Centenas de pessoas - entre lideranças políticas, empresariais e militares, além de familiares, amigos e funcionários - acompanharam a despedida de Duda, que morreu na noite deste domingo, aos 74 anos, vítima de infarto. Em meio à tristeza diante da perda repentina, a enorme quantidade de pessoas presentes e as cerca de 100 coroas de flores que tomaram conta do centro velatório davam a dimensão do quanto o educador era querido e respeitado em Bauru e região.

"Sempre soubemos que o Duda tinha ajudado muita gente, mas não sabíamos que eram tantas pessoas assim. Foram inúmeras manifestações de agradecimento desde a noite de domingo. Ele era uma pessoa de um coração imenso, um educador apaixonado pelo que fazia. É uma perda incalculável para a família, a cidade e a região", observa o médico oftalmologista José Eduardo Marques, genro do professor.

Malavolta Jr.

Diretor-geral do grupo Unip-Objetivo, Jorge Brihy: “Duda foi um realizador, foi um líder até seu último dia de vida”

Diretor-geral do grupo Unip-Objetivo, Jorge Brihy veio de São Paulo para acompanhar o velório e relembrou a parceria estabelecida com Duda e José Luiz Garcia Peres, que assumiram o antigo Cursos Brasil em 1943, posteriormente denominado Cursos Preve e, em seguida, Preve Objetivo, quando o material escolar do grupo Objetivo passou a ser utilizado. "Foi o primeiro convênio do Objetivo fora da Capital, há cerca de 30 anos. Aos poucos, outras unidades foram sendo abertas e o Duda também nos auxiliou no processo de instalação da Unip na região. Nos falamos há dez dias e ele tinha muitos projetos para continuar expandindo o Preve Objetivo. Ele foi um realizador, um líder até seu último dia de vida", conta.

'FAROL'

A jornalista Nádia Naura, que trabalhou com Duda na TV Preve ao longo dos últimos 16 anos, o definiu como o "farol" da emissora, que iniciou suas transmissões em 1995. Ela destaca o caráter plural e democrático que o empresário imprimiu no seu trabalho dentro do canal, abrindo espaço para a manifestação de representantes de todas as denominações político-partidárias e de todos os setores da sociedade.

"Foi um homem de uma grandiosidade, de uma generosidade, de uma competência, que é difícil descrever. Era um ser humano com múltiplas qualidades, que lidava com seus entrevistados com muito respeito, mas sem deixar de lado sua essência questionadora e crítica, sempre com o objetivo de fazer de Bauru uma cidade melhor", frisa.

O empresário Rodrigo Mandaliti conta que seu pai, que também morreu em 15 de outubro, há 11 anos, foi um grande amigo de Duda. "Eu e meus irmãos crescemos com esta convivência e, na ausência do meu pai, o Duda acabou assumindo um papel de conselheiro. Ele acabou nos adotando como filhos", comenta.

Já Maria de Lurdes Mandaliti, mãe de Rodrigo, revela o lado solidário do professor. "Ele não deixava que nenhum pai de aluno em dificuldade econômica tirasse o filho da escola, nem que ele precisasse ficar sem receber as mensalidades. Era um homem de coração bom, que vai fazer falta".

Duda deixa a esposa Eliana, os filhos Maria Augusta, Paulo Eduardo, Gerson, Mônica, Miriam e Márcia, além dos netos e bisnetos.

Prefeitura declara luto por três dias na cidade

O prefeito Clodoaldo Gazzetta decretou, nessa segunda-feira (16), luto de três dias em Bauru em razão da morte de Gerson Trevizani. Durante o velório, o chefe do Executivo lembrou que Duda foi seu professor de química na juventude, quando estudou no Preve Objetivo, tornando-se um amigo ao longo de sua trajetória política, até a chegada ao Palácio das Cerejeiras.

"Seja no Diário de Bauru (jornal do qual o Grupo Preve foi proprietário na década de 1990) ou na TV Preve, ele sempre foi uma pessoa muito leal em suas abordagens, mas sem perder o tom crítico sobre a realidade do município e do País. Também foi, ao lado de Dudu Ranieri, a maior referência na educação de Bauru".

Como forma de homenagear Duda, durante a sessão legislativa de ontem, todos os vereadores abriram mão da palavra e a votação dos projetos em pauta foi adiada para a próxima segunda. Antes de encerrar os trabalhos, o presidente Sandro Bussola leu voto de pesar assinado pelos 17 membros da Casa.

"Sem dúvida alguma, a sua ausência será sentida permanentemente por todos os familiares e amigos. Neste momento de separação, dedicamos à família enlutada nossa solidariedade, pedindo a Deus que dê paz e serenidade a todos os seus para superar este infausto acontecimento", diz o texto.