitar o acesso de carros à rua Primeiro de Agosto, sobretudo no trecho acima da avenida Nações Unidas, uma união de esforços entre os comerciantes do local conseguiram, junto à Emdurb, melhores condições de trânsito. O planejamento é para implantação de um semáforo e extensão da mão única na rua Anhanguera.
“Nós estávamos ilhados aqui, meio deslocados”, afirma Paulo Hermes Pereira, um dos comerciantes participantes do grupo que fez reivindicação.
Por medidas de segurança, a Emdurb proibiu a conversão à esquerda que era efetuada na rua Ezequiel Ramos com a Nações Unidas e o mesmo ocorreu na Hermínio Pinto com a Rodrigues Alves. Isso fez com que o acesso para as últimas quadras (11 a 15) da rua Primeiro de Agosto ficassem mais longos.
“A nossa proposta é implantar, até o final do ano, um semáforo na rua Anhanguera com a avenida Rodrigues Alves, para que se faça uma alça de acesso na rua Borba Gato à esquerda para cruzar em direção à essa região. Isso diminuirá os mais de 600 metros que são percorridos por quem precisa chegar nessa rua”, afirma Aníbal dos Santos Ramalho, gerente de planejamento e sinalização da Emdurb.
Outra conquista recente foi o asfaltamento iniciado no último dia 25, pela Secretaria de Obras, na rua Anhanguera. A Equipe de Pavimentação recapeou as quadras 1 e 2 da via, que eram de paralelepípedo.
“Essa pavimentação aqui na rua Anhanguera é muito importante para criar maior fluxo para os comerciantes aqui de cima, porque, lá para baixo, por conta do centro, o movimento já é bem grande”, comemora Maurício Valeriano dos Santos Filho, de 28 anos, gerente comercial de uma distribuidora que está há oito anos na rua Primeiro de Agosto.
Facilidades
Para facilitar o acesso de carros à rua Primeiro de Agosto, sobretudo no trecho acima da avenida Nações Unidas, uma união de esforços entre os comerciantes do local conseguiu, junto à Emdurb, melhores condições de trânsito. O planejamento é para implantação de um semáforo e extensão da mão única na rua Anhanguera.
"Nós estávamos ilhados aqui, meio deslocados", afirma Paulo Hermes Pereira, um dos comerciantes participantes do grupo que fez reivindicação.
Por medidas de segurança, a Emdurb proibiu a conversão à esquerda que era efetuada na rua Ezequiel Ramos com a Nações Unidas e o mesmo ocorreu na Hermínio Pinto com a Rodrigues Alves.
Isso fez com que o acesso para as últimas quadras (11 a 15) da rua Primeiro de Agosto ficassem mais longos.
"A nossa proposta é implantar, até o final do ano, um semáforo na rua Anhanguera com a avenida Rodrigues Alves, para que se faça uma alça de acesso na rua Borba Gato à esquerda para cruzar em direção à essa região. Isso diminuirá os mais de 600 metros que são percorridos por quem precisa chegar nessa rua", afirma Aníbal dos Santos Ramalho, gerente de planejamento e sinalização da Emdurb.
Outra conquista recente foi o asfaltamento iniciado no último dia 25, pela Secretaria de Obras, na rua Anhanguera. A Equipe de Pavimentação recapeou as quadras 1 e 2 da via, que eram de paralelepípedo.
"Essa pavimentação aqui na rua Anhanguera é mesmo muito importante para criar maior fluxo para os comerciantes aqui de cima, porque, lá para baixo, por conta do centro, o movimento já é bem grande", comemora Maurício Valeriano dos Santos Filho, de 28 anos, gerente comercial de uma distribuidora que está há oito anos na rua Primeiro de Agosto.
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